segunda-feira, 1 de março de 2010

O Lobisomem - Quando ação e vísceras substituem o mistério



Produzido em 1941, o fllme "O Lobisomem" original é considerado um dos maiores clássicos da história do cinema de terror, e ainda hoje consegue assustar mesmo sem possuir grandes efeitos especiais, ou cenas de violência mais explícita, utilizando simplesmente um clima de tensão constante causada pela mágica interação entre um elenco talentoso, uma inspirada direção e um bom roteiro que mantinha o público no escuro, revelando lentamente o horror de uma terrível maldição.

Mas estamos em uma outra época, que não só permite filmar qualquer coisa que a imaginação sonhar, como também, depois da chamada crise economica, existe uma tendência de investidores e estúdios em apostar nas histórias já conhecidas do público e remakes tornaram-se prioridade.

Mas o projeto, que era muito bom no papel, não correu assim tão facilmente na prática e até uma troca de diretor aconteceu durante as filmagens; com Joe Johnston (Jumanji) assumindo a direção.

O resultado final é um filme irregular, onde os efeitos especiais de ponta e uma ação quase ininterrupta tentam substituir o clima de tensão do original, mas sem muito sucesso.

E se a violência, explícita, com todo o sangue e as vísceras pulando na direção da câmera são um ponto negativo nesta nova versão, a direção de arte procura nos detalhes da época vitoriana o "ar de mistério" que a explicitude das cenas mais violentas nos roubou.

O roteiro da nova versão tem algumas diferenças significativas para o original, mas basicamente conta a história de Lawrence Talbot (Benício Del Toro), um ator que afastou-se de sua família aristocrática, mas retorna à casa de seu pai Sir John Talbot (Anthony Hopkins), atendendo a uma carta de Gwen Conliffe (Emily Blunt), noiva de seu irmão Ben (Simon Merrells), preocupada com seu desaparecimento.

Logo ao chegar, Lawrence descobre que o irmão foi morto por um animal selvagem e quase tem o mesmo destino, ao atacar juntamente com outros habitantes do vilarejo, um acampamento de ciganos.

Com a ajuda de Gwen, ele se recupera, mas acaba sendo enviado por seu pai para um sanatório em Londres, onde descobre a verdade sobre sua nova condição e a maldição de que toda a sua familia é vítima, foge e é perseguido por um inspetor da Scotland Yard (Hugo Weaving).

Com muita ação e cenas de violência e terror explícito, a nova versão mostra em todas as cores, aquilo que o filme original apenas sugeria, o que talvez esteja mais de acordo com o gosto das platéias atuais que parecem mesmo incapazes de apreciar sutilezas.

Os atores estão razoáveis, distantes de qualquer lampejo de genialidade, mas ainda dá para destacar o trabalho dos veteranos Geraldine Chaplin, como a cigana (Maleva) e de Anthony Hopkins.

É claro que o filme original é bem melhor, um verdadeiro marco da sétima arte, mas o remake não faz tão feio assim, pelo menos, pode divertir aqueles que ainda não tiveram a chance de ver o original.

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