Em ano de Copa do Mundo, nossos "hermanos" argentinos conseguiram entrar no seleto grupo de indicados ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro "O Segredo de Seus Olhos"; enquanto nós ficamos de fora, com "Salve Geral".
Mas antes de murmurar aqueles impropérios que a nossa eterna rivalidade sugere automaticamente é necessário deixar claro que não só a indicação foi merecida, como o próprio prêmio cairia muito bem para essa produção.
Benjamin Esposito (Ricardo Darin) é um agente de justiça aposentado que resolve escrever um livro sobre um caso de estupro seguido de homicídio, que investigou na década de 70 e que nunca conseguiu esquecer.
A partir daí, começa uma longa viagem ao passado, revisitando os detalhes em sua memória, especialmente o amor que manteve em segredo por 25 anos, pela advogada Irene Menendez Hastings (Soledad Villamil).
A solução do caso e a punição do responsável passa a ser uma obsessão para Benjamin e mesmo com as outras pessoas aconselhando-o a esquecer o assunto, ele continua seu trabalho e isso quase acaba custando sua vida, durante a Ditadura.
Com cenas fortes, diálogos inteligentes, uma ambientação perfeita e pelo menos uma sequencia de tirar o fôlego, que acontece dentro de um estádio de futebol, o filme dá uma aula sobre a importância de ter em mãos um roteiro bem escrito.
Baseado no livro "La pregunta de sus ojos" (A pergunta dos seus olhos), de Eduardo Sacheri, que também adaptou o roteiro em um filme que tem tudo: suspense, reviravoltas surpreendentes, romance e até ótimas cenas de humor protagonizadas por Guillermo Francella, no papel de Pablo Sandoval, o colega alcoólatra de Benjamim, que o auxilia nas investigações.
Dirigido por Juan José Campanella e com o cinema noir como maior influência, o filme é uma lição de cinema que até mesmo Hollywood poderia aprender para melhorar suas produções tanto em conteúdo, como em forma.
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