A ideia parecia mesmo infalível: pela primeira vez juntos dois grandes nomes daquela safra maravilhosa de comédias adolescentes da década de 80, que sempre significaram uma boa bilheteria em filmes considerados diversão garantida.
Mas o ano é 1993, o cenário estava bem diferente e a presença de Molly Ringwald, a eterna Garota de Rosa Schocking (84) e de Patrick Dempsey, o ótimo Ronald Miller de Namorada de Aluguel (87) já não surtiria o mesmo efeito.
Além do mais, Molly já havia passado por uma briga homérica com o diretor John Hughes, recusado papéis como o de Molly em "Ghost" (90) e de Vivian em "Uma Linda Mulher" (90), que certamente levariam sua carreira a alcançar outros patamares; e trocado os EUA pela Europa.
Por sua vez, Patrick Dempsey, que chegou a fazer teste para o papel de Duckie, em Garota de Rosa Schocking, depois do sucesso de Loverboy (89), enfrentava uma grande dificuldade para fazer a transição para papéis mais adultos e sérios.
"Lisa & Charlie" poderia então ser o filme do retorno de ambos ao estrelato, um daqueles projetos que parecem perfeitos no papel, mas que na prática não produzem maiores resultados.
Molly é Lisa, uma cantora e compositora que se apresenta na noite de Paris, que por acaso, encontra Charlie, um músico, que promete dar um jeito em suas ótimas letras, mas fracas melodias.
Os dois se apaixonam, casam e começam a fazer um grande sucesso, mas Lisa acaba com tudo quando Charlie entrega uma música composta pelos dois para outra cantora gravar.
O divórcio vem a seguir e Lisa vai embora para a Europa novamente; onde dois anos depois reencontra Charlie, que abandonou a música e está prestes a casar-se com Julie (Lysette Anthony), uma corretora de imóveis britânica, sua sócia na transformação de uma antiga fazenda no interior francês em um condomínio de luxo.
O reencontro coincide com a encomenda de uma nova canção para a dupla, feita por um diretor de cinema de sucesso; uma proposta irrecusável para ambos que precisam voltar ao trabalho juntos na tal fazenda, no meio de muita confusão.
Dirigido por Carol Wiseman, "Lisa & Charlie" pode não ter o mesmo charme dos sucessos dos anos 80 que revelaram os dois atores, mas mostra que a dupla tinha uma boa química e vale como diversão já saudosa da era de ouro dos filmes adolescentes que mudariam a cara do cinema.
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