quarta-feira, 31 de março de 2010

O terror da vida após a morte



A vida após a morte pode ser assustadora. Essa é a ideia por trás do filme "After.Life", que estreia nos EUA no dia 09 de Abril e tem Christina Ricci e Liam Neeson encabeçando o elenco.

Dirigido e roteirizado pela diretora polonesa Agnieszka Wojtowicz-Vosloo, o filme conta a história de Anna (Christina Ricci), que sofre um terrível acidente de carro e acorda na mesa de uma funerária, onde Eliot Deacon (Liam Neeson), prepara seu corpo para o funeral.

Confusa e apavorada, ela acha que ainda está viva e tenta comunicar-se com Eliot. Este, por sua vez, acredita que tem a capacidade de comunicar-se com os mortos e garante que está ali para ajudá-la a fazer a transição para a vida após a morte.

No elenco de "After.Life" também está Justin Long, no papel de Paul, o namorado de Anna que suspeita que coisas estranhas estão acontecendo na tal funerária. O filme ainda não tem uma data de estreia prevista no Brasil.

terça-feira, 30 de março de 2010

A Caixa tenta resgatar clima do seriado "Além da Imaginação"



No papel, o filme "A Caixa", tem um apelo especial para os mais velhos, aqueles que sentem muita falta do excelente seriado "Além da Imaginação" e suas histórias absolutamente originais e assustadoras, que eram sozinhas a melhor desculpa para ficar na frente da TV entre as décadas de 60 e 80.

Baseado no conto “Button, Button,” do escritor Richard Mathenson, o filme conta a história de uma família americana comum, que em um belo dia, em plena década de 70, recebe pelo correio uma estranha caixa de madeira, com um botão vermelho protegido por uma cúpula de vidro.

A princípio Arthur (James Marsden) e Norma (Cameron Diaz) não entendem nada e imaginam tratar-se de algum tipo de propaganda ou piada, até que aparece na porta deles o estranho e desfigurado Arlington Steward (Frank Langella), com uma proposta ainda mais estranha: basta que um deles aperte o tal botão para que recebam 1 milhão de dólares; porém, e sempre tem um porém, fazendo isso, uma pessoa que eles não conhecem morrerá em algum lugar.

A situação é estranha, mas o casal tem algumas boas razões para aceitar o pacto e com isso mergulhar em situações cada vez mais estranhas e surpreendentes.

Embora a ideia seja muito interessante e provocadora por excelência, a adaptação dela para o cinema pelo quase sempre bom diretor Richard Kelly (Donnie Darko), ao deixar de lado a explicação dos mistérios acaba com a expectativa de um bom episódio de "Além da Imaginação", para entregar ao público um "Arquivo X" ruim.

O visual é até bem estiloso, com efeitos especiais interessantes, mas o resultado final é decepcionante. Uma pena, porque o material tinha potencial até para motivar um bom revival de um estilo que anda meio esquecido no cinema que se faz hoje em dia.

domingo, 14 de março de 2010

Ilha do Medo marca a volta de Scorsese a sua melhor forma



O mestre está de volta! Martin Scorsese andou sumido, seu projeto mais recente foi o ótimo documentário musical “Shine a Light”(2008), mas sua ausência vinha sendo sentida nas suas outras frentes de trabalho e o suspense sempre foi sua linguagem mais expressiva.

Baseado em um livro de Dennis Lehane, a história de "Ilha do Medo" acontece em 1954, quando Teddy Daniels (Leonardo DiCaprio), um agente federal deve investigar o desaparecimento de uma paciente do hospital psiquiátrico, onde são internados os criminosos considerados insanos, em Shutter Island.

Para não correr o risco de “estragar” o filme para quem ainda não viu, só dá para dizer que nada é o que parece na tal ilha e os mistérios começam no momento em que o barco em que os dois policiais federais Teddy e Chuck (Mark Ruffalo) chega à ilha, com o capitão avisando que devem desembarcar rapidamente pois não poderia ficar atracado por muito tempo.

E em uma trama em que cada personagem tem sua dose de estranheza e razões nada óbvias brilha a câmera nervosa do diretor que já havia dado ao mundo pelo menos uma obra-prima do suspense: “Cabo do Medo”.

Nas cenas em que mostra os pesadelos de Teddy, o diretor brilha como só Kubrick havia conseguido ao mostrar as alucinações de Jack Torrance (Jack Nicholson) em “O Iluminado” e com os mesmos resultados assustadores e inquietantes.

Também merece ser citado aqui o trabalho dos atores, e aí, os melhores momentos acontecem quando Di Caprio e Ben Kingsley, como Dr. Cawley, o psiquiatra responsável pelo Hospital, estão frente à frente.

