quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Entrevista imperdível com Robert Plant



Fazendo divulgação de seu novo disco "Band of Joy" pela Europa e América do Norte, Robert Plant tem feito muitas entrevistas dos dois lados do Atlântico.

Esta especificamente foi feita para uma rádio canadense pelo repórter Jian Gomeshi e tem como ponto alto a pergunta que todos os fãs do trabalho do vocalista um dia já quiseram fazer a ele, se tivessem a oportunidade: - Qual a razão do encanto de sua geração com o Blues?

Esbanjando charme (como sempre), ele responde... Ah! Não vou estragar a experiência de ouvir nas palavras do cara a explicação para esta e outras indagações.

Só posso dizer que já vi e revi esta entrevista algumas vezes e estou ainda mais encantada e ansiosa para ver a apresentação de Plant por aqui, no mês de maio.

E antes que me perguntem, não sei de nada de concreto sobre este show, mas me baseio em rumores soprados por fontes interessantes!

Feliz 2011 para todos!

domingo, 26 de dezembro de 2010

Amor por Contrato - O consumismo como um mal



Com a necessidade cada vez maior de vender e incentivar um consumo que dê conta da fúria por lucros das indústrias, os especialistas em propaganda partem para práticas inusitadas, mas que podem ser eficazes.

Este é o ponto de partida de "Amor por Contrato", o filme de estreia do diretor Derrick Borte, que tem uma longa carreira na publicidade, que chega aos cinemas brasileiros neste final de semana.

Demi Moore (Kate Jones) e David Duchovny (Steve Jones) mudam-se com um casal de filhos adolescentes para um subúrbio de casas de classe média alta e lá, transformam-se na razão de inveja de toda a vizinhança; sempre usando as roupas perfeitas e demonstrando os acessórios e produtos que se tornam o sonho de consumo de todos ao redor; especialmente de Larry (Gary Cole) e Summer (Glenne Headly), um casal de vizinhos muito competitivo.

Na casa da família Jones tudo parece saído de um comercial e na verdade é, já que a tal da família perfeita é apenas uma equipe de vendas, posicionada na vizinhança por uma empresa de marketing para impulsionar as vendas de produtos caros e sofisticados.

Crítica ácida ao consumismo desenfreado e irresponsável, o filme é uma obra irregular que no entanto, merece nossa atenção.

Levanta a questão dos limites éticos e daquilo que seria válido para a indústria do marketing na tentativa de nos forçar a comprar o que não necessitamos ou sequer queremos.

Só parando para analisar estes limites teremos uma chance de ver a sociedade como um todo evoluir rumo ao consumo responsável, tão necessário nos dias de hoje para um dia alcançarmos a sustentabilidade.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Life - Sob a ótica de uma fã dos Stones



Já escrevi uma matéria para a Revista Eletricidade falando de "Life", a autobiografia de Keith Richards, mas lá quem fala é a repórter, que relata aos seus leitores o que leu utilizando ao máximo a tal da isenção, tentando guardar no armário, a fã desesperada para outra ocasião.

Mas aqui, no blog, a fã volta a ocupar seu lugar e assim, pode contar o que leu e sentiu enquanto percorria as tais quinhentas e tantas páginas.

Em primeiro lugar, para alguém que se apaixonou pela banda em 1989, ao ouvir a balada "Almost Hear You Sigh" e a partir daí começou a colecionar tudo o que estivesse ao seu alcance sobre a banda, vídeos, entrevistas, revistas, recortes de jornais, livros, enfim, tudo, até que em 1995, pude vê-los pela primeira vez ao vivo, no até agora imbatível melhor show que vi na vida.

Mas, para não me perder por aqui, e voltar ao livro, já vi tantas entrevistas de Keith, que minha mente me pregou uma peça, ao ler o livro, no original em inglês, passei a vê-lo na minha sala, cigarro no canto da boca, em seu jeito "malandro-pirata" de ser, narrando cada um dos episódios de sua vida.

E aí, o livro para mim, tomou novas dimensões... passou a ser uma espécie de amigo imaginário e mesmo já conhecendo uma boa parte daquilo que ele narrava, era como estar escutando um velho amigo contando suas aventuras e desventuras.

Com uma sensibilidade inesperada, ele conta no livro o quanto se frustrava com a imagem da banda no início do sucesso; afinal ele havia largado tudo primeiro para aprender a tocar a música dos mestres do blues como Muddy Waters, Howling Wolf, Robert Johnson e as menininhas nem ouviam o que eles estavam tocando, gritando desesperadamente, o que dava a banda mais ou menos uns 10 minutos de show, até que invadiam o palco e tudo terminava em correria.

Ou seja, o sonho dourado de todo músico, de ser amado pelos fãs, para os Rolling Stones era um pesadelo que trazia mais preocupação com saber onde ficavam as saídas por onde escapariam das tais adolescentes malucas, do que com a setlist que eles tocariam.

Ao mesmo tempo, o que ele queria era "cruzar os trilhos", que na linguagem dele significava ir até os bairros negros dos EUA e tocar com as pessoas que ele passou a vida admirando, o fã que se transforma em aluno, aproveitando a ocasião para ser uma pessoa comum e não o guitarrista famoso da banda que está em primeiro lugar nas paradas, mas o "carinha" que quer aprender como tirando uma das cordas da guitarra e fazendo uma afinação especial, ela passará a soar como a dos mestres que ele tanto admirava.

Também descobri o quanto ele podia ser doce com as fãs, que eram tão ameaçadoras naquele início, narrando um episódio em que convidou um grupo delas que cercavam o hotel onde estava vivendo, para protegê-las de uma tempestade.

Claro que aconteceram as drogas, as armas, os acidentes de carro, as loucuras com as groupies e os tipos estranhos que cercavam a banda, mesmo assim fiquei com a impressão de que Keith é um maluco do bem, cujo uso de drogas tinha a finalidade de tentar isolar-se do ambiente louco que o cercava, aliás ele repete isso várias vezes no livro, queria distanciar-se do furacão ao seu redor, para reencontrar-se com seu próprio caminho.

A relação com Mick Jagger é um capítulo a parte... em algum ponto do caminho, segundo Keith, Mick passou a acreditar nos elogios e passou a achar que a banda era só um veículo para a sua arte.

Ao mesmo tempo, Keith estava mergulhado nas drogas e não tinha condições de colocá-lo de volta em seu lugar, mas quando ele resolveu retomar sua posição, Mick já tinha virado um cantor solo, deixando os Stones para trás... daí, a reação de Keith de considerar tudo uma traição.

Mas a traição fez bem ao Keith, fez com que ele quisesse melhorar, empurrando as drogas para longe e rendendo para nós, os fãs, seus discos solo "Talk is Cheap" e "Main Offender", duas obras primas.

Além disso, não deixa o Keith ouvir, mas graças ao Mick a banda passou a cercar-se de uma estrutura profissional grande, que permite que ela leve seus shows ao vivo a lugares mais distantes, como o Brasil... por exemplo...

Mick transformou os Stones em uma lucrativa S/A, mas a banda não seria nada sem sua alma, que é Keith. Aliás, se o rock n' roll de repente se transforma-se em uma pessoa, ele seria Keith Richards.

Enfim... Keith é uma figura apaixonante e depois de terminar o livro, quero voltar a ele outras vezes, não para entender melhor alguma passagem que tenha ficado para trás, mas por estar com saudades da sensação de proximidade de um dos meus heróis de sempre, maior ainda no meu coração depois de conhecê-lo melhor.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Os Outros Caras - Quando Hollywood ri de si mesma




A indústria cinematográfica nunca teve maiores pudores quando se trata de brincar com suas próprias fórmulas e clichês. A maior parte das vezes, a brincadeira não costuma render muita coisa, poucos risos, bilheterias medíocres, mas não é este o caso de "Os Outros Caras".

Nos EUA, o filme teve uma ótima recepção tanto de crítica como de público, levando os estúdios a considerarem uma sequência.

A ação das cenas iniciais provavelmente levou mais da metade do orçamento do filme, a produção brinca com as super produções de ação que envolvem policiais durões e seus feitos heróicos contra os bandidos que ameaçam a população.

Em "Os Outros Caras", os herois são P.K. Highsmith (Samuel L. Jackson) e Christopher Danson (Dwayne Johnson); amados pela população e condecorados por suas capturas que sempre deixam atrás de si um rastro de destruição, os dois acabam morrendo e deixando a vaga de herói aberta para outra dupla de policiais que esteja disposta a ocupá-la.

Claro que os futuros heróis nem são exatamente parceiros, nem nada heroicos; Allen Gamble (Will Ferrell) e Terry Hoitz (Mark Wahlberg) costumam fazer apenas serviço burocrático dentro da delegacia de polícia, mas resolvem ir para as ruas investigar o que parece ser inicialmente uma pequena fraude realizada por David Ershon (Steve Coogan) um banqueiro envolvido em um enorme esquema de desvio de dinheiro de investidores.

Dirigido por Adam McKay, que já tinha trabalhado antes com Ferrell em "Quase Irmãos" (2008) e "O Âncora: A Lenda de Ron Burgundy" (2004); o filme é uma comédia acima da média exatamente por não levar nada a sério; fazendo piada com cada um dos clichês do cinema de ação.

Além disso, conta com algumas participações especiais inusitadas como do jogador de basebol Derek Jeter e da atriz Brooke Shields e uma performance incrível de Michael Keaton como o Capitão Gene Mauch.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Paul McCartney - ex-Beatle empolga fãs em show morno



O ex-Beatle Paul McCartney apresentou-se na noite passada no Estádio do Morumbi em São Paulo para 64 mil pessoas, em mais um show da sua "Up and Coming Tour"; que está na estrada desde março/2010 e termina hoje, no segundo show em São Paulo, depois de passar por 8 países.

Em um enorme palco com 63 metros de largura e 22 de altura, telões gigantes ajudavam a criar o clima para cada música e traziam as imagens de Paul para mais perto da multidão que vibrava a cada gesto do músico, que respondia ao entusiasmo da plateia com sorrisos e frases em português, retiradas certamente dos tantos teleprompters espalhados pelo palco.

Além da simpatia, Sir Paul McCartney tem a seu favor uma grande generosidade musical; com uma setlist que revisita seus 40 e tantos anos de carreira, ele tocou ao todo 35 músicas, retornando duas vezes ao palco para o bis.

