sábado, 27 de fevereiro de 2010

Simplesmente Complicado faz graça a partir de um romance improvável



A diretora Nancy Meyers, que já tem em seu currículo filmes como “O Amor Não Tira Férias”’ e “Alguém Tem que Ceder” está de volta às telas, mostrando mais uma vez sua predileção por fazer graça explorando todos os possíveis desencontros dos relacionamentos amorosos.

No caso de “Simplesmente Complicado”, Jane (Meryl Streep) é uma mulher divorciada há dez anos, que reencontra o ex-marido Jake (Alec Baldwin) em um hotel, em Nova York, onde ambos foram para acompanhar a formatura do filho mais novo.
Em um daqueles golpes inexplicáveis do destino, os dois terminam uma longa noite de bebedeira dividindo a cama e se tornam amantes.

O casal improvável esconde o romance de todo mundo, incluindo os filhos, criando situações cada vez mais difíceis em seus encontros clandestinos. Para Jane, o romance é a oportunidade ideal para vingar-se da atual esposa de Jake, assumindo o papel de amante na vida do ex-marido.

Mas a diversão pela vingança vai aos poucos perdendo a graça e Jane começa a perceber um outro interesse amoroso, Adam (Steve Martin), o arquiteto que é contratado por ela para reformar sua casa.

Com um triângulo amoroso pronto, Nancy entrega ao público diálogos inteligentes, piadas divertidas em um filme que pode até não ser exatamente a mega-produção que seu elenco sugere, mas que certamente é uma das coisas mais divertidas a chegar aos cinemas nestes últimos tempos.

Além disso, é muito bom ver o trio central, todos com bem mais de 50 anos, nesta época em que a juventude é tão valorizada e que o envelhecimento tornou-se algo imperdoável, fazendo um filme tão bom de se ver e com uma mensagem tão clara de que o amor não é um privilégio apenas dos jovens.

Para os brasileiros, uma curiosidade extra; a presença do guitarrista Heitor TP, que já fez parte da banda Simply Red e participa da trilha sonora, como parceiro de Hans Zimmer, aparece logo nas primeiras cenas, tocando violão em uma festa.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Um Homem Sério - Parece Woody Allen, mas é mais uma obra dos irmãos Coen



No final da década de 60, um professor universitário de física chamado Larry Gopnik (Michael Stuhlbarg) vive uma espécie de Inferno Astral, às vésperas de conseguir sua nomeação de professor titular, os problemas começam a tornar sua vida tranquila e pacata em um subúrbio de uma cidadezinha qualquer do meio-oeste americano em um verdadeiro horror.

Os irmãos Coen agora viram suas lentes carregadas de humor negro, para o modo de vida judaico, mostrando Larry, um ativo membro da comunidade às voltas com o filho Danny (Aaron Wolff), que cria problemas na escola judaica quando está prestes a passar por seu Bar Mitzvah, fumando maconha com um colega e devendo dinheiro para outro colega traficante; a filha Sarah (Jessica McManus) rouba dinheiro de sua carteira para fazer uma cirurgia plástica no nariz e em meio a isso tudo, ainda tem a esposa Judith (Sari Lennick), que pede divórcio para casar-se com um velho amigo da família Sy Ableman (Fred Melamed), sem falar em Arthur (Richard Kind), o irmão desempregado que começa a apresentar indícios de problemas mentais mais sérios e uma provável completa dependência.

E como se os problemas em casa não fossem grandes o bastante, Clive (David Kang), um aluno sul-coreano de Larry com notas baixas, deixa em seu escritório um envelope cheio de dinheiro e depois manda seu pai negociar com o professor por uma melhora em suas notas e estas negociações incluem até ameaças de processo.

Pensando no que fazer e aonde errou para ter tantos problemas caindo em sua cabeça ao mesmo tempo, Larry decide aconselhar-se com um rabino, mas até essa atitude corriqueira acaba se mostrando complicada.

