quinta-feira, 30 de outubro de 2008

As Duas Faces da Lei (Righteous Kill - 2008)



Em 1995, dois dos melhores atores do cinema dividiam a tela em um filme policial eletrizante, em "Fogo Contra Fogo" (Heat), de Michael Mann, Al Pacino e Robert de Niro contracenaram nas telas, mas cada um de um lado da ação: Pacino era o policial veterano pronto para resolver de vez, os problemas criados pelo fora-da-lei Robert de Niro.

O primeiro duelo dos dois monstros sagrados, enbora curto, já que os dois tinham pouquíssimas cenas juntos, foi muito bem, recebeu elogios do público e da crítica e abriu a possibilidade de uma reprise da dupla, em algum momento posterior.

E o roteiro de Russell Gerwitz, que tem em seu currículo o ótimo "O Plano Perfeito" (2006) permitiu que isso acontecesse, 13 anos depois da primeira experiência, os dois maiores atores de sua geração puderam "duelar" novamente, mas desta vez como dois policiais e mais ainda, como parceiros.

Com tempo suficiente de serviço, mas com currículos exemplares ao seu lado para ajudar, Rooster (Al Pacino) e Turk (Robert de Niro) coseguem ficar longe da aposentadoria, trabalhando como detetives da polícia de Nova York.

Mas quando o estupro e assassinato de uma criança de 4 anos cai nas mãos da dupla e o culpado está prestes a escapar da justiça, os dois acabam forjando uma prova e conseguem a condenação do criminoso.

Ao mesmo tempo, outros criminosos, que tinham conseguido escapar de condenações da justiça, começam a aparecer mortos, vítimas de um possível serial killer que deixa ao lado dos corpos, poemas justificando seus atos.

O caso passa a ser investigado por mais policiais e a desconfiança começa a cair sobre alguém da própria polícia, aí entra a mão firme do diretor John Avnet que aumenta o suspense mostrando a dupla e seus colegas em inúmeras atividades suspeitas.

O final é claro, é eletrizante, mas no caso de "As Duas Faces da Lei" isso parece não importar muito, se o roteiro acaba caindo em muitos clichês do gênero e "mata" uma trama que poderia render muito mais, ainda existe o espetáculo de observar como os dois melhores atores de sua geração iluminam a tela com sua mera presença.

Clique aqui para conferir o trailer de "As Duas Faces da Lei".

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Trailer novo de Harry Potter 6


Depois de um tempo considerável de silêncio, na verdade irritante, para quem acabou traído pelo adiamento de quase um ano de "Harry Potter e o Enigma do Príncipe", os fãs agora tem uma boa razão para voltarem a pensar no filme.

Foi divulgado hoje um novo teaser, que está sendo chamado de internacional, mas que foi voltado ao público britânico, com cenas que ainda estavam inéditas. O foco ainda é na preparação de Harry para a maior batalha de sua vida.

Sei que o lançamento do filme ainda vai demorar uma eternidade, mas pelo menos o novo trailer já pode ser visto aqui e ele nos dá uma boa idéia do que nos aguarda.

E por falar nisso, já avisei por aqui que as cenas finais de "Harry Potter e o Enigma do Príncipe" não incluem uma luta muito importante que acontece em Hogwarts, bem, quem leu o livro sabe do que falo, mas o pior de tudo foi a explicação que o produtor David Heyman deu para a ausência da cena: ele alegou que ficaria repetitivo, já que o último filme da série, também terá uma batalha em Hogwarts.

Engraçado, mas depois dessa explicação fica mais ou menos claro por que os filmes da franquia são tão ruins em comparação com os livros.

domingo, 26 de outubro de 2008

Trailer de novo filme com Zac Efron caiu na rede



Mike O'Donnell (Matthew Perry) está atravessando uma fase muito ruim. Separado da mulher, em guerra com os filhos adolescentes, para completar, enfrenta problemas no emprego.

Passando pela sua antiga escola, Mike fica imaginando como seria sua vida, se ao invés de escolher casar-se logo com a namoradinha do colégio, tivesse investido em uma carreira de sucesso no basquete, que era uma opção que ele tinha, aos 17 anos.

O destino ouve o seu desejo e o realiza magicamente, agora Mike tem novamente 17 anos, mas precisa descobrir uma maneira de voltar a ser que era, antes que perca tudo aquilo que conquistou.

OK, não é o roteiro mais criativo do mundo, já vimos antes em inúmeros formatos diferentes, mas essa nova comédia que junta o impagável Matthew Perry (Meu Vizinho Mafioso) e o astro adolescente Zac Efron (High School Musical) promete levar muita gente aos cinemas.

De qualquer maneira, o trailer de "17 Again" (ainda sem título em português), já caiu na rede e pode ser visto aqui.