Aos 68 anos de idade, a voz não é mais a mesma, falhando em alguns momentos, o que não chega a comprometer o prazer do público que acompanhava hipnotizado cada um de seus movimentos.

A banda que acompanha Paul é competente, sem ser brilhante e parece na verdade padecer da ausência de espaço livre para criar fora da disciplina "redondinha" do espetáculo, o que musicalmente acaba significando shows absolutamente identicos.

E é nesse ponto que tudo fica um pouco perturbador. Sem um mínímo de espontaneidade para apresentar ao público, até mesmo os momentos em que supostamente a emoção deveria rolar mais solta, ela parece seguir "marcações" rígidas demais e nos sentimos diante de apenas mais um dos tantos franchisings de espetáculos da Broadway que hoje andam espalhados pelo mundo, ou o tal do sanduiche padrão daquela lanchonete que tem filiais no mundo inteiro.

Não importa onde, o sabor será sempre o mesmo... e aquilo que pode até ser positivo no ramo da culinária, significa a morte completa da criatividade na música.

Uma pena, porque talvez ainda exista no velho Beatle muita música para acompanhar a simpatia.

E antes que eu termine... já passou da hora dos fãs da música mobilizarem-se contra a cobertura feita pela Rede Globo dos grandes shows internacionais.

Ontem, não sei quem eles mandaram para escolher os supostos "melhores momentos" do show, mas eu tranquilamente trocaria coisas como "Band on the Run" e "Obla Di Obla Da" por "Eleanor Rigby", "Something", "Hey Jude"... ou algo nessa região... ou não?

Confira o setlist:

1.Venus and Mars Rockshow
2.Jet
3.All My Loving
4.Letting Go
5.Drive My Car
6.Highway
7.Let Me Roll It
8.Long and Winding Road
9.1985
10.Let Me In
11.My Love
12.I’ve Just Seen A Face
13.And I Love Her
14.Black Bird
15.Here Today
16.Dance Tonight
17.Mrs Vanderbilt
18.Eleanor Rigby
19.Something
20.Sing The Changes
21.Band On The Run
22.Obla Di Obla Da
23.Back In The USSR
24.I Gotta Felling
25.Paperback Writer
26.A Day In The Life
27.Let It Be
28.Live And Let Die
29.Hey Jude
Bis
30.Day Tripper
31.Lady Madonna
32.Get Back
Bis
33.Yesterday
34.Helter Skelter
35.Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Comer Rezar Amar - Passeio ao invés de auto-descoberta



Liz Gilbert (Julia Roberts) é uma jornalista que escreve sobre turismo e de um momento para o outro decide que precisa mudar de vida.

Pede divórcio do marido (Billy Crudup) e depois de uma crise ainda pior, que termina com seu novo relacionamento com o ator David (James Franco); decide dar a si mesma um ano longe de tudo, estudando italiano, na Itália, fazendo meditação na Índia e finalmente retornando à Bali, aonde um curandeiro havia lhe prometido ensinar tudo o que sabia em troca de aulas de inglês.

Baseado no best-seller de auto-ajuda, homônimo, escrito por Liz Gilbert, que mostra o caminho percorrido pela autora rumo a plenitude; o filme tem antes de mais nada um fortíssimo apelo visual.

O diretor Ryan Murphy, o mesmo da série Glee, que também participou da adaptação do roteiro optou por não mergulhar muito fundo em maiores questionamentos filosóficos, religiosos e até mesmo psicológicos e o resultado é que ao invés de mostrar a viagem de auto descoberta, o que o filme acaba mostrando mesmo é turismo filmado.

E nesse aspecto dá show de imagens, da velha Roma com suas ruínas milenares à natureza multicolorida de Bali, passando antes pelo exotismo da Índia, tudo é bom de ver, mas parece um tanto raso, quase sem razão de ser.

E despido de seus aspectos mais profundos, o roteiro parece uma imensa colcha de retalhos, com personagens de forte carga dramática, como Richard (Richard Jenkins), que no filme acaba fazendo pouco mais do que uma "figuração" de luxo.

O próprio Javier Bardem, um excelente ator espanhol, domina muito bem seu personagem, Felipe, mas parece ter muita dificuldade para falar português; que não é a língua dele, faltou à produção aquele capricho extra que garantiria ao ator a segurança na hora de usar o idioma.

Como em Glee, existe uma boa trilha sonora marcando os bons momentos do passeio, mas infelizmente, não é sufciente para as expectativas geradas "no papel" por uma super produção, com um elenco do primeiro time, baseada em um dos livros favoritos de muita gente pelo mundo afora.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

A MTV faz 20 anos



Nem parece, mas já tem MTV no Brasil há 20 anos. Para quem viu essa história em alguns momentos mais ou menos de perto, é quase surreal que em um sábado meio chuvoso, no dia 20 de Outubro de 1990, eu e meu pai tenhamos saído de manhãnzinha para ir a uma lojinha de ferragens do bairro para comprar a tal da antena de UHF que garantiria o recebimento do sinal.

Sim, deixamos para a útima hora, mas conseguimos assistir desde o primeiro minuto de transmissão, gravando-o em um dinossáurico videocassete e festejando muito, já que em minha cabecinha adolescente ter MTV em casa era o primeiro sinal de que o Brasil começava a ficar "moderno".

Demorou um pouco, mas pequenas doses de desilusão acabariam minando gota-a-gota essa minha ideia de "evolução" via MTV Brasil.

Mas não posso negar que a programação da emissora foi responsável por uma boa parte do acúmulo de minhas mais de 300 fitas de VHS gravadas com videoclipes, especiais, reportagens e quase tudo aquilo que a emissora passava diariamente, além das festas, shows e vinhetas, muitas vinhetas.

Antes da MTV poucos eram os programas e emissoras que se prestavam a mostrar a melhor e mais interessante novidade que a década de 80 havia produzido. Cada nova música era agora acompanhada por pequenos filmes que mostravam o artista tocando até delirarem em mega-produções que marcariam a história como o clipe de "Thriller" de Michael Jackson.

E para quem já nasceu com a internet, eu falo sobre uma outra época, um tempo em que as informações sobre bandas e músicas dependiam dos jornalões que ignoravam os jovens, umas poucas revistas nacionais mensais que demoravam séculos para publicar as "novidades" e as revistas importadas, que chegavam uns dois meses depois de lançadas.

Então, aquele "MTV no Ar", comandado pelo Zeca Camargo era uma fonte e tanto de notícias sobre o que interessava para a gente.

Mas não só as notícias, eu via quase tudo o que a emissora exibia e aquele estilo inicial marcou tanto para mim que hoje ainda estranho quando coloco na emissora e o programa tem um cenário de verdade e não aqueles fundos animados de chroma key, dos primeiros tempos.

Na frente dos chroma keys, os VJs que muita gente criticava: falavam inglês ruim, pareciam desleixados, moviam-se demais, de menos; mas com o tempo e pelos padrões da emissora, onde beleza e juventude sempre triunfaram sobre coisas como conhecimento musical, competência e até empatia com o público, as coisas só fizeram piorar com cada nova geração.

O mesmo pode-se dizer sobre o gosto do público. Pensando naquelas primeiras horas e dias de programação, que abriu com um belíssimo videoclipe de Marina Lima cantando a clássica "Garota de Ipanema" tenho uma certa dificuldade em entender como chegamos a esse lodo de coisas musicalmente horríveis como Restart, Cine e NX Zero.

Pensando bem, agora percebo que estou soando um pouco como meus pais e avós que diziam que a música boa era a de sua época. Mas fazer o que?

A MTV de agora achou a interatividade, encontrou seu espaço nessa geração que quer participar de tudo, comentar tudo e isso é bom... espero que em algum momento essa turma encontre e exija uma música de mais qualidade.

sábado, 2 de outubro de 2010

Coincidências do Amor



Depois que a serie de TV Friends terminou em 2004, Jenifer Anniston encontrou uma carreira na comédia romântica em personagens que quase sempre têm muita coisa em comum com a Rachel Green que todo mundo conhece.

No roteiro uma história dos tempos modernos, ela é Kassie, uma mulher que chega aos 40 anos sem um relacionamento fixo e por isso decide ter um filho usando inseminação artificial.

Wally (Jason Bateman), que já namorou com Kassie e ainda é apaixonado por ela, não é a favor da idéia, bebe acima da conta na festa que comemora a inseminação e acidentalmente perde o material do doador Roland (Patrick Wilson), substituindo-o por seu próprio. Mas os excessos de bebida provocam nele uma amnésia completa dos acontecimentos daquela noite.

Kassie fica grávida, viaja para morar por um tempo com seus pais e só volta para a cidade sete anos depois com uma surpresa para Wally.

Sebastian (Thomas Robinson), o filho de Kassie é ele em miniatura: neurótico, hipocondríaco, pessimista e agora ele precisa apenas lembrar-se do que aconteceu na tal da festa para tentar colocar sua vida em ordem. O garoto é uma das melhores coisas do filme.

Dirigido por Josh Gordon e Will Speck, o filme tem seus momentos divertidos, especialmente graças a participação de Jeff Goldblum, como o impagável Leonard, chefe de Wally.

domingo, 19 de setembro de 2010

Hereafter: Novo filme de Clint Eastwood fala de vida após a morte



Aos 80 anos de idade, Clint Eastwood é uma das figuras mais importantes do cinema. Se como ator ele conseguiu a merecida condição de ícone, o reconhecimento de seu trabalho como diretor tem chegado lenta e gradualmente.

Seu trabalho mais recente a chamar atenção do público, foi "Invivctus" (2009); que conta a história real de como o Presidente Nelson Mandela conseguiu usar o esporte, no caso o Rugby, para evitar o agravamento dos conflitos raciais na África do Sul.

Estrelado por Morgan Freeman e Matt Damon, o filme teve 2 indicações ao Oscar e 3 ao Globo de Ouro, tendo uma boa recepção tanto de crítica como de público.

Mas seu próximo passo é bem mais ambicioso, produzido por Steven Spielberg e com roteiro de Peter Morgan (Frost/Nixon e A Rainha) o fime "Hereafter" (ainda sem título em português) é um drama centrado em três pessoas assombradas pela ideia da morte de três formas diferentes.