Com muita coisa em comum com a história bíblica de Jó, mas também com aquele cinismo de que até pouco tempo atrás, apenas Woody Allen era capaz, "Um Homem Sério" convida o espectador a acompanhar o sofrimento de Larry, avisando de suas intenções de ambientá-la dentro da cultura judaica em um curioso prólogo que mostra um casal de judeus poloneses, no século XIX, às voltas com um possível "Dybukk", que seria um espírito que teria o poder de possuir e re-animar o cadáver de alguém que morreu recentemente.

Sem apontar soluções, os irmãos Coen limitam-se a apenas observar Larry em meio ao seu sofrimento, que parece não ter uma causa e não pode ser resolvido sequer pelo mais sábio dos Rabinos.

O jeito é seguir a recomendação de Rashi e "Aceitar com simplicidade, tudo aquilo que acontecer com você" ou ainda seguir o conselho muito sábio do pai de seu aluno Clive e "aceitar o mistério".

"Um Homem Sério" recebeu duas indicações ao Oscar 2010: de Melhor Filme e Roteiro Original.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

"O Fim da Escuridão" marca a volta de Mel Gibson



Um ator que sempre frequentou o primeiro time nos filmes de ação e policiais, mas que também tem um timing muito bom para comédia, assim era a carreira de Mel Gibson, até ele começar a meter os pés pelas mãos e cair em uma espiral de decadência, fanatismo religioso, anti-semitismo e mais uma meia dúzia de escândalos que o levaram a uma boa temporada na "geladeira" de Hollywood.

Mas, ele cumpriu sua "pena" e em 2010, oito anos após "Sinais" (2002), o ator pode finalmente voltar ao estrelato e para isso, um remake de uma minissérie da BBC, com boas doses de suspense e ação viria a calhar.

"O Fim da Escuridão" foi um grande sucesso na TV britânica em 85, contando a história de um policial de homicídios, que acaba precisando investigar o assassinato da própria filha apenas para descobrir uma enorme conspiração onde até o Governo está envolvido.

Com um roteiro que tinha tudo para fazer sucesso novamente nos cinemas, mas que no caso desta nova versão, não funcionou conforme o planejado e trocou os mistérios da conspiração por uma dose extra de ação, em sua expressão mais "brucutu", por assim dizer.

Dirigido pelo britânico Martin Campbell, que por sinal também dirigiu a minissérie original, este "Fim da Escuridão" perdeu uma boa fatia de seu interesse quando passou a ser apenas a expressão da vingança do pai sofrido contra os homens maus que mataram sua filhinha.

O que é um desperdício... bem que eu imaginei que isso fosse acontecer, quando divulgaram a saída de Robert de Niro, que seria o misterioso Jedburgh (Ray Winstone), do elenco.

De qualquer forma, Mel está de volta, mais gordinho, mais velho, com o cabelo ficando mais ralo e muitas milhas e rugas distante daquele que costumava ser uma das maiores razões para ir ao cinema ver um filme de ação qualquer.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Remake de "We are the World" chega à rede



Muita gente famosa reunida por uma boa causa, assim foi em 1985, quando Lionel Richie, Michael Jackson e o maestro Quincy Jones fizeram um disco e um videoclipe para arrecadar dinheiro em favor das vítimas da fome na Etiópia.
E agora, 25 anos depois, aconteceu novamente, desta vez pelas vítimas do catastrófico terremoto do Haiti.

Com um mega elenco e dirigido por Paul Haggis, "We are the World 25" estreiou ontem durante a Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno de Vancouver, em uma versão editada e hoje já pode ser encontrado na íntegra, no Youtube.

Com o ator Jamie Foxx no início, pedindo doações, e a música propriamente dita, que teve tanto letra como arranjo modificados e inclui agora um segmento Rap e outro cantado na língua haitiana, mas mantendo ainda o mesmo espírito de 25 anos atrás com os cantores horas revezando-se ao microfone, horas naquela formação típica de coro.

Além disso, o vídeo também traz algumas cenas filmadas nos escombros do teremoto, onde é simplesmente de arrepiar ver as crianças cantando e brincando novamente.