Dirigido por Burr Steers, o filme chega aos cinemas americanos em abril de 2009.

sábado, 25 de outubro de 2008

Amor e Inocência (DVD)


Jane Austen é uma das escritoras mais importantes da lingua inglesa; seus romances, mostram uma visão crítica de uma sociedade que coloca na frente do amor inúmeros complicadores, que vão além das diferenças e dos problemas que normalmente influem no relacionamento homem-mulher, como; acertos financeiros, inúmeras convenções e diferenças sociais intransponíveis.

Mas "Amor e Inocência", embora pareça a primeira vista, mais uma da obras da escritora, é uma ficção baseada em sua biografia. Nascida em 1775, filha de um pastor anglicano, Jane vivia inserida na sociedade rural de Hampshire e começou a escrever, ainda na adolescência.

Entre bailes, jantares, jogos de cricket e longos passeios em belíssimos jardins, acompanhamos Jane, em uma excelente interpretação da atriz americana Anne Hathaway (O Diabo Veste Prada) e em uma destas inúmeras ocasiões sociais, ela conhece o irlandês Tom Lefroy (James McAvoy), por quem se sente atraída, ao mesmo tempo em que despreza sua postura esnobe.

As diferenças são logo superadas pelo casal, mas antes que tudo se transfomasse em um escândalo para ser comentado pelos próximos anos pela aristocracia rural de Hampshire, as coisas se complicam e Jane descobre que, se não pode se casar por amor, ao menos pode realizar seus sonhos através da imaginação transformando Tom Lefroy em um dos seus melhores personagens: Mr Fitzwilliam Darcy, de "Orgulho e Preconceito".

Outros personagens dos livros de Austen aparecem aqui e ali na narrativa, mas claramente, nenhum com o charme e a presença de Maggie Smith e sua Lady Greesham, uma recriação, muito provavelmente ficcional da poderosa Lady Catherine de Bourgh, também de "Orgulho e Preconceito".

Com diálogos inteligentes e acima da média, "Amor e Inocência" usa a mesma idéia que fez de "Shakespeare Apaixonado" (98) um sucesso: uma bem temperada mistura de ficção e realidade.

Dirigido por Julian Jarrod, impecavelmente ambientado em belíssimos cenários irlandeses, "Amor e Inocência" é um filme imperdível, até mesmo para aqueles que nem sabem quem é Jane Austen. Já, para os que a conhecem e apreciam sua obra, ele é indispensável.

sábado, 18 de outubro de 2008

Contato (DVD)



Nesta época em que as pessoas têm cada vez menos interesse e memória, talvez seja necessário, antes de começar a falar neste filme de Robert Zemeckis, falar sobre o autor do livro em que ele se baseia: Carl Sagan era um brilhante astrônomo que tomou para si mesmo a importantíssima função de popularizar o mundo da ciência.

Com uma vasta obra escrita e especialmente através da série de documentários chamada Cosmos, o cientista foi um pioneiro em levar aos olhos do público conceitos que só costumavam ser explicados nos bancos das Universidades.

Mas o livro que nos interessa aqui é Contato (85), um romance de ficção científica, que dentro do mesmo espírito de toda a obra, traz inúmeros conceitos da ciência para os olhos do público, mas ao ser adaptado para as telas, em 97, deixou muitos deles de lado em troca da necessária agilidade na trama, mas conseguiu levar ao filme o seu principal questionamento: a eterna guerra entre ciência e religião.

Com Sagan, como consultor, já doente e fragilizado, o filme adaptou brilhantemente a história de Eleanor Arroway (Jodie Foster), uma garota órfã que se agarra à ciência, mais especificamente a Astronomia, quando percebe que está sozinha no mundo. Assim, para ela, só existe o que pode ser provado através de métodos científicos.

Mas Eleanor tem uma obssessão, a busca por um contato com alienígenas, a fizeram desistir de ensinar em Harvard para dedicar-se exclusivamente a SETI (Search for Extra-Terrestrial Intelligence) e desta forma a isolam dentro da própria comunidade científica que tem grande dificuldade em aceitar esse tipo de pesquisa.

Em sua busca por vida alienígena, Eleanor negligencia sua própria vida amorosa, quando encontra por acaso pela primeira vez Palmer Joss (Matthew McCounaghey), um brilhante, e atraente, teólogo, que se torna um interesse romântico da cientista, não encontra espaço para ele em sua vida e o dispensa rapidamente.

Dispendioso e sem qualquer retorno prático garantido, não demora muito e os responsáveis pelo uso do Observatório de Arecibo, onde Arroway realiza sua pesquisa, encontrem desculpas para cancelar o projeto da cientista que encontra uma nova chance para continuar seu trabalho, no financiamento do empresário excêntrico S R Hadden (John Hurt).