George (Matt Damon) é um operario americano que tem uma conexão especial com os mortos. Do outro lado do mundo, Marie (Cécile De France), é uma jornalista francesa que viveu uma experiência de quase morte que muda a sua vida. E quando Marcus (Frankie/George McLaren), um garotinho inglês, perde alguém muito próximo, ele passa a buscar desesperadamente por respostas.

Cada um em seu caminho buscando pela verdade, suas vidas irão se cruzar e mudarão para sempre o que eles acreditavam existir após a morte.

O filme já foi exibido no Toronto Film Festival onde obteve uma boa resposta do público e deve chegar aos cinemas americanos no dia 22 de Outubro. Ainda não existe uma previsão de estreia no Brasil.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

A Ressaca é uma viagem aos coloridos anos 80



Quem viveu a década de 80 certamente tem dificuldade em compreender o fascinio que ela exerce sobre a imaginação daqueles que não a viveram; em todo caso, vira e mexe ela reaparece como tema nos filmes que se fazem hoje em dia, para o público jovem.

É o caso de "A Ressaca", uma péssima escolha de título em português, que tenta capitalizar em cima de outro sucesso recente, "Se Beber, não Case", mas que na verdade apenas estraga a primeira das piadas do filme, já que seu titulo original que poderia ser traduzido como "A máquina do tempo na banheira", perde a associação imediata com o sucesso da mais famosa das trilogias da década, "De Volta Para o Futuro" e suas viagens no tempo dentro do modernoso carro DeLorean.

Um grupo de amigos quarentões, cada um com seus próprios problemas, resolvem ajudar um deles, Lou (Rob Corddry), a recuperar-se de uma tentativa de suicídio e para isso partem para uma estação de esqui, onde passaram um final de semana em 1986, quando eram adolescentes.

Mas chegando lá, após encontrar o lugar em franca decadência, tomam um porre homérico, entram em uma misteriosa banheira de hidromassagem e, pronto, viajam no tempo e acordam em 1986, aproveitando a nova chance para mudar de vez suas vidas.

No meio do grupo de quarentões, Jacob (Clark Duke), sobrinho de Adam (John Cusack) é um jovem nerd que entra na história claramente para buscar uma identificação extra com o público atual. Para agradar a outra ponta, a dos saudosistas, o filme tem a presença do comediante Chevy Chase, fazendo uma ponta como o misterioso técnico que faz a tal banheira funcionar.

Tá bom, é clichê, mas o filme do diretor Steve Pink, nunca tentou mesmo se levar a sério e, assim, sem qualquer explicação científica, "A Ressaca" cumpre perfeitamente bem a sua função de divertir e será tanto melhor apreciado quanto mais for encarado como diversão.

Se bem que apesar das roupas ridículas, ombreiras, celulares do tamanho de tijolos, cabelos armados e mullets, existia uma música tão boa que conseguia deixar todas essas aberrações divertidas.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Romance e diversão em Par Perfeito



Comédia romântica, mas também filme de ação, Par Perfeito conta a história de Jen (Katherine Heigl), uma garota bastante atrapalhada que vai para a Europa com os pais para esquecer do ex-namorado e lá, mais precisamente na Riviera Francesa, encontra o homem ideal em Spencer (Ashton Kutcher) um americano, bonito, rico e que se apaixona por ela a primeira vista, o que faz dele o marido perfeito, não fosse um pequeno detalhe: ele é um assassino da CIA.

Mas tudo dá certo, já que antes de casar-se com Jen, Spencer decide aposentar-se da agência e passa a trabalhar em uma construtora.

O casal viveria feliz para sempre, em sua bela casa no subúrbio, não fosse um outro pequeno detalhe: alguém decide oferecer uma recompensa para outros agentes pela vida do casal e os dois passam a tentar fugir de amigos, colegas de trabalho e vizinhos carregando metralhadoras.

A mistura de tiros e romance, não é exatamente uma novidade no cinema e já foi abordada em clássicos do cinema como o ótimo "Charada" (1963) de Staley Donen e até, mais recentemente em "Sr e Sra Smith"(2005); que se não foi exatamente o melhor, nem na filmografia de seus protagonistas Angelina Jolie e Brad Pitt, passou para a história do cinema por suas filmagens terem servido como cenário para o início do romance entre os dois atores.

Igualmente com muita ação, inúmeras reviravoltas e surpresas, "O Par Perfeito" é na verdade dirigido ao mesmo público feminino que elevou Ashton Kutcher e seus músculos abdominais perfeitos a um novo tipo de estrelato que inclui uma imensa massa de seguidores no Twitter, de olho em tudo o que o ator costuma postar.

Dirigido por Robert Luketic, que já tinha trabalhado com Katherine Heigl no ótimo "A Verdade Nua e Crua", "Par Perfeito" é o filme ideal para quem vai ao cinema apenas por diversão, que ele entrega na dose prometida.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Uma boa dose de filosofia oriental e muitos efeitos especiais em "O Último Mestre do Ar"



Outra das aguardadas estreias do ano, chegou aos cinemas no último final de semana "O Último Mestre do Ar", uma adaptação feita pelo cineasta indiano M. Night Shyamalan do desenho animado "Avatar" exibido pelo canal de TV Nickleodeon.

O ambicioso projeto custou aos cofres da Paramount Pictures nada menos do que 150 milhões de dólares, mas foi recebido pela critica especializada com uma carga ainda mais virulenta do que "Fim dos Tempos" (The Happening - 2008), considerado o maior fracasso de sua carreira até então.

As queixas recaem principalmente sobre a adaptação para 3D feita após a filmagem, que segundo eles, comprometeu a qualidade da fotografia, enquanto um roteiro confuso e cheio de buracos e atores pouco expressivos fizeram o resto para transformar o filme em um fracasso absoluto.

Mas tenho uma forte impressão de que existe uma boa dose de má vontade nestas críticas; o roteiro conta a história de 4 nações que convivem pacificamente, cada uma com o domínio sobre um dos elementos: água, fogo, terra e ar; até que um dia, liderada por Ozai (Cliff Curtis), a Nação do Fogo decide guerrear contra as demais dominando-as completamente.

O desequilíbrio causado pela guerra traz de volta Aang (Noah Ringer), um garoto que é a reencarnação do Avatar, um ser enviado ao mundo para promover o reequilíbrio das forças, que é encontrado pelos irmãos Katara (Nicola Peltz) e Sokka (Jackson Rathbone); dois jovens que fazem parte da nação da água e com poderes sobre este elemento.

Com belíssimos efeitos visuais, o filme é antes de qualquer coisa uma agitada aventura que parte de uma visão de espirtualidade oriental para mostrar que nações que tentam usar seu poderio de guerra para dominar o mundo, em respeito por ninguém, acabam isoladas e estão fadadas ao facasso.

Pensando bem, os americanos não podem mesmo gostar deste tipo de filme, não é?

O final dá abertura clara para uma sequência; espero que vingue!

Remake de Karatê Kid traz a beleza da China e Jackie Chan



Nos últimos tempos de crise economica entre os grandes estúdios de Hollywood, os remakes têm sido vistos como um investimento de retorno certo pois já saem com a vantagem da fama e do sucesso da produção original.

Um sucesso que no caso de Karatê Kid (84) colocou o filme numa lista muito especial, feito originalmente para o público adolescente, conquistou todas as idades, transformando-se em grande clássico do cinema, menos de 30 anos depois de produzido.

A história do adolescente que se muda para outra cidade e nela encontra problemas para relacionar-se até que começa a aprender Karatê com um velho sensei japonês, tem um apelo universal tão grande que pode facilmente ser transportada para outros cenários e neste remake ela é; a ação se passa na China.

Dre Parker (Jaden Smith), muda-se junto com a mãe Sherry (Taraji P. Henson) para a China, onde para piorar o isolamento causado pela diferença de língua e costumes, ainda encontra um grupo de garotos liderado por Cheng (Zhenwei Wang) que se comportam como bullies e passam a surrá-lo sempre que o encontram.

Mas o sr Han (Jackie Chan), o zelador de seu prédio, percebe a situação e decide ajudá-lo, ensinando ao garoto as artes do kung-fu. É aí que pode surgir a pergunta, mas não era Karate Kid? Sim, e a solução: Dre chega na China com uma pequena noção de Karatê, uma arte japonesa por essência, mas é aprendendo Kung Fu que ele pode finalmente defender-se e ganhar o respeito de seus inimigos.

KARATÊ KID - FOTO: DIVULGAÇÃOAssim, aquilo que era sobre a cultura japonesa, no filme original, neste remake é sobre a China. E o resultado é uma produção extremamente simpática, com uma bela fotografia que aproveita muito bem tanto os grandes monumentos da China como Grande Muralha e Cidade Proibida, como suas belezas naturais.

Todos os atores estão muito vontade e a interação entre o veterano Jackie Chan e o garoto Jaden Smith é algo de muito especial; assim como o nem tão garoto assim na época, Daniel "San" Larusso (Ralph Macchio) conseguiu uma quimica tão perfeita com o veterano Sr Kesuke Miyagi (Noriyuki “Pat” Morita); que rendeu ao sensei indicação ao Oscar e ao Globo de Ouro, como melhor ator coadjuvante naquele ano.

Dirigido por Harald Zwart, o filme tem como produtor o lendário Jerry Weintraub, que por sinal, produziu os três filmes originais na década de 80.

Com cenas de luta convincentes, o filme deve agradar tanto aos antigos fãs do original, como a quem nunca teve chance de assisti-lo.

domingo, 22 de agosto de 2010

Exibição teste revela detalhes de Harry Potter e as Relíquias da Morte




A espera está chegando em sua reta final, agora que faltam menos de 90 dias para que o filme mais aguardado do ano chegue aos cinemas, o penúltimo capítulo da Saga Harry Potter, começa a ter seus detalhes revelados ao público, graças a uma primeira exibição teste que aconteceu durante a última semana em Chicago.

Para quem não sabe, uma exibição teste é feita pelo estúdio, para um público de convidados, que se compromete em avaliar a qualidade da nova produção.

A ideia por trás de uma exibição teste é checar se a duração está adequada, bem como se a própria montagem das cenas está satisfatória.

Entre as pessoas que assitiram a exibição teste de Harry Potter 7 em Chicago estavam o diretor David Yates e os produtores David Heyman e David Barron.