Mas a surpresa maior talvez seja a presença de Michael Jackson, usando imagens do vídeo original, foi montado um dueto entre Michael e sua irmã, Janet Jackson.

O novo vídeo foi gravado no dia 01/02, em Los Angeles e teve a participação de mais de 80 artistas, entre eles: Celine Dion, Justin Bieber, Usher, Wyclef Jean, Will.i.am, Barbra Streisand, LL Cool J, Toni Braxton, Harry Connick Jnr, Natalie Cole, Jeff Bridges, Vince Vaughn, Randy Jackson,Nicole Scherzinger (Pussycat Dolls), Akon, Tony Bennett, Lionel Richie, Jennifer Hudson, Fergie, Miley Cyrus, Kanye West e Nick Jonas entre outros.

O projeto pretende arrecadar dinheiro para a ajuda humanitária ao Haiti através da venda do download da música e do vídeo.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Novo filme de Roman Polanski agita o Festival de Berlin



Embora ainda continue preso em sua casa, na Suiça, o diretor Roman Polanski tem motivos para comemorar.

A exibição de "Ghost Writer", seu filme mais recente, ontem à noite, durante a 60ª edição do Festival de Berlin, causou a primeira grande agitação do festival que até então estava em ritmo considerado lento.

Além disso, a entrevista coletiva com Pierce Brosnan, Ewan McGregor, Olivia Williams, o escritor Robert Harris, autor "The Ghost" (2007), livro em que se baseou o roteiro e membros da produção do filme foi até agora o evento mais disputado deste ano.

Ainda sem título definido em português, "Ghost Writer" conta a história de um ex-primeiro ministro britânico (Pierce Brosnan), que vive isolado em uma ilha na costa dos EUA e se considera injustiçado pela imprensa de seu país.

Para tentar esclarecer os fatos, o primeiro ministro contrata um "escritor fantasma" (Ewan McGregor) para escrever sua biografia, mas as coisas são muito mais perigosas do que podem aparentar, já que ao chegar na ilha, o contratado descobre que seu antecessor foi misteriosamente assassinado.

O filme ainda não tem uma data de estreia definida, mas pelo sucesso em sua primeira exibição em Berlin, calcula-se que em breve deve chegar aos cinemas do mundo inteiro.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Daniel Radcliffe no Friday Night with Jonathan Ross em 2007





Navegando ontem pelo Youtube, encontrei esta surpreendente entrevista de Daniel Radcliffe, o Harry Potter divulgando a temporada londrina da peça Equus, em 2007, no talk show "Friday Night with Jonathan Ross".

O irreverente apresentador bem que tenta deixar Daniel sem graça com suas piadas sobre a nudez do ator no palco e outros detalhes picantes da peça, mas o ator responde a tudo com grande desembaraço.

Recomendado para os fanáticos por Harry Potter, e para os nem tanto, o vídeo está em duas partes e está em inglês, sem legendas.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Videoclipe de Everybody Hurts para ajudar às vítimas do terremoto no Haiti



Logo após o terremoto catastrófico que devastou o Haiti no dia 12/01, a banda REM abriu mão dos direitos da música "Everybody Hurts", um de seus maiores hits, para que tudo o que ela arrecadasse dali em diante ser revertido em favor das vítimas.

Ontem, aproveitando a grande audiência do Superbowl, o videoclipe foi lançado. Com a participação de grandes nomes da música como Bon Jovi, Leona Lewis, Susan Boyle, Miley Cyrus, Kylie Minogue e Rod Stewart.

Tanto o clipe, como a gravação, estão a venda a partir de hoje pela internet com renda revertida para o auxílio das vítimas do terremoto no Haiti.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Premonição 4 - Último filme da franquia tem como maior atração os efeitos em 3D



Como todas as franquias de terror, esta se baseia em uma fórmula que, se inicialmente parecia ser algo de inovador e interessante, ao chegar em seu quarto filme, já está um tanto desgastada e pede por novidades extras.
E a novidade deste "Premonição 4" é a utilização do 3D e embora o efeito siga os padrões tecnológicos da atualidade, no caso deste filme ele tem a mesma função que tinha em clásicos do horror como "Museu de Cera" (1953); o de provocar a máxima aflição na plateia que em diversas ocasiões se desvia dos tantos objetos que parecem voar da tela em sua direção.