Reinstalada no Novo México, mais especificamente em um observatório chamado Very Large Array, Eleanor passaria os próximos 3 anos de sua vida ainda atrás de um sinal de vida extra-terrestre e mais uma vez, seu trabalho é ameaçado pelo mesmo David Drumlin (Tom Skerrit), que já havia cancelado seu trabalho anteriormente.
Às vésperas de ser novamente expulsa, o contato finalmente acontece.

A partir daí o filme assume um ritmo frenético, com apresentadores de telejornais e de programas da TV e até uma pontinha do Presidente Bill Clinton, emprestam uma impressão de realidade a história, que vai assumindo ares cada vez mais dramáticos.

O fato da ciência naquele momento provar ao mundo a existência de uma inteligência de origem extraterrestre provoca a ira de grupos religiosos radicais, que se recusam aceitar que a realidade bate de frente com os conceitos mitológicos que seguem.

Para ver e rever, Contato é um filme surpreendente; com uma fotografia belíssima e questionamentos importantes; tem como seu maior trunfo o fato de dar voz aos cientistas, que muito raramente são ouvidos de verdade, nesse mundo em que já se fez muito estrago em nome das paixões religiosas.

Clique aqui para ver o trailer de Contato

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

PI (DVD)



O diretor do enigmático "Fonte da Vida" (2006) é o roteirista e diretor desta obra, com cara de alternativa, mas com questionamentos bem interessantes: existe alguma fórmula matemática que possa explicar tudo o que ocorre no Universo?

O matemático Maximillian Cohen (Sean Gullette) não só acha que existe esta fórmula, como tem certeza que está a poucos passos de descobrí-la, um homem bem estranho, ele se isola do mundo, enquanto tenta obssessivamente, explicá-lo.

Sua crença se baseia em 3 afirmações: 1.A matemática é a linguagem do Universo, 2.A Natureza pode ser expressa em números e 3.Em toda a Natureza existem padrões, quem puder encontrar estes padrões, também achará uma forma de prevê-los e controlá-los.

Como objeto de pesquisa, Max resolve testar suas teorias no caótico universo da Bolsa de Valores; o que chama atenção de uma empresa de consultoria de Wall Street, que com métodos nada ortodoxos, tenta incluir o matemático em seu time.

Por outro lado, Sol (Mark Margolis), mestre e amigo de Max, que está inválido por causa de um derrame, enquanto buscava pela mesma fórmula, o adverte para tentar deixar de lado essa obssessão, porque todas as pesquisas acabavam resultando em um bug de computador que gerava sempre o mesmo conjunto de 216 dígitos.

Ao mesmo tempo, Max tem uma doença misteriosa, com dores de cabeça terríveis, sangramento no nariz e principalmente alucinações estranhas que ajudam a aumentar sua paranóia, e sua resistência em aproximar-se de outras pessoas.

Em um café, Max encontra-se casualmente com Lenny Meyer (Ben Shenkman), um judeu hassídico, que vê nas pesquisas de Max uma chance de descobrir as 216 letras que formam o nome de Deus.

Essa mistura de matemática, religião e a eterna obssessão humana de descobrir de uma vez por todas como o Universo funciona, tornam esta estréia de Aronofsky no cinema um filme imperdível.

Filmado em preto e branco, com alto contraste, "Pi" ainda tem uma excelente trilha sonora de boa música eletrônica para justificar a ida até uma boa locadora.

Clique aqui para conferir o trailer de "Pi"

domingo, 12 de outubro de 2008

Mamma Mia! é boa opção para esquecer a crise



Esqueça as bolsas e vá ao cinema! Existe uma boa opção para conseguir esse feito, está em cartaz nos cinemas, um musical que tem as ilhas gregas como cenário e as canções do ABBA como trilha sonora... estranho demais para dar certo? Acho que dá certo por isso mesmo, é estranho demais!

A adaptação para o cinema do musical da Broadway criado por Catherine Johnson e dirigido por Phyllida Lloyd, que também dirigiu a obra nos palcos, é uma agradável surpresa.

O filme conta a história de Sophie (Amanda Seyfred), uma garota de 20 anos, que está prestes a se casar e vive em com sua mãe em um pequeno hotel em uma ilha grega.
Tem tudo para ser feliz, mas ainda falta uma coisa, conhecer seu pai. Procurando em um antigo diário de sua mãe, ela descobre que sua mãe esteve envolvida com três homens diferentes e os convida para o casamento, certa de que reconhecerá seu pai em um deles.

Bom, a história não é mesmo o forte de "Mamma Mia!", mas a diversão é certa quando Donna, a mãe da garota, entra em cena! Nunca imaginei que um dia veria a grande atriz Meryl Streep, um dos maiores nomes do cinema, com 12 indicações e 2 Oscars no currículo, dançando e cantando, músicas do grupo ABBA.