É claro que as pessoas escolhidas assinam contratos prometendo que não revelarão o que viram, mas sabemos que isso não as impede de contar tudo o que sabem, e no caso do sétimo capítulo de Harry Potter, os detalhes chegaram rapidinho ao Leaky Caldron , ótimo site especializado na Saga.

De qualquer forma, se você ainda não leu o livro, ou prefere ser surpreendido nos cinemas, já está avisado que o texto a seguir é composto de SPOILERS e só deve ser lido se você estiver disposto a abrir mão destas possíveis surpresas... Vamos lá?

Nesta apresentação, alguns dos efeitos especiais ainda não estavam finalizados, com telas verdes aparecendo em diversas cenas e com uma trilha sonora ainda provisória e a duração do filme foi de aproximadamente 2:30hrs.

Último aviso... se não quer saber como será Harry Potter 7 pare de ler agora! Considerem-se avisados!








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- Começando pelo início: O letreiro não traz a distinção de que se trata da primeira parte, portanto ele só traz o título "Harry Potter e as Relíquias da Morte"
- O filme começa com uma cena no Ministério da Magia em que o Ministro dá uma Coletiva de Imprensa onde assegura que tudo está sob controle no Mundo Mágico e que bruxos e bruxas estão em segurança.
- A seguir, vemos os Dursley indo embora e Harry fica sozinho com Edwiges na casa da Rua dos Alfeneiros.
- Na sequencia em que os amigos aparecem na casa para levar Harry em segurança, assistimos os amigos transformando-se em Harry, enquanto a câmera viaja entre eles. O divertido é que sabemos quem é quem graças as roupas e as vozes que não mudam.
- E aí vem a perseguição, com a morte da Edwiges e uma grande cena que envolverá vassouras, a moto do Hagrid, carros e os Comensais da Morte. Destaque para a cena em que a moto do Hagrid anda pelas paredes de um túnel.
- Aparece a cena em que Hermione enfeitiça seus pais para que a esqueçam. Quando o feitiço é lançado, vemos Hermione desaparecendo das fotos de família.
- No casamento de Bill e Fleur, Madame Maxime aparece entre os convidados,
- Uma animação conta a história das Relíquias da Morte e uma série de flashbacks com a participação de Dumbledore e do professor Slughorn mostra a trajetória das Horcruxes. Quando todos estão na festa do casamento, ela é invadida pelos Comensais da Morte.
- Outra cena do livro, a reunião de Voldemort com seus asseclas na Mansão Malfoy também acontece e vemos Lucius Malfoy tremendo diante daquele que não deve ser nomeado.
- Dobby e Monstro aparecem em diversas cenas e a interação entre os dois é muito engraçada.
- No acampamento, são mostrados os feitiços que Hermione coloca para protegê-los dos Comensais da Morte.
- Quando Ron vai destruir um dos horcruxes, ele vê Harry beijando Hermione.
- Cada vez mais irritado, Ron decide deixar o acampamento em uma cena bastante dramática.
- Em Goddric's Hollow, o memorial aos Potter não é mostrado e Nagini sai de dentro da boca da Bagshot e a luta segue até um quarto de criança na casa vizinha.
- Nas cenas no Ministério da Magia; apareceu uma nova estátua na fonte do hall principal do ministério, que mostra trouxas torturando bruxos. Além disso, agora o ministério produz vasto material de propaganda anti-trouxas.
- Ainda no Ministério vemos a Umbridge interrogando pessoas em uma corte de tribunal, enquanto dementeadores sobrevoam.
- Na cena em que o trio é capturado pelos sequestradores é Xenofilio Lovegood quem chama os captores quando diz a palavra Voldemort.
- Hermione é torturada por Belatriz em uma cena na Mansão Malfoy. Dobby consegue estupefaciar Rabicho e assim, liberta Ron e Harry.
- Na cena em que aparece um patronum no formato de uma corça prateada, Harry quebra o gêlo para recuperar a espada, mas quando ele se aproxima, o colar horcux que está em seu pescoço tenta enforcá-lo e o arrasta dentro d'água, sob o gelo.
- Quando Harry consegue finalmente abrir o medalhão do colar, sai de dentro dele um tornado que conversa com Ron e faz surgir um monte de aranhas em sua frente.
- E o filme termina com Voldemort chegando ao túmulo de Dumbledore, abrindo-o e tomando a "Varinha das Varinhas" de suas mãos.

sábado, 14 de agosto de 2010

O Aprendiz de Feiticeiro - A magia volta às telas



Mais um filme do verão cinematográfico americano mais quente dos últimos anos chega aos cinemas brasileiros: a produção dos estúdios Disney, que traz para as telas uma nova versão para o capítulo mais célebre de um de seus clássicos mais notáveis, "O Aprendiz de Feiticeiro", protagonizado por Mickey Mouse em 1940, no filme Fantasia.

A fábula do garoto comum, predestinado a salvar o universo do domínio de um poderoso feiticeiro do mal é agora encenada por atores de carne e osso.

Uma grande aposta, mas com algumas garantias, a equipe que deu recentemente aos estúdios uma nova franquia de sucesso, os filmes "Lenda do Tesouro Perdido" e "A Lenda do Tesouro Perdido: Livro dos Segredos"; ambos com Jon Turteltaub na direção e estrelados por Nicolas Cage.

Desta vez, Nicolas é Balthazar Blake, um poderoso feiticeiro, que recebeu de Merlin (James A. Stephens) a missão de proteger o mundo de feiticeiros do mal comandados por Morgana le Fay (Alice Krige) e Maxim Horvath (Alfred Molina).

Para isso, Blake precisa encontrar o garoto predestinado a vencer a batalha contra o mal e ensinar-lhe magia. E ele aparece em Nova York, Dave (Jay Baruchel) é um nerd apaixonado por física, mas sem qualquer outra habilidade aparente fora deste campo.

O resultado é uma aventura muito simpática, com efeitos especiais deslumbrantes, boas piadas e o ritmo veloz que as aventuras precisam ter para cativar as plateias nos dias de hoje.

O roteiro está longe de ser perfeito, mas de qualquer forma o filme deve atingir em cheio seu público alvo.

Puro entretenimento que tem como atração extra a recriação do antoógico balé de vassouras, baldes e esfregões, de "Fantasia" e que sozinho já justifica a existência do filme.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Robert Plant traz de volta a Band of Joy



O eterno vocalista do Led Zeppelin, Robert Plant já dá novos passos para iniciar uma nova fase em sua carreira.

Às vésperas de completar 62 anos de idade, o artista retoma um capítulo importante do início de sua vida artística, a "Band of Joy", recriada agora com novos músicos e apenas Plant como membro original, é a banda onde ele e o baterista John Bonham começaram a sua carreira em meados da década de 60.

Mas da mesma forma que o grupo posterior de Plant, o Led Zeppelin incorporava a sua irresistível e inovadora sonoridade diversos dos maneirismos da "Band of Joy"; nesta nova encarnação da banda, quem serve como influência criativa e musical agora é o próprio Zeppelin.

Porém, não só ele, no riquíssimo caldeirão musical ainda cabe cada uma das fases musicais de Plant, das velhas raízes blues à música eletrônica, passando até pelo clima bluegrass de seu disco mais recente, em que o músico dividiu os microfones com Alison Krauss, o excelente "Raising Sound" (2007); que por sinal levou nada menos do que todos os 5 Grammys a que foi indicado.

Nesta nova fase, com Plant como único membro original, a banda será formada por Patty Griffin nos vocais, Darrell Scott, multi-instrumentista, Byron House, baixo, Marco Giovino bateria e percussão, e o coprodutor Buddy Miller na guitarra.

O disco ainda não chegou nas lojas, mas a banda já está na estrada. Com um longa tournê que começou no mês de abril, na Inglaterra, o músico tem levado aos palcos um repertório que mistura canções de todas as fases de sua carreira, incluindo os velhos carros de guerra do Led Zeppelin e saborosas versões covers de antigos clássicos que influenciaram tanto o próprio Led, quanto a Band of Joy original.

Claro que as músicas do novo disco também ocupam um lugar de honra neste repertório com um destaque especial para o primeiro single do disco, "Angel Dance".

De acordo com o site oficial do cantor, o novo trabalho chega às lojas de disco no dia 13 de Setembro. Para quem ficou curioso sobre este novo trabalho, resta conferir o videoclipe de "Angel Dance" que já está na rede. Simplesmente imperdível!

Faixas de "Band of Joy"

1.Angel Dance
2.House of Cards
3.Central Two-O-Nine
4.Silver Rider
5.You Can't Buy my Love
6.I'm Falling In Love Again
7.The Only Sound That Matters
8.Monkey
9.Cindy, I'll Marry You One Day
10.Harms Swift Way
11.Satan Your Kingdom Must Come Down
12.Even This Shall Pass Away

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Encontro Explosivo - Tom Cruise, Cameron Diaz e muita correria



Ação, comédia, cenários exóticos, romance, muita adrenalina e dois grandes nomes do cinema parece a lista de ingredientes perfeita para criar um bom filme destinado a ocupar desde a estreia o primeiro lugar na lista de melhores bilheterias; mas no cinema, assim como na culinária, nem sempre a união dos ingredientes resulta em um bom prato.

Existe sempre um tempero extra que é imprevisivel e que faz toda a diferença. Esta é a maior lição que os poderosos do cinema estão aprendendo com "Encontro Explosivo" (Knight and Day -2010), uma super produção com todos os ingedientes possíveis para arrebatar as plateias, mas que no final das contas, não consegue empolgar.

O roteiro acompanha June (Cameron Diaz), uma garota que reforma carros antigos e vai até Wichita buscar peças para seu GTO clássico e no retorno para casa, no aeroporto, tentando embarcar para Boston, esbarra em Roy Miller (Tom Cruise) e passa a viver uma aventura completamente tresloucada ao lado dele, que se revela um agente secreto em uma missão solitária e desesperada para tentar evitar que uma nova fonte de energia caia em mãos erradas.

No encalço do heroi, o agente Fitzgerald (Peter Sarsgaard) deixa uma dúvida sobre suas reais intenções e está sempre a poucos passos de distância de alcançar Miller.

Tudo é muito veloz, perigoso e embora existam poucas pausas na ação em que o público possa efetivamente respirar, o filme acaba sendo muito mais uma longa e descartável sequência de cenas esteticamente bem trabalhadas e que certamente ficam bem distantes das intenções do bom diretor James Mangold.