Vi em alguns sites, insinuações de que Scorsese teria deixado de estrear o filme em 2009 para evitar bater de frente com o fenômeno “Avatar”, mas esta informação parece não fazer nenhum sentido já que se tivesse concorrido ao Oscar 2010, nem Avatar, nem Guerra ao Terror teriam a menor chance.

Além disso, o filme tem se mostrado muito bem nas bilheterias, arrecadando em poucas semanas de exibição, 143 milhões de dólares pelo mundo e desta forma superando "Os Infiltrados" até então seu filme de maior sucesso financeiro, com 132 milhões desde seu lançamento em 2006.

"Ilha do Medo" é sem exagero, um dos melhores filmes de suspense dos últimos anos e olha que nem é em 3D!

sábado, 6 de março de 2010

Palpites para o Oscar 2010 - Quem vai levar a estatueta para casa?



A festa do Oscar acontece amanhã em Los Angeles, esta já é a 82ª edição e muita gente que gosta e se interessa por cinema não consegue mais segurar a ansiedade.

Com a nova regra de indicação de 10 candidatos para melhor filme, prever quem levará a desejada estatueta para casa ficou ainda mais difícil.

Para ajudar todo mundo que ainda está meio perdido com tantos candidatos, estou publicando aqui a lista com as minhas apostas deste ano, com algumas observações extras que cabem para aquela categoria específica.

Ah! As categorias que ficaram de fora em minha lista, como a de Documentários, por exemplo, foram as que contem filmes que ainda não vi e por isso, não pude opinar.

E por falar em opinião, clicando no nome dos filmes, dá para acessar as reviews publicadas aqui e no Planeta Cinema.

E aí leitores? Viram todos os filmes? Concordam? discordam? Tem outros palpites?

Ator

Vai Ganhar: Jeff Bridges (Coração Louco)
Merecia Ganhar: Colin Firth (Direito de Amar)

Ator Coadjuvante

Vai Ganhar: Christoph Waltz (Bastardos Inglórios)
Merecia Ganhar: Matt Damon (Invictus)

Atriz

Esta é uma categoria que deveria terminar empatada, já que as duas merecem o prêmio:

Sandra Bullock (Um Sonho Possível)
Meryl Streep (Julie & Julia)

Atriz Coadjuvante

Mo'Nique (Preciosa)

Animação

Up - Altas Aventuras

Direção de Arte

Avatar

Fotografia

Vai Ganhar: Bastardos Inglórios

Merecia Ganhar: A Fita Branca

Figurino

Vai Ganhar: Jovem Vitória
Merecia Ganhar: Coco Antes de Chanel

Direção

Outra categoria complicada, mas uma das mais importantes.
Não podemos esquecer que a Academia tem seus fatores políticos que acabam influenciando (e muito) algumas escolhas. Por isso:

Merecia Ganhar: James Cameron (Avatar)
Vai Ganhar: Kathryn Bigelow (Guerra ao Terror)

Montagem

Guerra ao Terror

Filme Estrangeiro

Merecia Ganhar: O Segredo de Seus Olhos (Argentina)
Vai Ganhar: A Fita Branca (Alemanha)

Maquiagem

Star Trek

Trilha Sonora Original

Up - Altas Aventuras

Canção

"The Weary Kind" (Coração Louco)

Som

Avatar

Efeitos Sonoros

Avatar

Efeitos Visuais

Avatar

Roteiro Adaptado

Vai Ganhar: Amor Sem Escalas
Merecia Ganhar: Educação

Roteiro Original

Vai Ganhar: Bastardos Inglórios
Merecia Ganhar: Um Homem Sério

Melhor Filme

Até onde sabemos, geralmente quem ganha melhor diretor, também ganha melhor filme.
Quando a Academia resolveu indicar 10 filmes para concorrer a esta categoria, muita gente criticou dizendo que os 5 filmes que ficaram de fora da indicação de direção, não têm a menor chance de levar o prêmio.
Estou apostando que neste ano, o prêmio de melhor filme não coincidirá com o de melhor diretor, assim:

Poderia ganhar: Guerra ao Terror
Vai ganhar: Avatar

terça-feira, 2 de março de 2010

Filme argentino "O Segredo de seus Olhos" concorre ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro



Em ano de Copa do Mundo, nossos "hermanos" argentinos conseguiram entrar no seleto grupo de indicados ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro "O Segredo de Seus Olhos"; enquanto nós ficamos de fora, com "Salve Geral".

Mas antes de murmurar aqueles impropérios que a nossa eterna rivalidade sugere automaticamente é necessário deixar claro que não só a indicação foi merecida, como o próprio prêmio cairia muito bem para essa produção.