Esta e outras surpresas, como descobrir que os galãs britânicos Colin Firth e Pierce Brosnan também cantam, além do visual maravilhoso, transformam o filme em uma diversão irresistível, que transforma o humor da platéia, a tal ponto, que chega a ser um desafio sair do cinema, sem dançar e cantarolar.

Clique aqui Para conferir o trailer de Mamma Mia!

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

O Nevoeiro (The Mist - 2007)



Dentre as tantas adaptações de histórias do escritor Stephen King, "O Nevoeiro" (The Mist), surge com um enfoque diferenciado: desta vez, o horror aparece em dose dupla, e fica difícil definir o que é pior, as ameaças causadas pelo medo de um fenômeno inexplicável e mortal ou o impacto do horror que ele exerce em um grupo de pessoas que se encontra ameaçado por este fenômeno.

O diretor Frank Darabont, um veterano quando se trata de transportar às telas o terror de King, já tinha três deles em seu currículo quando resolveu adaptar "O Nevoeiro" : "The Woman in the Room" (83), "Um Sonho de Liberdade" (94) e "À Espera de um Milagre" (99); parece apostar na segunda alternativa e mostra que as possíveis reações humanas diante do terror inexplicável, podem ser muito piores do que o ataque de monstros.

Em um vilarejo, no interior dos EUA, cenário favorito do autor, uma tempestade provoca destruição e leva muita gente ao supermercado, atrás de suprimentos e material para consertar os danos.

Entre estas pessoas, estão um artista plástico (Thomas Jane), que cria posters para Hollywood, seu filho e seu vizinho (Andre Braugher), um advogado que aproveita a carona até a cidade, por ter ficado com o carro danificado.

A loja está cheia, mas tudo se complica muito quando um misterioso nevoeiro cai e, de dentro dele, surge um outro morador, ensangüentado e pedindo socorro.

O pânico se estabelece dentro do supermercado e aos poucos vamos conhecendo os outros compradores e funcionários, dentre eles, uma fanática religiosa que entra em surto messiânico quando o terror se estabelece, em um trabalho impecável da atriz Marcia Gay Harden.

Assustador, terrível e claustrofóbico, o filme acaba se revelando como uma das melhores adaptações da obra de Stephen King nos últimos tempos.
Clique aqui para conferir o trailer de "O Nevoeiro".

domingo, 5 de outubro de 2008

Curtas e grossas de Domingo (3)

Kate Winslet será Vivienne Westwood

O mundo fashion começa a se agitar, vem aí uma cinebiografia da estilista britânica Vivienne Westwood. O script ainda não está pronto, mas Kate Winslet já está escalada para o papel título.

Oliver Stone diz temer "herança maldita"

O cineasta Oliver Stone anda aproveitando as entrevistas que tem dado sobre seu novo filme "W", cinebiografia de George W Bush, para soltar algumas farpas políticas bem afiadas.

Ainda mais depois de enfrentar grandes dificuldades para financiar o projeto, que foi classificado como perigoso pelos grandes estúdios, já que o biografado ainda é o homem mais poderoso do mundo.

Segundo o diretor, "os americanos estarão presos às políticas de Bush pelos próximos 20 anos" e emenda que "Os mais jovens ainda terão que amargar estes efeitos por muito tempo e não é possível ficar com essa atitude superficial, achando que ele vai embora em Janeiro."

Com Josh Brolin no papel de Bush, o filme chega aos cinemas americanos no dia 17/10. Não há uma data de estréia ainda para o Brasil, mas o trailer legendado pode ser visto clicando aqui

JK Rowling é a escritora mais bem paga do mundo

Segundo a revista Forbes, JK Rowling, a autora de Harry Potter é a escritora mais bem paga do mundo.

Só no ano passado, ela recebeu 170 milhões de libras. De acordo com os cálculos da própria revista, Rowling fatura nada menos do que 5 libras por segundo... acho que vou querer aprender esse feitiço...

Será que ele é?

Depois que JK Rowling tirou Albus Dumbledore do armário, afirmando para quem quisesse ouvir que o diretor de Hogwarts é gay, muito se tem especulado sobre a sexualidade de Daniel Radcliffe, o ator britânico que interpreta Harry Potter no cinema.

O que têm provocado os comentários são as declarações do próprio Daniel à imprensa, de que estaria trocando cartas de amor com o ator Lorenzo Pisoni, colega de elenco na peça Equus.

Dia de Eleição

Não sei de quem é a frase, mas no dia de hoje, em que o Brasil elege seus prefeitos e vereadores, vale lembrar que "políticos e fraldas devem ser trocados constantemente e pelo mesmo motivo".