Para salvar "Encontro Explosivo" do desastre total apenas o carisma de Cruise e Diaz e a graça de algumas situações o que considerando as expectativas e os custos da mega-produção é muito pouco. Uma pena.

sábado, 19 de junho de 2010

Os primeiros anos de uma rainha - A Jovem Rainha Vitória (2009)



A monarquia talvez seja a instituição britânica mais notável, capaz ainda de provocar em todo mundo sentimentos como curiosidade e admiração, quase sempre temperados por uma boa dose de controvérsia.

Não é por acaso que seus reis e rainhas sejam retratados de tempos em tempos pelo cinema em obras de destaque como "A Rainha" (2007) de Stephen Frears, Elizabeth (1998) e Elizabeth - A Era de Ouro (2009), só para ficar nos mais recentes.

Agora, uma outra personagem desta admirável instituição ganha seu espaço nas telas, trata-se de "A Jovem Rainha Vitória", uma primorosa reconstituição de época, que rendeu 3 indicações e o Oscar de Melhor Figurino, mostrando como foram os primeiros anos da soberana que por mais tempo ocupou o trono britânico.

Com Emily Blunt no papel título, o filme mostra a luta da jovem princesa que sente-se prisioneira do próprio destino, ao descobrir-se como única herdeira do trono de seu tio William (Jim Broadbent).
Protegida de todas as maneiras possíveis durante a infância e adolescência, a jovem mostra bastante personalidade ao não deixar-se manipular pelo ambicioso padrasto Sir John Conroy (Mark Strong).

Inexperiente, já que foi coroada aos 18 anos de idade, ela passa a aceitar os conselhos do Primeiro Ministro Lord Melbourne (Paul Bettany), um político esperto que muitas vezes a coloca em situações desastrosas.

E acaba se apaixonando pelo primo Albert (Rupert Friend), um príncipe alemão que se tornaria seu marido e uma grande influência em seu reinado.

O filme mostra um retrato um pouco mais realista e menos romântico do que "Os Jovens Anos de uma Rainha" (1954), que tem Romy Schneider no papel de Vitória e foi dirigido por Ernst Marischka.

Dirigido pelo canadense Jean-Marc Vallée, "A Jovem Vitória" tem como maior trunfo o fato de apresentar para as novas gerações uma personagem chave de sua época e responsável por inúmeras mudanças nos rumos de seu país, que em suas mãos emergeria como a maior potência mundial de seu tempo.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Cenas do Epílogo de Harry Potter e as Relíquias da Morte serão rodadas nesta semana

(Atenção - Este post contem spoilers do final da série Harry Potter - se você ainda não sabe como o livro e/ou os filmes terminam feche esta página imediatamente)












Para os fãs da série Harry Potter esta segunda-feira está sendo um dia muito especial. Nesta tarde começaram a circular pela rede fotos e mais fotos das filmagens de um momento muito especial, as cenas que fecham toda a saga porque fazem parte do Epílogo, o último capítulo de "Harry Potter e as Relíquias da Morte".

O filme está sendo rodado na estação de metrô King's Cross, em Londres, sob um forte esquema de segurança. Mas já deu para conferir a "magia" usada pelos maquiadores para envelhecer o elenco. Nas fotos que surgiram na internet dá para ver bem um Daniel Radcliffe já meio calvo e um pouco enrugado e uma Bonnie Wright mais gordinha e com os cabelos mais curtos.

Também dá para ver os garotos que fazem o papel de filhos de Harry e Gina

Não sei quanto a vocês, mas não vejo a hora de assistir os dois últimos filmes, embora ainda tenhamos que esperar muito por este momento, já que a segunda parte de Relíquias da Morte só chega aos cinemas no dia 15/07/2011. A primeira parte estreia no dia 19/11/2010.





sexta-feira, 30 de abril de 2010

Sob a sombra do Mestre - 30 anos sem Alfred Hitchcock



Ele sempre fez as coisas de uma forma diferente e já chamava atenção por seu estilo único com seus primeiros filmes mudos realizados na Inglaterra, na década de 20. Mais tarde, já trabalhando em Hollywood, seus filmes fariam escola influenciando todo o cinema que se fez desde então e mais especialmente remoldando completamente o suspense.

Não é por acaso que o mundo inteiro refere-se ao cineasta como mestre, Alfred Hitchcock levou a arte de assustar o público a um outro patamar. Com uma extensa obra de 67 filmes, quando morreu em 1980, sem nunca precisar cair no terror explícito, o diretor criou algumas das cenas mais assustadoras da história do cinema.

Começando sua carreira em 1922, com o filme "The Number 13", que não chegou a finalizar e ainda permanece inédito; o cineasta mudou-se para os EUA em 1939 e lá fez seus filmes mais consagrados como "Janela Indiscreta" (Rear Window - 1954), "Um Corpo que Cai" (Vertigo - 1958) e "Psicose" (Psycho - 1960).

Menos populares, mas não menos geniais "Rebecca" (1940), "O Correspondente Estrangeiro" (Foreign Correspondent - 1940) e "Quando Fala o Coração" (Spellbound - 1945) são apenas alguns exemplos de uma fase brilhante de sua obra que costuma ser deixada de lado, muito mais por serem filmes mais antigos, ainda em preto-e-branco e bem mais difíceis de encontrar nas locadoras.

E falando nestes filmes mais antigos, algumas produções da chamada fase britânica de Hitchcock foram refeitas nos EUA, como “O Homem que Sabia Demais (The Man Who Knew Too Much - 1934), que recebeu uma nova versão homônima em 1955 estrelada por James Stewart e Doris Day.

Os atores que participam dos filmes de Alfred Hitchcock merecem um capítulo a parte em sua obra. Existe uma lenda que o mestre tratava muito mal seus atores e atrizes, mesmo assim, grandes nomes do cinema estrelaram os filmes do cineasta como Cary Grant, James Stewart, Gregory Peck, Rod Taylor e Ray Milland, mas sua escolha por belas atrizes acrescentaria mais uma polêmica a sua lenda, a de ter fetiche por mulheres louras e gélidas como Grace Kelly, Ingrid Bergman, Tippi Hendren e Janet Leigh.

Como todo gênio, Hitchcock também tinha sua dose de excentricidades, uma delas adicionou a seus filmes uma atração extra, a de encontrar a cena em que o diretor faz sua aparição, sempre sem falas e de forma muito criativa, que funcionava como uma espécie de assinatura, o mestre pode ser visto perdendo um ônibus em "Intriga Internacional" (North by Northwest - 1959) ou passeando com cãezinhos logo nas primeiras cenas de "Os Pássaros" (The Birds - 1963).

Muitas coisas que se vêem em filmes de outros cineastas importantes como Brian de Palma, Francis Ford Copolla e até Steven Spielberg foram influenciadas por sua maneira peculiar de filmar e até mesmo o uso que fazia da música para marcar suas cenas mais assustadoras acabaria tornando-se algo muito presente no suspense desde então.

E às vezes esta influência vai mais além, para se ter uma ideia, basta dizer que no ano de 2008, a produtora Dreamworks de propriedade de Steven Spielberg chegou a ser processada pelos herdeiros de Alfred Hitchcock por plágio, dadas as inúmeras semelhanças entre o filme Paranóia (Disturbia - 2007) e Janela Indiscreta.

O que não dizer de outro caso marcante o do diretor Brian de Palma que na década de 80 fez em "Dublê de Corpo" (Body Double-1984) inúmeras citações muito claras aos maneirismos do mestre, conseguindo como resultado um excelente thriller considerado até hoje um dos melhores filmes do diretor.

Até no recente “A Ilha do Medo” (Shutter Island - 2010), do diretor Martin Scorsese podem ser encontrados ecos muito claros da obra do mestre, seja na utilização da música ou em citações mais explícitas dos grandes clássicos do diretor. Além disso, o filme tem como seu tema principal um medo que nem os personagens, nem os espectadores conseguem definir; o exato "ingrediente" psicológico favorito de Alfred Hitchcock.


Alfred Hitchcock Filmografia:


1922 The Number 13 (inacabado e inédito)
1925 O Jardim dos Prazeres
1927 O Inquilino
1927 O Ringue
1928 Champagne
1928 A Mulher do Fazendeiro
1928 Easy Virtue
1929 Carta Negra
1930 Assassino !
1931 The Skin Game
1932 Nº 17
1933 Rico e Estranho
1934 O Homem que Sabia Demais
1934 Valsas de Viena
1935 OS 39 Degraus
1936 Sabotagem
1936 Agente Sereto
1937 Jovem e Inocente
1938 A Dama Oculta
1939 Estalagem Maldita
1940 Rebecca
1941 O Casal Smith
1942 Suspeita
1942 Sabotador
1943 A Sombra de uma Dúvida
1946 Interlúdio
1948 Festim Diabólico
1949 Sob o Signo de Capricórnio
1951 Pacto Sinistro
1953 Eu Confesso
1954 Disque "M" Para Matar
1954 Janela Indiscreta
1955 Ladrão de Casaca
1955 O Terceiro Tiro
1956 O Homem que Sabia Demais
1956 O Homem Errado
1958 Um Corpo que Cai
1959 Intriga Internacional
1960 Psicose
1963 Os Pássaros
1964 Marnie, Confissões de uma Ladra
1966 Cortina Rasgada
1969 Topázio
1972 Frenesi
1976 Trama Macabra

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Video de Plundered in my Soul cai na rede



A maior banda de rock do mundo, os Rolling Stones sempre surpreendem, seja lançando material novo ou como neste momento, revirando e dando um tratamento tecnológico aos clássicos do passado.

Já se sabe que o aguardadíssimo pacote de relançamento do disco "Exile on Main Street" de 1972 vem cheio de músicas que "sobraram" nas seções de gravação do disco, que por sinal é considerado a melhor coisa que a banda fez em seus 48 anos de carreira.

Mas a boa notícia é que estas "velhas novidades" estão chegando aos ouvidos do público e mais uma vez batendo recordes de venda e aceitação.
Contrariando até mesmo as máximas da indústria que pregam a morte do mercado fonográfico, o single de "Plundered in my Soul" lançado no dia 17 de abril, nos formatos CD e vinil, esgotou-se em poucas horas e levou a banda a ocupar a segunda posição no ranking de vendas da revista especializada Billboard.