Benjamin Esposito (Ricardo Darin) é um agente de justiça aposentado que resolve escrever um livro sobre um caso de estupro seguido de homicídio, que investigou na década de 70 e que nunca conseguiu esquecer.

A partir daí, começa uma longa viagem ao passado, revisitando os detalhes em sua memória, especialmente o amor que manteve em segredo por 25 anos, pela advogada Irene Menendez Hastings (Soledad Villamil).

A solução do caso e a punição do responsável passa a ser uma obsessão para Benjamin e mesmo com as outras pessoas aconselhando-o a esquecer o assunto, ele continua seu trabalho e isso quase acaba custando sua vida, durante a Ditadura.

Com cenas fortes, diálogos inteligentes, uma ambientação perfeita e pelo menos uma sequencia de tirar o fôlego, que acontece dentro de um estádio de futebol, o filme dá uma aula sobre a importância de ter em mãos um roteiro bem escrito.

Baseado no livro "La pregunta de sus ojos" (A pergunta dos seus olhos), de Eduardo Sacheri, que também adaptou o roteiro em um filme que tem tudo: suspense, reviravoltas surpreendentes, romance e até ótimas cenas de humor protagonizadas por Guillermo Francella, no papel de Pablo Sandoval, o colega alcoólatra de Benjamim, que o auxilia nas investigações.

Dirigido por Juan José Campanella e com o cinema noir como maior influência, o filme é uma lição de cinema que até mesmo Hollywood poderia aprender para melhorar suas produções tanto em conteúdo, como em forma.

segunda-feira, 1 de março de 2010

O Lobisomem - Quando ação e vísceras substituem o mistério



Produzido em 1941, o fllme "O Lobisomem" original é considerado um dos maiores clássicos da história do cinema de terror, e ainda hoje consegue assustar mesmo sem possuir grandes efeitos especiais, ou cenas de violência mais explícita, utilizando simplesmente um clima de tensão constante causada pela mágica interação entre um elenco talentoso, uma inspirada direção e um bom roteiro que mantinha o público no escuro, revelando lentamente o horror de uma terrível maldição.

Mas estamos em uma outra época, que não só permite filmar qualquer coisa que a imaginação sonhar, como também, depois da chamada crise economica, existe uma tendência de investidores e estúdios em apostar nas histórias já conhecidas do público e remakes tornaram-se prioridade.

Mas o projeto, que era muito bom no papel, não correu assim tão facilmente na prática e até uma troca de diretor aconteceu durante as filmagens; com Joe Johnston (Jumanji) assumindo a direção.

O resultado final é um filme irregular, onde os efeitos especiais de ponta e uma ação quase ininterrupta tentam substituir o clima de tensão do original, mas sem muito sucesso.

E se a violência, explícita, com todo o sangue e as vísceras pulando na direção da câmera são um ponto negativo nesta nova versão, a direção de arte procura nos detalhes da época vitoriana o "ar de mistério" que a explicitude das cenas mais violentas nos roubou.

O roteiro da nova versão tem algumas diferenças significativas para o original, mas basicamente conta a história de Lawrence Talbot (Benício Del Toro), um ator que afastou-se de sua família aristocrática, mas retorna à casa de seu pai Sir John Talbot (Anthony Hopkins), atendendo a uma carta de Gwen Conliffe (Emily Blunt), noiva de seu irmão Ben (Simon Merrells), preocupada com seu desaparecimento.

Logo ao chegar, Lawrence descobre que o irmão foi morto por um animal selvagem e quase tem o mesmo destino, ao atacar juntamente com outros habitantes do vilarejo, um acampamento de ciganos.

Com a ajuda de Gwen, ele se recupera, mas acaba sendo enviado por seu pai para um sanatório em Londres, onde descobre a verdade sobre sua nova condição e a maldição de que toda a sua familia é vítima, foge e é perseguido por um inspetor da Scotland Yard (Hugo Weaving).

Com muita ação e cenas de violência e terror explícito, a nova versão mostra em todas as cores, aquilo que o filme original apenas sugeria, o que talvez esteja mais de acordo com o gosto das platéias atuais que parecem mesmo incapazes de apreciar sutilezas.

Os atores estão razoáveis, distantes de qualquer lampejo de genialidade, mas ainda dá para destacar o trabalho dos veteranos Geraldine Chaplin, como a cigana (Maleva) e de Anthony Hopkins.

É claro que o filme original é bem melhor, um verdadeiro marco da sétima arte, mas o remake não faz tão feio assim, pelo menos, pode divertir aqueles que ainda não tiveram a chance de ver o original.