Avisa todo mundo por aí que é domingo... mas eu continuo de olho.....

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Remexendo os baús (4) : as entrevistas


Em comemoração aos 10 anos do Todo Poderoso Google, o site resolveu brincar de voltar ao passado e colocar no ar uma busca que vai diretamente ao ano de 2001.

Como meu site Revista Eletricidade já estava "alive and kicking" naquela época, fui dar uma fuçada e encontrei algumas entrevistas que já saíram do ar e não estavam nem nos meus velhos arquivos, para começar dois grandes nomes do rock nacional for export: Ivan Busic, baterista da banda Dr Sin e André Matos, na época, vocalista da banda Angra.

Ivan Busic - Dr Sin Ao Vivo



Você já foi a um show do Dr Sin? Ainda não? Então agora você tem uma boa chance de saber o que está perdendo. É que a banda acaba de lançar seu primeiro CD ao vivo, intitulado Alive, o trabalho traz um pouco do peso e da qualidade musical que a banda sempre esbanja cada vez em que se apresenta. Fomos conversar com Ivan Busic, baterista do Dr Sin que nos contou um pouco mais sobre este novo trabalho.

Eletricidade: Fale um pouco sobre onde e como rolaram as gravações desse disco?
Ivan Busic: As gravações rolaram depois que a gente teve acesso aos equipamentos de ADAT, que além de ficarem no estúdio, também são móveis.
A gente começou a gravar alguns shows, desde a época do Aramaçã, e nós conseguimos coletar muitas músicas, só que a grande maioria, não que foi mal gravada, mas a execução não agradou muito.
Nós só ficamos felizes quando chegamos num consenso, mas até conseguir mixar e deixar do jeito que ficou, demorou. A gente gravou o Metropolitan, o show que a gente abriu no Olympia, o Imperator e também uns dois shows no interior.
Mas eu acho que o básico mesmo, acabou sendo o Metropolitan e o Imperator.

Eletricidade: Vocês tinham um monte de material na mão, como vocês fizeram para escolher esse repertório?
Ivan Busic: Demorou, bastante porque às vezes estava muito bem executado mas tinha algum problema de som na gravação, ou ainda tinha algum problema do jeito que a gente tocou mesmo, errou, então, não adiantava colocar, mas como tudo estava gravado em canais separados, teve a possibilidade de melhorar, cortar, então a gente teve boa chance de fazer o disco sair como nós queríamos.

Eletricidade: Vocês acham que tem alguma música que ficou faltando e que vocês não colocaram porque não tinha uma versão legal?
Ivan Busic: Várias, por exemplo, a gente gostaria de ter colocado "Silent Scream", mas nenhuma execução ficou como nós queriamos, a "Emotional Catastrophe" mais legal que tinha também, teve vários problemas, então tinha algumas outras e a gente acabou chegando nessa aqui, que é de um Olympia antigo que nós fizemos.

Eletricidade: Esse é o momento na opinião de vocês de lançar um disco ao vivo?
Ivan Busic: Eu acho que o disco ao vivo pode ser lançado a qualquer momento, tem gente que lança um disco de estúdio e o outro já é ao vivo.
Não sei, talvez o ideal fosse esperar mais para lançar, mas nós estamos considerando este disco mais como um link entre os três primeiros e o próximo, talvez a gente faça mais uns três em estúdio e depois outro ao vivo.

Eletricidade: Fale um pouco sobre os projetos que vocês tem com o pessoal do Heloween...
Ivan Busic: Ontem mesmo nós falamos com o Roland Grapow e em setembro ou novembro, nós vamos até lá ou ele vem até aqui para participar do novo disco de estúdio do Dr Sin.
Ele veio até aqui no estúdio na época em que esteve aqui e então pode conhecer melhor o nosso trabalho e se mostrou um cara muito amigo, a gente gosta bastante do jeito que ele toca e acima de tudo da pessoa dele, porque para falar a verdade, eu nem conhecia direito o Helloween. Ele é um cara super legal está a fim de participar e nós ficamos super empolgados e como ele vai ter umas férias até novembro, antes da tournê do Helloween, então a gente deve estar fazendo isso, mas dentro do Dr Sin mesmo.
Porque a princípio ía ser uma banda paralela nossa com o Michael Vescera, ele e o Eduzinho, depois mudou toda a idéia, então ele só vai participar do nosso disco.

Eletricidade: Quem produziu esse disco ao vivo, foram vocês?
Ivan Busic: Na realidade, teve muita gente envolvida, então acaba muita gente produzindo. Basicamente foi a banda, o Robson que é o técnico de som, que fez as mixagens e o próprio Gilberto, nosso sócio no estúdio fez a supervisão geral e ajudou a gente na escolha das músicas com mais qualidade.