O que aumenta consideravelmente as expectativas para a vendagem da reedição de "Exile On Main Street", que chega às lojas do mundo inteiro no dia 18 de Maio.

Com todas as faixas originais e mais 10 extras o disco será lançado em formatos variados para todos os bolsos, incluindo versões especiais numeradas para colecionadores que incluem livros de fotos e um documentário especial sobre as gravações editado em DVD.

Enquanto "Exile On Main Street" não chega às lojas, podemos ter uma pequena amostra do material inédito no vídeo oficial do single "Plundered in My Soul", que já está no Youtube.

domingo, 11 de abril de 2010

Chico Xavier humaniza o mito



O letreiro apresentado na abertura da cinebiografia de Chico Xavier dá uma pista sobre o que estamos prestes a assistir quando afirma que a vida de um homem não cabe em apenas um filme.

A do biografado com certeza não caberia, foram mais de 90 anos dedicados ao próximo, com um amor e uma doçura pouquíssimas vezes vistas em um ser humano, que as circunstâncias e a obra extensa, de 400 livros psicografados, acharam de mistificar e praticamente santificar; mas que o cinema aqui, opta por humanizar.

O filme de Daniel Filho, baseado no livro "As Muitas Vidas de Chico Xavier" de Marcel Souto Maior, adaptado excepcionalmente por Marcos Bernstein, pinta um retrato sobretudo humano do mito, usando como linha condutora uma apresentação dele ao vivo, no Programa Pinga-Fogo, uma espécie de ancestral do Roda-Viva, que no início da década de 70 criou polêmica ao tentar desmascarar o médium em rede nacional e não conseguir, mesmo sabatinando-o por mais de 3 horas seguidas, estourando completamente sua duração habitual de apenas 1 hora.

A produção então leva o espectador até a infância difícil de Chico (Matheus Rocha), a morte da mãe (Letícia Sabatella), as torturas da madrinha (Giulia Gam) e as vozes que já não o deixavam em paz, "em seu canto" como ele mesmo deseja em sua conversa com o simpático Padre Scarzelo (Pedro Paulo Rangel).

O garoto cresce e o ator Angelo Antonio assume o personagem e ajuda a mostrar algumas de suas características mais fascinantes, a batalha incansável pelo próximo, quando literalmente trabalha até os olhos sangrarem e mais tarde a expulsão da casa de sua família pela confusão que seu trabalho de filantropia causava; em uma das cenas mais emocionantes do filme em que contracena com a atriz Carla Daniel.

E o primeiro encontro de fato com Emmanuel (André Dias), o guia espiritual que o acompanhará por toda a vida.

Mas das três fases retratadas da vida de Chico, a melhor e mais impressionante é a terceira; já na década de 70, quando é interpretado brilhantemente por Nelson Xavier, como um homem que fisicamente começa a aparentar a fragilidade física que caracterizou as últimas décadas de sua vida.

Além dos problemas de saúde aparecem mais umas tantas facetas humanas, o medo de morrer, responsável por um dos momentos mais divertidos do filme, a vaidade, o bom humor, enfim, qualidades e defeitos que costumamos negar com facilidade aos mitos.

E para não deixar de fora alguns fatos importantes que comprovam a relevância de Chico na própria história do país, Daniel Filho optou por incorporar às tantas histórias reais da vida do médium, uma ficção que sintetiza algumas das que ficaram mais notórias: as polêmicas absolvições de réus baseadas em mensagens das vítimas psicografadas por Chico.

Orlando (Tony Ramos), um ateu ferrenho, combate a crença da esposa Glória (Cristiane Torloni) no médium, até que lê com seus próprios olhos uma mensagem do filho morto em um acidente com arma de fogo e a leva ao tribunal ajudando a inocentar o acusado pela morte de seu filho.

Uma chance para conhecer melhor um personagem que foi acima de tudo um exemplo de vida que deveria ser seguido com uma maior frequência, por todos os seres humanos, independente de religião e origem.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Dupla Implacável - Já não se fazem mais filmes de espião como antigamente



O final da Guerra Fria quase enterrou completamente um estilo bastante popular dentro do gênero filmes de ação; os chamados filmes de espionagem. Eles faziam a alegria de um grande público que podia curtir roteiros mirabolantes, com altas doses de adrenalina onde sempre os bons venciam os maus, não importando nem um pouco a desigualdade da luta.

O exemplo mais óbvio deste estilo, a série James Bond, com seus 27 filmes, muitos dos quais apresentando o herói britânico cercado por inúmeros inimigos, desarmado e prestes a morrer, quando repentinamente algo fisicamente impossível de acontecer do lado de cá da tela, mas comum do lado de lá, o salva e devolve a ordem ao mundo.

Mas vivemos outra época e o "bicho-papão" a ser derrotado não é mais o comunismo e seus soldados bem treinados, mas meio bobões, que sempre apanhavam muito no final.

Que o diga o personagem principal de "Dupla Implacável", James Reece (Jonathan Rhys Meyers), um novato no trabalho da agência, colocando ainda microfones em salas da embaixada e trocando placas de automóveis para tirar pessoas importantes de possíveis situações embaraçosas, o rapaz ainda não viu nenhuma ação real de espionagem, em um mundo em que segurança antiterrorismo tornou-se a razão de viver da agência para quem trabalha secretamente, enquanto publicamente aparece como um simples funcionário da embaixada americana em Paris.

Mas tudo muda quando vai buscar no aeroporto Charlie Wax (John Travolta) a pedido da Agência. Agente veterano, Wax faz o tipo que atira primeiro e depois faz as perguntas, deixando um rastro de sangue e de balas por onde passa, ora atirando em chineses traficantes de drogas, ora detonando uma célula de terroristas árabes em um prédio decadente dos subúrbios parisienses, ora perseguindo mais alguns árabes em alta velocidade com uma bazuca.

A relação entre os grupos talvez faça sentido apenas para o roteirista, mas tudo é muito rápido, sangrento e barulhento. Dirigido por Pierre Morel que fez recentemente o também mega-violento "Busca Implacável" (2008), o filme é para quem ainda consegue divertir-se com histórias sobre valentões patriotas que só param de atirar para apreciar um hamburguer bem americano, tirado de um saquinho de papel, no meio da madrugada em Paris.

Claro que uma boa parte da graça está em observar John Travolta divertindo-se com seu personagem imprevisível e boca suja. Careca e de cavanhaque, visualmente o ator parece muito mais outro "fora-da-lei" do que o herói que está lá para salvar o mundo mais uma vez.

Por estas e por outras, imagino o que o bom e velho James Bond não diria sobre estes agentes secretos de hoje em dia, capazes do sacrilégio de trocar a magnífica culinária francesa por um mero hamburguer... Ianques, bah!...

quarta-feira, 31 de março de 2010

O terror da vida após a morte



A vida após a morte pode ser assustadora. Essa é a ideia por trás do filme "After.Life", que estreia nos EUA no dia 09 de Abril e tem Christina Ricci e Liam Neeson encabeçando o elenco.

Dirigido e roteirizado pela diretora polonesa Agnieszka Wojtowicz-Vosloo, o filme conta a história de Anna (Christina Ricci), que sofre um terrível acidente de carro e acorda na mesa de uma funerária, onde Eliot Deacon (Liam Neeson), prepara seu corpo para o funeral.

Confusa e apavorada, ela acha que ainda está viva e tenta comunicar-se com Eliot. Este, por sua vez, acredita que tem a capacidade de comunicar-se com os mortos e garante que está ali para ajudá-la a fazer a transição para a vida após a morte.

No elenco de "After.Life" também está Justin Long, no papel de Paul, o namorado de Anna que suspeita que coisas estranhas estão acontecendo na tal funerária. O filme ainda não tem uma data de estreia prevista no Brasil.

terça-feira, 30 de março de 2010

A Caixa tenta resgatar clima do seriado "Além da Imaginação"



No papel, o filme "A Caixa", tem um apelo especial para os mais velhos, aqueles que sentem muita falta do excelente seriado "Além da Imaginação" e suas histórias absolutamente originais e assustadoras, que eram sozinhas a melhor desculpa para ficar na frente da TV entre as décadas de 60 e 80.

Baseado no conto “Button, Button,” do escritor Richard Mathenson, o filme conta a história de uma família americana comum, que em um belo dia, em plena década de 70, recebe pelo correio uma estranha caixa de madeira, com um botão vermelho protegido por uma cúpula de vidro.

A princípio Arthur (James Marsden) e Norma (Cameron Diaz) não entendem nada e imaginam tratar-se de algum tipo de propaganda ou piada, até que aparece na porta deles o estranho e desfigurado Arlington Steward (Frank Langella), com uma proposta ainda mais estranha: basta que um deles aperte o tal botão para que recebam 1 milhão de dólares; porém, e sempre tem um porém, fazendo isso, uma pessoa que eles não conhecem morrerá em algum lugar.

A situação é estranha, mas o casal tem algumas boas razões para aceitar o pacto e com isso mergulhar em situações cada vez mais estranhas e surpreendentes.

Embora a ideia seja muito interessante e provocadora por excelência, a adaptação dela para o cinema pelo quase sempre bom diretor Richard Kelly (Donnie Darko), ao deixar de lado a explicação dos mistérios acaba com a expectativa de um bom episódio de "Além da Imaginação", para entregar ao público um "Arquivo X" ruim.

O visual é até bem estiloso, com efeitos especiais interessantes, mas o resultado final é decepcionante. Uma pena, porque o material tinha potencial até para motivar um bom revival de um estilo que anda meio esquecido no cinema que se faz hoje em dia.

domingo, 14 de março de 2010

Ilha do Medo marca a volta de Scorsese a sua melhor forma



O mestre está de volta! Martin Scorsese andou sumido, seu projeto mais recente foi o ótimo documentário musical “Shine a Light”(2008), mas sua ausência vinha sendo sentida nas suas outras frentes de trabalho e o suspense sempre foi sua linguagem mais expressiva.

Baseado em um livro de Dennis Lehane, a história de "Ilha do Medo" acontece em 1954, quando Teddy Daniels (Leonardo DiCaprio), um agente federal deve investigar o desaparecimento de uma paciente do hospital psiquiátrico, onde são internados os criminosos considerados insanos, em Shutter Island.

