domingo, 25 de agosto de 2013

O clube CBGB, templo do punk, é tema de novo filme




Durante mais de 30 anos, o CBGB foi um lugar muito especial em Nova York, um verdadeiro templo onde o punk cresceu e conheceu seus melhores anos.  Agora, que o clube foi desativado e transformou-se em uma loja de roupas, o cinema resolveu mostrar de uma forma bem humorada um pouco do que acontecia por lá.

Dirigido por Randall Miller, o filme conta com Alan Rickman, como o proprietário do club Hilly Kristal, Malin Akerman será Debbie Harry, da banda Blondie, o músico Taylor Hawkins (Foo Fighters) será Iggy Pop, Mickey Sumner é Patti Smith e Rupert Grint será Cheetah Chrome, da banda Dead Boys.

Imperdível para quem se interessa pela história da música e muito especial  para os fãs dos filmes da série Harry Potter, já que Snape e Ron Weasley estão no elenco.

O filme "CBGB" estreia nos EUA no dia 11 de Outubro. Ainda não existe uma data de estreia definida para o Brasil.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Robert Plant completa 65 anos hoje




Um Deus Dourado faz 65 anos hoje! Robert Plant, o melhor cantor que o rock já teve, mas não só isso... Como nenhum outro artista ele é transparente, coloca seu coração em tudo o que canta e o resultado é simplesmente magnífico, inspirador, tocante.

Chega a ser um desafio aos mais sensíveis atravessar uma apresentação completa de Plant com os olhos secos. Aliás, posso dizer por mim, que nem sou assim tão sensível, mas aquela música... ah... aquela música...

Ela parece nem passar pelos ouvidos é uma onda de energia multicolorida que vem direto ao peito e entra pelos poros, arrepia a pele, transformando-se em emoção, uma onda que acaba saindo pelos olhos, imediatamente, desavisada.

A chorona aqui não teve muitas oportunidades de vê-lo ao vivo, mas jamais esquecerá as poucas que teve. Elas vão aquecer o meu coração para sempre!

Parabéns meu querido! Que os mares virtuais da web possam carregar de volta até você pelo menos um pouquinho dessa onda de amor que todos nós, seus fãs, sentem por você e por sua música maravilhosa.

(Para comemorar essa data, fui atrás de algumas raridades que andei colecionando ao longo dos anos... são coisas que nem estão bem gravadas, mas que certamente darão um bom retrato da beleza e versatilidade de sua música)

Crown Vic - Don't



Robert Plant with Rockpile - Little Sister



Page & Plant - Wonderful One



Page & Plant - I Can't Quit You



Robert Plant - All The King's Horses



Page & Plant - Stairway to Heaven in Japan 94



Robert Plant - Thank You (Rio de Janeiro - 94)



segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Nova biografia de Robert Plant chega em setembro

Um dos mais importantes ícones do rock, Robert Plant terá sua história contada em livro, em uma biografia escrita pelo jornalista britânico Paul Rees, a partir de longas entrevistas concedidas recentemente. "Robert Plant: a Life" é, segundo Natalie Jerome responsável pelo setor de não-ficção da Editora Harper Collins: "o mais próximo de Plant estar contando sua própria história."

O livro, que chega às prateleiras no Reino Unido ainda em setembro, será a primeira oportunidade de tomar conhecimento da longa trajetória de Plant, que começou sua carreira muito jovem, participando de diversos grupos musicais durante a década de 60, até ser convidado por Jimmy Page para integrar a nova formação dos Yardbirds.

A reformulação do grupo acabaria indo ainda mais fundo e Robert seria o vocalista e parceiro de composição de Page no lendário Led Zeppelin. Uma banda de sucesso e competência extraordinários, que só nos EUA vendeu 70 milhões de discos.

A nova biografia também aborda a longa carreira solo de Robert Plant e suas colaborações mais recentes com Alison Krauss e a última reunião do Led Zeppelin, em 2007, que serviu de base para o filme "Celebration Day", cujo lançamento em DVD no ano passado serviu para mais uma vez aumentar o volume dos rumores sobre um possível retorno da banda.

Só para lembrar, em 2012, seu companheiro de banda, participou de um projeto similar, chamado "Luz e Sombra - Conversas com Jimmy Page", escrito com o jornalista Brad Tolinski.

"Robert Plant: A Life" é lançado em um momento muito especial na vida do artista, que há poucos dias passou a publicar mensagens no Twitter e teve seu site oficial totalmente reformulado.

Paul Rees, o autor de "Robert Plant: a Life" é ex-editor das revistas Q e Kerrang! e além de conversar com Plant, também entrevistou pessoas ligadas à sua história.
Certamente um livro imperdível não só para seus inúmeros fãs, como para todos os que se interessam pelo legado de um dos artistas mais influentes, que ajudou a mudar completamente a cara da música que se faz hoje em dia.

Ainda não há nenhuma informação sobre o lançamento do livro no Brasil.

