Madonna? Tô fora!

Não quero nem passar perto destes shows que a cantora Madonna fará no Brasil. Decidi isso depois que soube de algumas das exigências de uma lista infinita que, afirma a mídia, não é específica para nós, mas usada em todos os países por onde a tournê "Sticky & Sweet" tem passado....

Sei...

Duvido que em Londres, Paris ou algum local que o valha, a auto eleita diva colocaria na tal lista coisas do tipo, "Não é permitido falar com Madonna, a não ser que seu nome esteja numa lista de 13 pessoas, que são de sua própria equipe", ou instruções específicas até sobre assentos das privadas que estarão dentro de sua suite no hotel.

O pior é que esse tipo de "frescura" é sempre rápida e eficientemente atendida por nossos diligentes produtores de shows que se desdobram para servirem como capachos para os tais "reis de qualquer coisa" fazerem o favor (muito bem pago) de trazerem a sua arte para este país tão carente.

Mas se são capachos para os artistas, são algozes para seus verdadeiros clientes, aqueles que tornam lucrativos (e muito) os tais shows apresentados em terra tupiniquins.

Basta dar uma olhada no preço dos ingressos, nas filas e nos problemas infinitos para a sua compra para ver que tem alguma coisa muito errada nisso tudo.

Já perdi a conta de quantos shows nacionais e internacionais assisti em minha vida, mas tenho certeza de que as coisas nesta área, se têm mudado, é para pior, quanto maior o preço do ingresso, mais complicações são colocadas para sua compra, mais horas em filas ou naqueles malditos atendimentos eletrônicos.

Como se os preços já não fossem absurdos, ainda inventaram as tais taxas de conveniência... mas espera... conveniência? De quem? Do público é óbvio que não é, a não ser que agora seja algum tipo de privilégio passar horas, em alguns casos dias em uma fila. Se é esse o "serviço" que as pessoas estão pagando na tal taxa, bom, tem gosto para tudo, não é?

Como se não bastasse, é preciso ainda analisar o que se ganha com isso? A chance de ir a um estádio, enfrentar ainda mais horas ou dias de filas, no sol, na chuva, segurança estúpida, banheiros e instalações precárias, riscos diversos para, se você tiver muita sorte, ver em um telão, uma pessoa que despreza tanto os brasileiros a ponto de não querer nenhum contato com eles, nem mesmo com os capachos da produção do show.

E ninguém fala nada, a mídia quietinha, cruzando os dedinhos por um credenciamento, acha tudo lindo, o público, não se sabe se anestesiado por uma mistura de sofrimento e fanatismo, também acha tudo lindo.

Bom, desculpa ser a voz discordante no coro dos contentes, mas não consigo ver nenhuma beleza nem conveniência no sofrimento.

Diversão para mim é outra coisa!

Posts Relacionados por Marcador