E como eles voam! O roteiro conta a história de um mega-acidente em um autodromo durante uma corrida de carros. No meio do público, Nick (Bobby Campo) vê tudo detalhadamente antes de acontecer e consegue sair com seus amigos, "driblando" a morte.

Mas, como nos outros filmes da franquia, os amigos que escaparam vão morrendo um a um e das formas mais esdrúxulas possíveis.

Sem muito mais a acrescentar, este "Premonição 4" só empolga os fanáticos por este tipo bem específico de terror e aqueles que vão ao cinema atrás de uma diversão rápida, com muito sangue, e graças ao 3D, muitas vísceras voando na direção da plateia.

O filme, dirigido por David R. Ellis , que também dirigiu o segundo filme da franquia, fez muito sucesso nos EUA; onde chegou a arrecadar 27 milhões de dólares em apenas um final de semana, em agosto de 2009.

"Premonição 4" chega ao Brasil bem atrasado; sua estreia prometida inicialmente para Setembro de 2009, acaba acontecendo só agora, em Fevereiro de 2010.

Apesar do grande sucesso, o título do filme em inglês promete que este é o último da franquia. Será? Tomara!

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

O Psicólogo mostra o "outro lado" de Hollywood



Depois que o filme independente "Crash" surpreendeu o mundo, ganhando 3, dos 6 Oscars a que havia sido indicado, a ideia de juntar em um mesmo filme histórias de um grande número de personagens que em um determinado momento se intercruzam, tem sido vista com simpatia dentro e fora do circuito independente.

É o caso deste filme, que faz de um analista, o Dr Henry Carter (Kevin Spacey), o ponto comum entre uma estudante (Keke Palmer) com problemas na escola, um redator em busca de uma boa ideia para um script (Mark Webber), um agente de atores totalmente neurótico (Dallas Roberts), uma atriz em decadência por causa de sua idade (Saffron Burrows), um ator viciado em drogas (Jack Huston), um ator na crise da meia-idade (Robin Williams) e mais uns tantos outros personagens que fazem parte do dia-a-dia do psicólogo.

A questão é que o próprio analista está fora de condições de trabalho, sua esposa cometeu suicídio, e ele, mesmo ocupando uma posição privilegiada, atendendo diversas celebridades do cinema e com seu livro de auto-ajuda na lista de best-sellers, sente-se incapaz de ajudar seus pacientes.

Mergulhado em depressão e viciado em maconha, o Dr Carter precisa voltar ao seu melhor para vencer a tarefa de manter o "zoológico" dos diversos personagens de Hollywood em condições de trabalho.

O diretor Jonas Patte, com alguma experiência em seriados e filmes para a TV, desenvolve a história em ritmo lento, mas que serve bem a nós, os fãs de cinema e curiosos por seus bastidores, que podem também divertirem-se buscando semelhanças entre a ficção e as "figuras" reais que circulam no universo hollywoodiano.

Ok, que os personagens por aqui têm uma construção um tanto superficial, mas suas histórias e situações acabam nos lembrando de fatos que as publicações especializadas em celebridades não cansam de registrar.

Mas colocando as "fofocas" de celebridades de lado, o filme ainda tem pelo menos duas atrações excepcionais: o trabalho sempre competente de Kevin Spacey, absolutamente convincente ao retratar a decadência do Dr Carter e o show de interpretação de Robin Willians, que embora não tenha muito tempo de tela, deixa muito claro a que veio.

Também vale prestar uma atenção extra no bom trabalho de Keke Palmer, uma novata com larga experiência na TV que está muito bem como a estudante que ama o Cinema e que, sem querer, acaba conhecendo seus bastidores.