terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Os filmes de 2011: Reencontrando a Felicidade



O luto e como as pessoas lidam com ele, este é o tema de "Reencontrando a Felicidade", mais uma infeliz adaptação de título de filme em inglês para o português a partir do nome original "Rabbit Hole" (Buraco do Coelho). A história gira em torno de um casal Becca (Nicole Kidman) e Howie (Aaron Eckhart) que recentemente perdeu o filho de apenas quatro anos de idade, atropelado na frente de casa por um adolescente.

Em seu dia-a-dia, marido e mulher precisam lidar com o que sentem, frequentando até mesmo um grupo de apoio para pais que perderam filhos, buscando desesperadamente retomar a própria vida, cada um a sua maneira, enquanto Howie mergulha no passado tentando recuperar as lembranças do tempo que passou com seu filho; Becca passa a seguir Jason (Miles Teller), o adolescente que atropelou seu filho e que acaba se transformando em seu confidente.

Baseado na consagrada peça de teatro "Rabbit Hole" (Toca do Coelho); escrita por David Lindsay-Abaire, que também fez a adaptação do roteiro. Talvez por sua origem teatral, o texto é bem acima da média e se mosra inteligente e sensível, fornecendo espaço mais do que suficiente para o elenco brilhar.

Vale prestar uma atenção extra nas cenas em que Nicole Kidman contracena com a veterana Diane Wiest, no papel de sua mãe, por sua vez, também tentando superar a dor da perda de um de seus filhos, onze anos antes.

Interpretação que rendeu a Kidman sua sétima indicação ao Globo de Ouro de Melhor Atriz (Drama) e a terceira indicação ao Oscar, que por sinal já ganhou em 2003, pelo flme "As Horas".

Dirigido por John Cameron Mitchell, que tinha em sua carreira apenas dois filmes, Shortbus (2006) e "Hedwig - Rock, Amor e Traição" (2001), ambos excêntricos e lidando com personagens e situações bem distantes da condição humana encontrada em "Reencontrando a Felicidade".

"Rencontrando a Felicidade" está agendado para chegar aos cinemas brasileiros somente no dia 06/05.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Os filmes de 2011: Ladrões



Uma quadrilha de ladrões sofisticados, que só agem quando existe um plano, seguro, direto e em geral, levam milhões sem disparar um tiro.

Assim, Gordon Cozier (Idris Elba), A.J. (Hayden Christensen), Jesse Attica (Chris Brown), John Rahway (Paul Walker) e Jake (Michael Ealy), vivem como milionários, enquanto planejam cuidadosamente cada nova ação.

Mas logo após um dos assaltos, Ghost (Tip T.I. Harris), um dos antigos membros da quadrilha, que não conseguiu escapar da polícia em uma das ações do grupo e acabou preso, sai da prisão com uma proposta irresistível para o grupo, um assalto a um comboio de carros fortes que renderá 20 milhões de dólares.

Enquanto isso, Jack Welles (Matt Dillon) um policial dedicado, mas atravessando uma fase ruim, tropeça em provas que o levam a aproximar-se cada vez mais do bando.

Com elenco estrelado, que também inclui a atriz Zoe Saldana, como o interesse amoroso de dois dos bandidos, o filme tem boas sequencias de ação, com uma câmera nervosa que praticamente coloca o espectador na cena.

Mas com perseguições, explosões e tiroteios pipocando em cena, resta pouco ou quase nenhum espaço para um maior desenvolvimento dos personagens e mesmo com bons atores no elenco, tudo fica um pouco superficial demais.

O diretor John Luessenhop fez um razoável filme de ação, que funciona muito bem como passatempo, para assistir acompanhado de refrigerante e pipocas, mas não muito mais do que isso.

Ladrões estreia no Brasil no dia 11/02.