Eletricidade: Como está a carreira de vocês no exterior?
Ivan Busic: Atualmente no exterior o que rola mesmo é a Ásia, não está rolando nada na Europa, nem nos Estados Unidos agora.
Os contatos e as gravadoras, está havendo até um desrespeito no jeito de tratar as bandas, não é que eu prefiro não lançar se eu não ganhar dinheiro, mas eu acho que tem que haver um mínimo respeito, sentir que a pessoa vai te dar algo em troca, que você vale algo para a gravadora. Você pode lançar o seu trabalho onde quiser, nos EUA, vai até lá, os caras vão vender, 1.000, 10.000 cópias e vai ficar nisso.
Eu prefiro aguardar o momento certo e a pessoas certas para trabalhar e dar o valor que a banda merece.

Eletricidade: Sempre que vocês tocam tem uma porção de músicos na platéia que está lá só para ver os erros. Eu sei que vocês sabem, mas isso incomoda vocês de alguma forma?
Ivan Busic: Acho que não, sempre vai ter aqueles músicos que vão assistir a gente, alguns que realmente querem ver o que a gente tem feito, apreciar algumas técnicas, e tem aqueles que tem ciúmes e até alguns com inveja, que vão lá, e ficam torcendo para que a gente erre, mas isso é normal, acho que às vezes a pessoa tem o direito de errar.
Principalmente quando a pessoa é nova, está começando a tocar ela passa por esse período de disputa, quem toca melhor, o meu guitarrista é mais rápido do que o seu, depois vai virando outra coisa, nós gostamos de ver que tem muitos músicos no show, porque enquanto tiver músicos é sinal que a gente ainda está tocando direito.

Eletricidade: E o próximo disco, o que podemos esperar?
Ivan Busic: A gente até deu uma parada de novo por causa de umas produções do estúdio aqui e o Eduzinho também está fazendo muitos workshops neste mês. Mas já tem umas treze músicas prontas, só faltam acabar algumas letras, é um estilo muito louco, mas seria um Heavy Metal fundido com progressivo, com um peso "extra-large". Está bem pesado, progressivo, melodioso, acho que vai ser o disco mais interessante do Dr Sin.
Vai chamar atenção tanto na parte musical, quanto na parte vocal e vai ser o mais legal.

Eletricidade: Vai ser uma coisa diferente de tudo o que vocês fizeram, ou vai ser alguma coisa na linha do Insinity, ou do Brutal?
Ivan Busic: Mais ou menos o Brutal, Insinity; é mais ou menos os nossos três CDs só que mais louco, mais maluco. As construções são mais complexas, os tempos que a gente está usando...
A gente sempre diz: - O Dr Sin é o que a gente gosta de fazer, esse disco assim é como se fosse uma diversão mesmo, a gente tocando, tudo o que a gente quer tocar, aqui é pesado, aqui é progressivo, vai ser um disco pesado e progressivo, uma mistura dos três com um pouco mais de adrenalina que os três juntos.

André Mattos - Fireworks



Num mercado que não lança nada de criativo há anos, que é o do Heavy Metal Melódico, a banda Angra tem se destacado como honrosa exceção, seu novo trabalho Fireworks, inova novamente trazendo uma sonoridade que evoca as raízes do movimento Heavy, o vocalista e compositor da banda, André Matos fala nesta entrevista exclusiva para a Revista Eletricidade um pouco sobre esta nova sonoridade.

Eletricidade: Vocês acabaram de voltar da Europa onde começaram o trabalho de divulgação do novo disco, como foi a recepção por lá, já dá para ter uma idéia da performance do novo trabalho?
André Matos: Nós estivemos na Europa e no Japão, fizemos divulgação de uma maneira geral e a repercussão foi muito grande, principalmente por parte da Imprensa, recebemos as melhores críticas possíveis, também dos fãs , quer dizer, todo o pessoal que já ouviu o disco praticamente vem para a gente e diz que gostou realmente do disco.
E isso a gente pôde ver na realidade com o lançamento do disco em Paris, íamos fazer uma sessão de autógrafos na Virgin Megastore onde se esperava algo como 300 pessoas e no final tinham 1.300. Tivemos uma bela receptividade e já começamos a tocar por aí: no Brasil já fizemos quatro shows e estreamos dois shows na Argentina.

Eletricidade: E sobre o Japão, vocês acham que a crise econômica dos países asiáticos pode vir a afetar o trabalho de vocês por lá?
André Matos: Não só nós, mas qualquer banda, uma banda que vendia 100 mil cópias agora vende na faixa de 70 (mil cópias). Enquanto a crise não desaparecer vai continuar essa redução do mercado de uma maneira geral, mas a gravadora estava muito preocupada em manter o ritmos das coisas, por isso levou a gente para lá de novo para fazer divulgação e fez um belo trabalho.
A gente está indo para o Japão em Dezembro também para tocar, vamos fazer quatro concertos lá e depois na Europa a gente deve fazer quarenta concertos em Janeiro e Fevereiro.

