quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Um Homem Sério - Parece Woody Allen, mas é mais uma obra dos irmãos Coen



No final da década de 60, um professor universitário de física chamado Larry Gopnik (Michael Stuhlbarg) vive uma espécie de Inferno Astral, às vésperas de conseguir sua nomeação de professor titular, os problemas começam a tornar sua vida tranquila e pacata em um subúrbio de uma cidadezinha qualquer do meio-oeste americano em um verdadeiro horror.

Os irmãos Coen agora viram suas lentes carregadas de humor negro, para o modo de vida judaico, mostrando Larry, um ativo membro da comunidade às voltas com o filho Danny (Aaron Wolff), que cria problemas na escola judaica quando está prestes a passar por seu Bar Mitzvah, fumando maconha com um colega e devendo dinheiro para outro colega traficante; a filha Sarah (Jessica McManus) rouba dinheiro de sua carteira para fazer uma cirurgia plástica no nariz e em meio a isso tudo, ainda tem a esposa Judith (Sari Lennick), que pede divórcio para casar-se com um velho amigo da família Sy Ableman (Fred Melamed), sem falar em Arthur (Richard Kind), o irmão desempregado que começa a apresentar indícios de problemas mentais mais sérios e uma provável completa dependência.

E como se os problemas em casa não fossem grandes o bastante, Clive (David Kang), um aluno sul-coreano de Larry com notas baixas, deixa em seu escritório um envelope cheio de dinheiro e depois manda seu pai negociar com o professor por uma melhora em suas notas e estas negociações incluem até ameaças de processo.

Pensando no que fazer e aonde errou para ter tantos problemas caindo em sua cabeça ao mesmo tempo, Larry decide aconselhar-se com um rabino, mas até essa atitude corriqueira acaba se mostrando complicada.

Com muita coisa em comum com a história bíblica de Jó, mas também com aquele cinismo de que até pouco tempo atrás, apenas Woody Allen era capaz, "Um Homem Sério" convida o espectador a acompanhar o sofrimento de Larry, avisando de suas intenções de ambientá-la dentro da cultura judaica em um curioso prólogo que mostra um casal de judeus poloneses, no século XIX, às voltas com um possível "Dybukk", que seria um espírito que teria o poder de possuir e re-animar o cadáver de alguém que morreu recentemente.

Sem apontar soluções, os irmãos Coen limitam-se a apenas observar Larry em meio ao seu sofrimento, que parece não ter uma causa e não pode ser resolvido sequer pelo mais sábio dos Rabinos.

O jeito é seguir a recomendação de Rashi e "Aceitar com simplicidade, tudo aquilo que acontecer com você" ou ainda seguir o conselho muito sábio do pai de seu aluno Clive e "aceitar o mistério".

"Um Homem Sério" recebeu duas indicações ao Oscar 2010: de Melhor Filme e Roteiro Original.

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