Os filmes de 2011: O Turista



No papel, um filme de ação, feito todo em belos cenários europeus, com um leve toque comico e estrelado por Angelina Jolie e Johnny Depp, o casal que sempre encabeça as listas de mais bonitos/sexys do cinema é o que se pode chamar de aposta certa para a temporada aquecida de final de ano nos EUA, certo? Bom, só no papel...

Na tela, o que se vê é uma fotografia primorosa que consegue retratar o glamour europeu, a beleza dos protagonistas e muito pouco além disso; o roteiro não convence e a química entre Jolie e Depp parece que ficou só na imaginação do público.

A bela e misteriosa Elise Clifton-Ward (Angelina Jolie) recebe instruções de Alexander Pearce, seu misterioso namorado, que está sendo procurado pela Interpol, para pegar um determinado trem para Veneza e nele, estabelecer contato com o primeiro homem com as mesmas características físicas dele, uma esperta tentativa de tirar a polícia de seu encalço.

Entrando no trem, Elise elege Frank Tupello (Johnny Depp), um turista americano, como o homem perfeito para seus planos e o leva até seu sofisticado hotel. Mas as coisas complicam quando além de serem perseguidos pela Interpol, como o namorado havia planejado, eles passam a ser perseguidos pelo gangster de quem o namorado roubou alguns bilhões.

Algumas reviravoltas, perseguições e estamos em território re-conhecido para os fãs do mestre Alfred Hitchcock, mas sem aquela "fagulha" que se espalhava por todas as suas produções, o filme acaba ficando muito aquém daquilo que se espera.

Afinal, a produção tinha todos os ingredientes em mãos, mas ao invés de preparar um prato inesquecível com eles, como aqueles do mestre, que o filme tenta emular, ficou no trivial; sem gosto e sem sal.

O Turista está agendado para estreiar no dia 21/01 nos cinemas brasileiros e teve três indicações ao Globo de Ouro nas categorias Musical ou Comédia: Melhor Filme, Melhor Ator (Johnny Depp) e Melhor Atriz (Angelina Jolie).

domingo, 9 de janeiro de 2011

Os filmes de 2011: Um Lugar Qualquer (Somewhere)



O novo filme de Sofia Coppola me faz lembrar de uma frase que ouvi algum dia: mesmo quando feita de grades de ouro, uma gaiola ainda te prenderá.

Super astro de Hollywood, o ator Johnny Marco (Stephen Dorff) parece mais um "zumbi", seja correndo pelo deserto em sua ferrari preta, ou perambulando pelo hotel onde vive, entre festas, entrevistas coletivas e compromissos ligados a carreira, o sentimento mais perceptível em sua vida é o da solidão.

A presença repentina de sua filha Cleo (Elle Fanning), neste cenário dá a Johnny novas perspectivas e a consciência desse vazio, mas ela também tem seus compromissos e acaba não ficando por muito tempo.

O drama de Johnny ajuda a mostrar ao mundo o "circo de Hollywood" e a tolice sem fim do glamour que costuma ser associado ao cinema. Sofia, que viveu desde sempre nesse "mundinho", agora o expõe impiedosamente.

Vasculhando novamente o isolamento depois do sensacional "Encontros e Desencontros", Sofia parece mais uma vez estar tentando exorcisar velhas sensações e sentimentos aprisionados durante seu convivio por aqueles cenários.

O olhar da câmera de Sofia não busca significados naquela rotina, apenas a mostra a um público que pode reagir como bem entender; sentindo pena do "pobre homem rico" ou morrendo de tédio, pela absoluta falta de elementos extraordinários em sua vida vazia.

Embora "Em um Lugar Quaquer" tenha sua estreia no Brasil agendada para o dia 28/01, o filme estreiou em 2010 nos EUA e pode correr por fora nas nomeações nesta temporada de prêmios, já que já levou o "Leão de Ouro" no Festival de Veneza.

Os filmes de 2011: Killing Bono



Considerada uma das maiores bandas de rock de todos os tempos, o U2 nem sempre esteve no topo do mundo.