Eletricidade: No novo trabalho Fireworks vocês buscaram intencionalmente um certo afastamento da tecnologia que dominava o disco anterior Holly Land, por que? Vocês neste sentido não têm medo de estar remando contra a maré do mercado que dita coisas cada vez mais eletrônicas e tecnológicas?
André Matos: Foi exatamente essa a intenção porque a gente com o Holy Land utilizou as técnicas de gravação mais modernas possíveis e enfim foi um disco que precisou realmente disso porque é um disco muito complicado, muito rico para se trabalhar e com Fireworks a gente já tentou simplificar bem mais as coisas e exatamente o que estava fazendo falta para a gente era essa sonoridade mais antiquada, então por isso a gente optou por uma técnica de gravação que não é necessariamente a mais moderna, quer dizer... fitas de rolo, analógico e tocando com instrumentos antigos... Isso trouxe para o disco uma característica bem especial, ele ficou bem diferente daquilo que se esperava, mas ao mesmo tempo nós ficamos super satisfeitos porque remeteu muito à sonoridade dos grupos que nos influenciaram.

Eletricidade:Quanto ao repertório do Angra, no disco anterior vocês chegaram a ser bastante criticados por alguns daqueles fãs mais radicais que não costumam aceitar muito bem a incorporação de outras influências ao Heavy Metal, como vocês lidam com esta fatia do público? Este radicalismo acaba influenciando na escolha do repertório do disco e dos shows?
André Matos: Não, na verdade isso não aconteceu, inclusive se você reparar bem tem uma música no disco que se chama "Gentle Change" que poderia estar no Holy Land, e nós fizemos questão de colocá-la para mostrar que continuamos fiéis a uma coisa que descobrimos e que a gente apoia, enfim, a decisão de fazer o Holy Land do jeito que ele era foi muito importante na carreira da banda porque estabeleceu um estilo, antes disso, todo mundo comparava o Angra ao Helloween, ao Iron Maiden e depois do Holy Land ninguém compara com mais ninguém: é o Angra.
E agora a gente se sente exatamente na liberdade de poder misturar as duas coisas, então tem coisas que são herança do Holy Land, vamos dizer assim, como tem coisas que são herança do Angel's Cry , e tem coisas que são novas e isso não pressionou a gente para escolher o repertório do disco e tampouco pressiona para a gente escolher o repertório de shows. A gente toca muito as músicas antigas também... eu acho que é uma fatia do público que vai também apreendendo algumas coisas com o tempo, e muita gente que "metia o pau" no Holy Land no começo, fala que hoje ama o disco, é o que eu tenho visto por aí. E talvez seja um disco que demore alguns anos para ser entendido na sua totalidade, por isso eu acho que qualquer tipo de crítica mais precipitada, deve ser levada em consideração, mas não tão completamente a sério, porque muita gente muda de opinião depois de um tempo

Eletricidade:Vocês gravaram no estúdio Abbey Road, como é que rolaram as gravações por lá? Deu tempo de fazer aquela foto tradicional atravessando a rua que todo mundo que vai prá lá acaba tirando?
André Matos: Sabe porque não deu tempo, porque eu não descobri aonde era a esquina... (Risos)
Eu bem que procurei a tal da esquina, mas ela não fica em frente ao estúdio sabe... alguém falou: - não, é mais para lá...não deu tempo porque eu tinha que gravar e acabei não indo na esquina dos Beatles, mas gravei na mesma sala que eles e isso foi uma puta emoção... uma coisa que a maioria dos músicos desejaria vivenciar, o estúdio tem uma atmosfera, tem um clima todo especial, e é com muito orgulho que a gente bota isso no disco: Gravado no Abbey Road, é uma coisa que adicionou muito ao disco.

Eletricidade: Chris Tsangarides o produtor de Fireworks é um nome já tradicional do Heavy Metal, faz quase parte da história deste gênero, como é trabalhar no estúdio com este tipo de produtor, a banda deu carta branca a ele ou vocês acabaram querendo colocar a mão na massa e dando palpite sobre este ou aquele aspecto da gravação?
André Matos: Foi muito tranqüilo trabalhar com o Chris, ele não mexeu muito nos arranjos das músicas, a preocupação maior dele foi com o som e foi nesse ponto que a gente "casou" bastante, quer dizer, a gente pôde compor livremente e ele se preocupou em conseguir uma sonoridade de alta qualidade profissional, que a gente desejava mesmo. Foi uma química legal que rolou entre a gente e ele gostou muito de trabalhar com a banda também, foi uma boa experiência.