Para não correr o risco de “estragar” o filme para quem ainda não viu, só dá para dizer que nada é o que parece na tal ilha e os mistérios começam no momento em que o barco em que os dois policiais federais Teddy e Chuck (Mark Ruffalo) chega à ilha, com o capitão avisando que devem desembarcar rapidamente pois não poderia ficar atracado por muito tempo.

E em uma trama em que cada personagem tem sua dose de estranheza e razões nada óbvias brilha a câmera nervosa do diretor que já havia dado ao mundo pelo menos uma obra-prima do suspense: “Cabo do Medo”.

Nas cenas em que mostra os pesadelos de Teddy, o diretor brilha como só Kubrick havia conseguido ao mostrar as alucinações de Jack Torrance (Jack Nicholson) em “O Iluminado” e com os mesmos resultados assustadores e inquietantes.

Também merece ser citado aqui o trabalho dos atores, e aí, os melhores momentos acontecem quando Di Caprio e Ben Kingsley, como Dr. Cawley, o psiquiatra responsável pelo Hospital, estão frente à frente.

Vi em alguns sites, insinuações de que Scorsese teria deixado de estrear o filme em 2009 para evitar bater de frente com o fenômeno “Avatar”, mas esta informação parece não fazer nenhum sentido já que se tivesse concorrido ao Oscar 2010, nem Avatar, nem Guerra ao Terror teriam a menor chance.

Além disso, o filme tem se mostrado muito bem nas bilheterias, arrecadando em poucas semanas de exibição, 143 milhões de dólares pelo mundo e desta forma superando "Os Infiltrados" até então seu filme de maior sucesso financeiro, com 132 milhões desde seu lançamento em 2006.

"Ilha do Medo" é sem exagero, um dos melhores filmes de suspense dos últimos anos e olha que nem é em 3D!

sábado, 6 de março de 2010

Palpites para o Oscar 2010 - Quem vai levar a estatueta para casa?



A festa do Oscar acontece amanhã em Los Angeles, esta já é a 82ª edição e muita gente que gosta e se interessa por cinema não consegue mais segurar a ansiedade.

Com a nova regra de indicação de 10 candidatos para melhor filme, prever quem levará a desejada estatueta para casa ficou ainda mais difícil.

Para ajudar todo mundo que ainda está meio perdido com tantos candidatos, estou publicando aqui a lista com as minhas apostas deste ano, com algumas observações extras que cabem para aquela categoria específica.

Ah! As categorias que ficaram de fora em minha lista, como a de Documentários, por exemplo, foram as que contem filmes que ainda não vi e por isso, não pude opinar.

E por falar em opinião, clicando no nome dos filmes, dá para acessar as reviews publicadas aqui e no Planeta Cinema.

E aí leitores? Viram todos os filmes? Concordam? discordam? Tem outros palpites?

Ator

Vai Ganhar: Jeff Bridges (Coração Louco)
Merecia Ganhar: Colin Firth (Direito de Amar)

Ator Coadjuvante

Vai Ganhar: Christoph Waltz (Bastardos Inglórios)
Merecia Ganhar: Matt Damon (Invictus)

Atriz

Esta é uma categoria que deveria terminar empatada, já que as duas merecem o prêmio:

Sandra Bullock (Um Sonho Possível)
Meryl Streep (Julie & Julia)

Atriz Coadjuvante

Mo'Nique (Preciosa)

Animação

Up - Altas Aventuras

Direção de Arte

Avatar

Fotografia

Vai Ganhar: Bastardos Inglórios

Merecia Ganhar: A Fita Branca

Figurino

Vai Ganhar: Jovem Vitória
Merecia Ganhar: Coco Antes de Chanel

Direção

Outra categoria complicada, mas uma das mais importantes.
Não podemos esquecer que a Academia tem seus fatores políticos que acabam influenciando (e muito) algumas escolhas. Por isso:

Merecia Ganhar: James Cameron (Avatar)
Vai Ganhar: Kathryn Bigelow (Guerra ao Terror)

Montagem

Guerra ao Terror

Filme Estrangeiro

Merecia Ganhar: O Segredo de Seus Olhos (Argentina)
Vai Ganhar: A Fita Branca (Alemanha)

Maquiagem

Star Trek

Trilha Sonora Original

Up - Altas Aventuras

Canção

"The Weary Kind" (Coração Louco)

Som

Avatar

Efeitos Sonoros

Avatar

Efeitos Visuais

Avatar

Roteiro Adaptado

Vai Ganhar: Amor Sem Escalas
Merecia Ganhar: Educação

Roteiro Original

Vai Ganhar: Bastardos Inglórios
Merecia Ganhar: Um Homem Sério

Melhor Filme

Até onde sabemos, geralmente quem ganha melhor diretor, também ganha melhor filme.
Quando a Academia resolveu indicar 10 filmes para concorrer a esta categoria, muita gente criticou dizendo que os 5 filmes que ficaram de fora da indicação de direção, não têm a menor chance de levar o prêmio.
Estou apostando que neste ano, o prêmio de melhor filme não coincidirá com o de melhor diretor, assim:

Poderia ganhar: Guerra ao Terror
Vai ganhar: Avatar

terça-feira, 2 de março de 2010

Filme argentino "O Segredo de seus Olhos" concorre ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro



Em ano de Copa do Mundo, nossos "hermanos" argentinos conseguiram entrar no seleto grupo de indicados ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro "O Segredo de Seus Olhos"; enquanto nós ficamos de fora, com "Salve Geral".

Mas antes de murmurar aqueles impropérios que a nossa eterna rivalidade sugere automaticamente é necessário deixar claro que não só a indicação foi merecida, como o próprio prêmio cairia muito bem para essa produção.

Benjamin Esposito (Ricardo Darin) é um agente de justiça aposentado que resolve escrever um livro sobre um caso de estupro seguido de homicídio, que investigou na década de 70 e que nunca conseguiu esquecer.

A partir daí, começa uma longa viagem ao passado, revisitando os detalhes em sua memória, especialmente o amor que manteve em segredo por 25 anos, pela advogada Irene Menendez Hastings (Soledad Villamil).

A solução do caso e a punição do responsável passa a ser uma obsessão para Benjamin e mesmo com as outras pessoas aconselhando-o a esquecer o assunto, ele continua seu trabalho e isso quase acaba custando sua vida, durante a Ditadura.

Com cenas fortes, diálogos inteligentes, uma ambientação perfeita e pelo menos uma sequencia de tirar o fôlego, que acontece dentro de um estádio de futebol, o filme dá uma aula sobre a importância de ter em mãos um roteiro bem escrito.

Baseado no livro "La pregunta de sus ojos" (A pergunta dos seus olhos), de Eduardo Sacheri, que também adaptou o roteiro em um filme que tem tudo: suspense, reviravoltas surpreendentes, romance e até ótimas cenas de humor protagonizadas por Guillermo Francella, no papel de Pablo Sandoval, o colega alcoólatra de Benjamim, que o auxilia nas investigações.

Dirigido por Juan José Campanella e com o cinema noir como maior influência, o filme é uma lição de cinema que até mesmo Hollywood poderia aprender para melhorar suas produções tanto em conteúdo, como em forma.

segunda-feira, 1 de março de 2010

O Lobisomem - Quando ação e vísceras substituem o mistério



Produzido em 1941, o fllme "O Lobisomem" original é considerado um dos maiores clássicos da história do cinema de terror, e ainda hoje consegue assustar mesmo sem possuir grandes efeitos especiais, ou cenas de violência mais explícita, utilizando simplesmente um clima de tensão constante causada pela mágica interação entre um elenco talentoso, uma inspirada direção e um bom roteiro que mantinha o público no escuro, revelando lentamente o horror de uma terrível maldição.

Mas estamos em uma outra época, que não só permite filmar qualquer coisa que a imaginação sonhar, como também, depois da chamada crise economica, existe uma tendência de investidores e estúdios em apostar nas histórias já conhecidas do público e remakes tornaram-se prioridade.

Mas o projeto, que era muito bom no papel, não correu assim tão facilmente na prática e até uma troca de diretor aconteceu durante as filmagens; com Joe Johnston (Jumanji) assumindo a direção.

O resultado final é um filme irregular, onde os efeitos especiais de ponta e uma ação quase ininterrupta tentam substituir o clima de tensão do original, mas sem muito sucesso.

E se a violência, explícita, com todo o sangue e as vísceras pulando na direção da câmera são um ponto negativo nesta nova versão, a direção de arte procura nos detalhes da época vitoriana o "ar de mistério" que a explicitude das cenas mais violentas nos roubou.

O roteiro da nova versão tem algumas diferenças significativas para o original, mas basicamente conta a história de Lawrence Talbot (Benício Del Toro), um ator que afastou-se de sua família aristocrática, mas retorna à casa de seu pai Sir John Talbot (Anthony Hopkins), atendendo a uma carta de Gwen Conliffe (Emily Blunt), noiva de seu irmão Ben (Simon Merrells), preocupada com seu desaparecimento.

Logo ao chegar, Lawrence descobre que o irmão foi morto por um animal selvagem e quase tem o mesmo destino, ao atacar juntamente com outros habitantes do vilarejo, um acampamento de ciganos.

Com a ajuda de Gwen, ele se recupera, mas acaba sendo enviado por seu pai para um sanatório em Londres, onde descobre a verdade sobre sua nova condição e a maldição de que toda a sua familia é vítima, foge e é perseguido por um inspetor da Scotland Yard (Hugo Weaving).

Com muita ação e cenas de violência e terror explícito, a nova versão mostra em todas as cores, aquilo que o filme original apenas sugeria, o que talvez esteja mais de acordo com o gosto das platéias atuais que parecem mesmo incapazes de apreciar sutilezas.

Os atores estão razoáveis, distantes de qualquer lampejo de genialidade, mas ainda dá para destacar o trabalho dos veteranos Geraldine Chaplin, como a cigana (Maleva) e de Anthony Hopkins.

É claro que o filme original é bem melhor, um verdadeiro marco da sétima arte, mas o remake não faz tão feio assim, pelo menos, pode divertir aqueles que ainda não tiveram a chance de ver o original.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Simplesmente Complicado faz graça a partir de um romance improvável



A diretora Nancy Meyers, que já tem em seu currículo filmes como “O Amor Não Tira Férias”’ e “Alguém Tem que Ceder” está de volta às telas, mostrando mais uma vez sua predileção por fazer graça explorando todos os possíveis desencontros dos relacionamentos amorosos.