E é sobre esta época de "dureza", tocando nos botecos de Dublin e no colégio; que o novo filme "Killing Bono" fala.

Em 1976, Neil McCormick (Ben Barnes) e seu irmão Ivan McCormick (Charlie Cox) são colegas de escola de Bono (Luke Treadaway), The Edge (Mark Griffin), Larry Mullen Jr (Seán Doyle) e Adam Clayton (David Tudor) e também têm uma banda que compete com o U2 para tocar nas festas da escola e nos pubs de Dublin.

Embora nós já saibamos muito bem quem ganha, com vantagem, a Guerra; pode ser divertido acompanhar como tudo começou.

Ainda mais quando o lado derrotado consegue perder com tanto bom humor, transformando a própria história em comédia.

Hoje em dia, McCormick trabalha como crítico musical no jornal Daily Telegraph e continua próximo a banda, tendo auxiliado no papel de escritor fantasma na autobiografia "U2 By U2".

Dirigido por Nick Hamm, o filme é baseado no livro , 'I Was Bono's Doppelganger' lançado em 2004 por Neil McCormick com prefácio assinado pelo próprio Bono. A adaptação do roteiro foi feita por uma equipe formada por Ben Bond, Dick Clement, Ian La Frenais e Simon Maxwell.

A trilha sonora, uma parte importante em um filme sobre bandas de rock é assinada por Joe Echo e de acordo com o blog oficial do filme, trará duas músicas do U2.

O novo filme tem sua estreia prevista no Reino Unido para o dia 01/04/11. As datas de estreia no restante do mundo ainda não foram divulgadas, já que dependem de contratos de distriuição que ainda estão sendo assinados.

Matéria publicada originalmente na Revista Eletricidade

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

O sonho acabou! Robert Plant descarta qualquer possibilidade de novos shows com Led Zeppelin


Ainda divulgando o novo disco e a turnê pela América do Norte, que começa no dia 18/01, em Asheville, na Carolina do Norte (EUA), concedeu uma entrevista à revista Rolling Stone que termina com as esperanças dos fãs do Led Zeppelin de ver novamente a banda na estrada, depois da reunião que aconteceu em 2007, na O2 Arena, em Londres.

Respondendo pela enésima vez a pergunta se existe alguma chance dele aceitar excursionar novamente com a banda, Plant simplesmente disse: "A preparação para o show foi intensa, mas o último ensaio foi muito, muito bom, por tudo o que representou e tudo o que tentava resgatar. Mas me afastei demais daquilo e quase não consigo me identificar mais (com o Zeppelin)... Para ser honesto, isso já encheu o saco. Eu sei que as pessoas se importam, mas vejam pelo meu ponto de vista, logo vou precisar de ajuda para atravessar a rua."

Plant tem razão quando diz estar distante demais do Zeppelin, recentemente, durante a turnê de "Band of Joy", o cantor até tem incluído algumas músicas de sua antiga banda, mas em arranjos diferenciados em andamento e no tom, onde não há mais espaço para os antigos agudos, que eram sua marca registrada.

Ao mesmo tempo, "Band of Joy", seu disco mais recente, é quase uma unanimidade entre críticos musicais e público, que o colocaram em todas as listas de melhores do ano, chegando a receber duas indicações ao Grammy: melhor álbum na categoria Americana (a música de raiz de ritmos típicos dos EUA como blues, folk e bluegrass) e a de melhor performance rock, com a música "Silver Rider", onde concorre com Eric Clapton, John Mayer, Paul McCartney e Neil Young.

Enfim, não há mesmo para o músico muitas razões para algo que seria, em sua concepção, retornar ao passado e "tocar os velhos hits".

Para os fãs do Led Zeppelin, resta esperar que o DVD gravado em 2007, ainda aguardando a liberação pelos membros da própria banda, chegue logo às lojas, para que pelo menos aqueles que não tiveram a oportunidade de ver a apresentação ao vivo, possam "matar a vontade".