Eletricidade: Como é o processo de composição de vocês, vocês preferem ouvir tudo o que cair nas mãos ou se isolar para não haver nenhuma interferência externa?
André Matos: Do meu ponto de vista pessoal eu não ouço nada, eu tenho tempo de ouvir antes disso, mas na hora que eu começo a compor eu prefiro não me influenciar por nada e deixar sair as idéias que já estavam rolando.
Não é que eu seja radical: - Não vou ouvir mais música! Mas eu não procuro ouvir música com o intuito de me inspirar. Acho que inspiração é uma coisa que ou você já tem na sua cabeça, ou ela não pinta dessa maneira.

Eletricidade: O Mercado de CDs pirata vêm crescendo assustadoramente no Brasil, na opinião de vocês existe alguma solução para este problema?
André Matos: É difícil dizer porque num sistema executivo, que é a Polícia no caso, deficiente como a nossa, não tem condições de controlar isso, fica muito difícil e então.. eu li numa revista outro dia: "CD PIRATA: DENUNCIE SE VOCÊ VIR!!! "
Bem, você pode denunciar, mas você não tem garantias de alguém vai lá pegar, e tem outra coisa, vamos falar a verdade: a culpa não é do coitado do cara que está vendendo CD Pirata na rua, esse cara vendia... sei lá, relógio por 10 reais e de repente descobriu que vender CD Pirata dava mais dinheiro, então ele foi vender, e é um cara que está com fome e precisa vender alguma coisa para sobreviver porque o nosso país também não dá condições para quem está por baixo, sem emprego. Não é esse cara que a gente tem que pegar, tem que pegar os caras que fabricam que são os piores porque não é o camelô que vende alguns, ele é pequenininho, mas o dono da fábrica de CD Pirata que é o grande vilão da história.
Eu comparo isso ao tráfico de drogas...o traficante de rua não é o cara que faz um grande mal, mas o cara que está comandando o tráfico é o grande mafioso, então na minha opinião acho que a Polícia ou a Fiscalização ou sei lá quem, deveria se preocupar mais em descobrir do mesmo jeito que se preocupa em descobrir aonde estão os traficantes onde estão as matrizes destes CDs Piratas. E isso é de interesse de todo mundo; é do interesse dos músicos, é do interesse das gravadoras, até mesmo do público porque um CD Pirata não é da mesma qualidade que um CD normal, você nunca vai comprar um CD que tenha as letras, num acabamento igual...

Eletricidade: É uma judiação porque agora que a Indústria Brasileira está chegando ao ponto de publicar a letra, de fazer uma coisa legal....
André Matos: Exatamente... Fazer uma impressão igual ao que tem lá fora, caixinha transparente...
De repente isso aí "ferra tudo" porque, é claro, um CD custa "vinte paus" e você compra um por cinco e é um problema para os músicos, porque pára de arrecadar, pára de fazer a "máquina rodar" e vai chegar a um ponto em que os músicos não vão ter mais condições de trabalhar.

Eletricidade: E falando em mercado brasileiro, na sua opinião, o gosto (ou mau gosto) musical do público é reflexo da situação econômica do país?
André Matos: Não, porque eu conheço vários países lá de fora que tem o mesmo "mau gosto", tipo: EUA, Alemanha, Japão, o que vende mais nesses países também é a musica de péssima qualidade, então eu não acredito que seja reflexo da economia.

Eletricidade: De uma certa forma a gente consegue perceber a evolução do Angra de um disco para o outro, qual a opinião de vocês sobre aquelas bandas que continuam paradas no tempo e no espaço, como o Iron Maiden, por exemplo?
André Matos: Acho que são bandas que preferem apostar no que é certo e não arriscam, então eu por exemplo pessoalmente falando como ouvinte, como fã já parei de escutar Iron Maiden há muito tempo.
Eu parei quando eles lançaram o "Seventh Son of a Seventh Son", daí em diante não me agradou mais.

Eletricidade: Quais são os planos do Angra para o Brasil, quando sai a próxima tournê? E se você puder dar as datas para gente...
André Matos: É claro, nós já começamos a tocar no Brasil, já fizemos dois shows no Paraná, um em Manaus, um em Belém, fomos para a Argentina e fizemos dois shows em Buenos Aires; e continuamos com a tournê, até o final de Novembro nós estamos tocando no Brasil, você pode descobrir aonde estão as datas pelo site da banda porque eu não tenho na cabeça todas, até o final de Novembro tem várias, mas uma importante é em São Paulo, dia 16 de Novembro no Olympia, vai ser o grande lançamento do disco.