No caso de “Simplesmente Complicado”, Jane (Meryl Streep) é uma mulher divorciada há dez anos, que reencontra o ex-marido Jake (Alec Baldwin) em um hotel, em Nova York, onde ambos foram para acompanhar a formatura do filho mais novo.
Em um daqueles golpes inexplicáveis do destino, os dois terminam uma longa noite de bebedeira dividindo a cama e se tornam amantes.

O casal improvável esconde o romance de todo mundo, incluindo os filhos, criando situações cada vez mais difíceis em seus encontros clandestinos. Para Jane, o romance é a oportunidade ideal para vingar-se da atual esposa de Jake, assumindo o papel de amante na vida do ex-marido.

Mas a diversão pela vingança vai aos poucos perdendo a graça e Jane começa a perceber um outro interesse amoroso, Adam (Steve Martin), o arquiteto que é contratado por ela para reformar sua casa.

Com um triângulo amoroso pronto, Nancy entrega ao público diálogos inteligentes, piadas divertidas em um filme que pode até não ser exatamente a mega-produção que seu elenco sugere, mas que certamente é uma das coisas mais divertidas a chegar aos cinemas nestes últimos tempos.

Além disso, é muito bom ver o trio central, todos com bem mais de 50 anos, nesta época em que a juventude é tão valorizada e que o envelhecimento tornou-se algo imperdoável, fazendo um filme tão bom de se ver e com uma mensagem tão clara de que o amor não é um privilégio apenas dos jovens.

Para os brasileiros, uma curiosidade extra; a presença do guitarrista Heitor TP, que já fez parte da banda Simply Red e participa da trilha sonora, como parceiro de Hans Zimmer, aparece logo nas primeiras cenas, tocando violão em uma festa.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Um Homem Sério - Parece Woody Allen, mas é mais uma obra dos irmãos Coen



No final da década de 60, um professor universitário de física chamado Larry Gopnik (Michael Stuhlbarg) vive uma espécie de Inferno Astral, às vésperas de conseguir sua nomeação de professor titular, os problemas começam a tornar sua vida tranquila e pacata em um subúrbio de uma cidadezinha qualquer do meio-oeste americano em um verdadeiro horror.

Os irmãos Coen agora viram suas lentes carregadas de humor negro, para o modo de vida judaico, mostrando Larry, um ativo membro da comunidade às voltas com o filho Danny (Aaron Wolff), que cria problemas na escola judaica quando está prestes a passar por seu Bar Mitzvah, fumando maconha com um colega e devendo dinheiro para outro colega traficante; a filha Sarah (Jessica McManus) rouba dinheiro de sua carteira para fazer uma cirurgia plástica no nariz e em meio a isso tudo, ainda tem a esposa Judith (Sari Lennick), que pede divórcio para casar-se com um velho amigo da família Sy Ableman (Fred Melamed), sem falar em Arthur (Richard Kind), o irmão desempregado que começa a apresentar indícios de problemas mentais mais sérios e uma provável completa dependência.

E como se os problemas em casa não fossem grandes o bastante, Clive (David Kang), um aluno sul-coreano de Larry com notas baixas, deixa em seu escritório um envelope cheio de dinheiro e depois manda seu pai negociar com o professor por uma melhora em suas notas e estas negociações incluem até ameaças de processo.

Pensando no que fazer e aonde errou para ter tantos problemas caindo em sua cabeça ao mesmo tempo, Larry decide aconselhar-se com um rabino, mas até essa atitude corriqueira acaba se mostrando complicada.

Com muita coisa em comum com a história bíblica de Jó, mas também com aquele cinismo de que até pouco tempo atrás, apenas Woody Allen era capaz, "Um Homem Sério" convida o espectador a acompanhar o sofrimento de Larry, avisando de suas intenções de ambientá-la dentro da cultura judaica em um curioso prólogo que mostra um casal de judeus poloneses, no século XIX, às voltas com um possível "Dybukk", que seria um espírito que teria o poder de possuir e re-animar o cadáver de alguém que morreu recentemente.

Sem apontar soluções, os irmãos Coen limitam-se a apenas observar Larry em meio ao seu sofrimento, que parece não ter uma causa e não pode ser resolvido sequer pelo mais sábio dos Rabinos.

O jeito é seguir a recomendação de Rashi e "Aceitar com simplicidade, tudo aquilo que acontecer com você" ou ainda seguir o conselho muito sábio do pai de seu aluno Clive e "aceitar o mistério".

"Um Homem Sério" recebeu duas indicações ao Oscar 2010: de Melhor Filme e Roteiro Original.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

"O Fim da Escuridão" marca a volta de Mel Gibson



Um ator que sempre frequentou o primeiro time nos filmes de ação e policiais, mas que também tem um timing muito bom para comédia, assim era a carreira de Mel Gibson, até ele começar a meter os pés pelas mãos e cair em uma espiral de decadência, fanatismo religioso, anti-semitismo e mais uma meia dúzia de escândalos que o levaram a uma boa temporada na "geladeira" de Hollywood.

Mas, ele cumpriu sua "pena" e em 2010, oito anos após "Sinais" (2002), o ator pode finalmente voltar ao estrelato e para isso, um remake de uma minissérie da BBC, com boas doses de suspense e ação viria a calhar.

"O Fim da Escuridão" foi um grande sucesso na TV britânica em 85, contando a história de um policial de homicídios, que acaba precisando investigar o assassinato da própria filha apenas para descobrir uma enorme conspiração onde até o Governo está envolvido.

Com um roteiro que tinha tudo para fazer sucesso novamente nos cinemas, mas que no caso desta nova versão, não funcionou conforme o planejado e trocou os mistérios da conspiração por uma dose extra de ação, em sua expressão mais "brucutu", por assim dizer.

Dirigido pelo britânico Martin Campbell, que por sinal também dirigiu a minissérie original, este "Fim da Escuridão" perdeu uma boa fatia de seu interesse quando passou a ser apenas a expressão da vingança do pai sofrido contra os homens maus que mataram sua filhinha.

O que é um desperdício... bem que eu imaginei que isso fosse acontecer, quando divulgaram a saída de Robert de Niro, que seria o misterioso Jedburgh (Ray Winstone), do elenco.

De qualquer forma, Mel está de volta, mais gordinho, mais velho, com o cabelo ficando mais ralo e muitas milhas e rugas distante daquele que costumava ser uma das maiores razões para ir ao cinema ver um filme de ação qualquer.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Remake de "We are the World" chega à rede



Muita gente famosa reunida por uma boa causa, assim foi em 1985, quando Lionel Richie, Michael Jackson e o maestro Quincy Jones fizeram um disco e um videoclipe para arrecadar dinheiro em favor das vítimas da fome na Etiópia.
E agora, 25 anos depois, aconteceu novamente, desta vez pelas vítimas do catastrófico terremoto do Haiti.

Com um mega elenco e dirigido por Paul Haggis, "We are the World 25" estreiou ontem durante a Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno de Vancouver, em uma versão editada e hoje já pode ser encontrado na íntegra, no Youtube.

Com o ator Jamie Foxx no início, pedindo doações, e a música propriamente dita, que teve tanto letra como arranjo modificados e inclui agora um segmento Rap e outro cantado na língua haitiana, mas mantendo ainda o mesmo espírito de 25 anos atrás com os cantores horas revezando-se ao microfone, horas naquela formação típica de coro.

Além disso, o vídeo também traz algumas cenas filmadas nos escombros do teremoto, onde é simplesmente de arrepiar ver as crianças cantando e brincando novamente.

Mas a surpresa maior talvez seja a presença de Michael Jackson, usando imagens do vídeo original, foi montado um dueto entre Michael e sua irmã, Janet Jackson.

O novo vídeo foi gravado no dia 01/02, em Los Angeles e teve a participação de mais de 80 artistas, entre eles: Celine Dion, Justin Bieber, Usher, Wyclef Jean, Will.i.am, Barbra Streisand, LL Cool J, Toni Braxton, Harry Connick Jnr, Natalie Cole, Jeff Bridges, Vince Vaughn, Randy Jackson,Nicole Scherzinger (Pussycat Dolls), Akon, Tony Bennett, Lionel Richie, Jennifer Hudson, Fergie, Miley Cyrus, Kanye West e Nick Jonas entre outros.

O projeto pretende arrecadar dinheiro para a ajuda humanitária ao Haiti através da venda do download da música e do vídeo.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Novo filme de Roman Polanski agita o Festival de Berlin



Embora ainda continue preso em sua casa, na Suiça, o diretor Roman Polanski tem motivos para comemorar.

A exibição de "Ghost Writer", seu filme mais recente, ontem à noite, durante a 60ª edição do Festival de Berlin, causou a primeira grande agitação do festival que até então estava em ritmo considerado lento.

Além disso, a entrevista coletiva com Pierce Brosnan, Ewan McGregor, Olivia Williams, o escritor Robert Harris, autor "The Ghost" (2007), livro em que se baseou o roteiro e membros da produção do filme foi até agora o evento mais disputado deste ano.

Ainda sem título definido em português, "Ghost Writer" conta a história de um ex-primeiro ministro britânico (Pierce Brosnan), que vive isolado em uma ilha na costa dos EUA e se considera injustiçado pela imprensa de seu país.

Para tentar esclarecer os fatos, o primeiro ministro contrata um "escritor fantasma" (Ewan McGregor) para escrever sua biografia, mas as coisas são muito mais perigosas do que podem aparentar, já que ao chegar na ilha, o contratado descobre que seu antecessor foi misteriosamente assassinado.

O filme ainda não tem uma data de estreia definida, mas pelo sucesso em sua primeira exibição em Berlin, calcula-se que em breve deve chegar aos cinemas do mundo inteiro.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Daniel Radcliffe no Friday Night with Jonathan Ross em 2007





Navegando ontem pelo Youtube, encontrei esta surpreendente entrevista de Daniel Radcliffe, o Harry Potter divulgando a temporada londrina da peça Equus, em 2007, no talk show "Friday Night with Jonathan Ross".

O irreverente apresentador bem que tenta deixar Daniel sem graça com suas piadas sobre a nudez do ator no palco e outros detalhes picantes da peça, mas o ator responde a tudo com grande desembaraço.

Recomendado para os fanáticos por Harry Potter, e para os nem tanto, o vídeo está em duas partes e está em inglês, sem legendas.