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Suspense argentino "Tese sobre um Homicídio" é lição de bom cinema



O cinema da Argentina tem chegado a patamares surpreendentes nos últimos tempos, depois do merecido Oscar de filme estrangeiro para o sensacional "O Segredo dos seus Olhos" (2009), também com o grande ator Ricardo Darín encabeçando o elenco e o mesmo time de produtores, chega às telas "Tese sobre um Homicídio" (2013).

Roberto  Bermudez (Ricardo Darín) é um prestigiado professor de direito criminal que dá aulas para turmas de pós graduação na universidade, quando, no estacionamento embaixo da janela de sua classe, uma mulher é assassinada.

A polícia que investiga o crime, passa a procurar por um psicopata, mas para Roberto, Gonzalo (Alberto Amman), um dos alunos de sua turma e filho de um velho amigo, passa a ser o maior suspeito, por desafiá-lo veladamente todo o tempo.

Sem razões para confiar no sucesso da polícia na investigação, o professor passa a investigar por conta própria o homicídio, juntando cada vez mais evidências, que no entanto, ainda não são boas o bastante para construir um caso sólido contra seu aluno.

Darín está perfeito no papel, mostrando todas as contradições de um velho e experiente profissional, que usa o álcool e o cigarro para tentar esquecer seu cansaço e desilusão com o sistema judiciário.

Como o aluno de Roberto, o filme desafia o espectador a acompanhar em detalhes a penosa investigação, vendo um grande profissional da lei, sentir-se obrigado a seguir o que dita seus instintos, enquanto praticamente se desmonta diante de nossos olhos.

Fantástica e imperdível lição de bom cinema, dirigida por Hernán Goldfrid e baseada em um romance homônimo, "Tese sobre um Homicídio" não é só um bom exercício intelectual, discutindo as inúmeras falhas do sistema judicial, mas também bom suspense, de uma linhagem que descende diretamente do mestre britânico Alfred Hitchcock.
Algo que ganharemos muito aprendendo, especialmente agora em que o cinema brasileiro parece preso para sempre em uma fase de comedinhas chatas e sem nenhuma graça.

Publicado originalmente no site Revista Eletricidade

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

O Grande Gatsby de Luhrmann é acima de tudo um espetáculo visual




O que é uma adaptação literária senão a transformação de palavras em imagens? Neste sentido, talvez, "O Grande Gatsby" de Baz Luhrmann consiga alguma redenção ao transformar um dos maiores livros da literatura americana em um espetáculo, digamos, completamente dentro dos padrões de sua própria estética, o que significa excessos beirando a histeria e uma direção de arte suficientemente competente para nos fazer esquecer da falta de profundidade que pode ser aplicada a tudo o que vemos na tela, amplificada ainda mais pelo uso da tecnologia 3D.

O que não deixa de ser uma tremenda de uma ironia é que Luhrmann fez um filme tão superficial a partir de um livro que antes de mais nada, é uma crítica à superficialidade das elites e de seu hedonismo sem limites, correndo de vento em popa, na década de desbunde que separa o final da Primeira Guerra Mundial da Grande Depressão, em 1929.

Nick Carraway (Tobey Maguire) é um jovem corretor da bolsa de valores em uma efervescente Nova York da década de 20, recém chegado à cidade, ele aluga um pequeno chalé em Long Island, cercado entre os refúgios dos muito ricos, de um lado, os "nouveau riches", em toda a sua vulgaridade e do outro, as famílias tradicionais, fazendo questão de manterem-se distantes.

Um dos vizinhos de Nick é Jay Gatsby (Leonardo DiCaprio), o misterioso dono de uma fortuna, que coloca a cidade em polvorosa com suas festas, monumentais para dizer o mínimo, que se diverte com os inúmeros boatos que circulam pela sociedade sobre sua origem e sobre as origens de seu dinheiro e se aproxima de Nicky, com objetivos inicialmente misteriosos, mas que logo vão sendo revelados, quando ele passa a servir de ponte para Gatsby reaproximar-se de Daisy Buchanan (Carey Mullingan).

A trilha sonora é um capítulo a parte e, mais uma vez, Luhrmann opta pelo anacronismo, usando fartamente o hip hop e o pop contemporâneo para substituir o jazz que fazia furor na década de 20; a trilha ficou nas mãos de Jay-Z e traz como destaque canções com Beyoncé e Lana Del Rey; sendo uma das responsáveis por bons momentos do filme, como o momento da "revelação" de Gatsby, durante uma festa, com "Rhapsody in Blue", explodindo nos alto-falantes, enquanto fogos de artifício colorem a tela.

O uso da música contemporânea não é exatamente um recurso inédito dentro do currículo do cineasta, mas já se provou bastante eficiente em filmes como "Romeu+Julieta" (96) e "Moulin Rouge" (2001).

E se esta adaptação do romance de Fitzgerald não consegue ir muito além do visual estonteante, o trabalho de todo elenco merece destaque.
Além dele, a reverência que Luhrmann demonstra pelo belíssimo uso das palavras do escritor, pode servir para ao menos despertar a curiosidade do público pelo livro e isso, francamente, já é alguma coisa.

Review publicado originalmente na Revista Eletricidade