sábado, 1 de agosto de 2009

O Clube de Leitura de Jane Austen




Uma escritora britânica, que viveu entre o final do século XVIII e início do XIX, Jane Austen, tem sua obra de apenas 6 livros constantemente revisitada pelo cinema, que parece nunca se cansar de seus heróis e heroínas ingênuos, perdidos entre imposições sociais até o momento em que alguma coisa muda e o final pode revelar-se feliz.

Mas nem sempre estes heróis passeiam pelos grandes gramados dos jardins das mansões da burguesia britânica, ou dançam enrubecidos em seus espelhados salões; é o caso de "O Clube de Leitura de Jane Austen", baseado em um livro de contos de Karen Joy Fowler, o filme mostra um grupo de mulheres, cada uma vivendo seu momento particular, quando resolvem unirem-se em uma espécie de grupo de estudos da obra de Austen.

A ideia parte de Bernardette (Kathy Baker), uma simpática senhora de meia idade que após 6 casamentos e muitas viagens, resolve tentar ajudar duas amigas que vivem momentos complicados: Jocelyn (Maria Bello), uma solteira que resolveu substituir sua necessidade de companhia por uma criação de cães de raça e Sylvia (Amy Brenneman) em pleno processo de divórcio de um casamento de 20 anos.

Juntam-se ao grupo Prudie (Emily Blunt), que ouve por acaso a conversa das amigas e que se interessa muito por Austen, Allegra (Maggie Grace), a filha aventureira e homossexual de Sylvia e Grigg (Hugh Dancy); um rapaz muito atraente que trabalha com tecnologia da informação, que Jocelyn encontra por acaso em um evento de criadores de cães e que ela imagina ajudará na recuperação de Sylvia.

Todo o grupo lê um dos livros de Austen por vez e cada um dos participantes organiza uma reunião em que cada um deles será discutido, com um intervalo de um mês entre cada reunião.

E o que se vê são reflexos nas atitudes de cada personagem das heroínas de Austen; Allegra, por exemplo, está sempre colocando-se em risco, atirando-se como Marianne Dashwood, de "Razão e Sensibilidade" com paixão a cada uma das situações amorosas ou em perigosos esportes radicais.

Jocelyn então é claramente Emma Woodhouse de "Emma", sempre tentando encontrar a solução para a vida de todos, mas falhando em perceber o que acontece em sua própria vida.

Mas existem alguns personagens mais "genéricos" por assim dizer, Grigg representa os personagens masculinos, dedicados, apaixonados, mas quase sempre incompreendidos pelas mulheres de Austen.

E por falar em incompreensão, Jane Austen parece usar as mães de suas heroínas como repositórios de todos os defeitos de sua época; elas podem ser interesseiras e desesperadas por ascenção social como a Senhora Bennet, de "Orgulho e Preconceito" ou completamente alienadas e negligentes como a Senhora Bertram de "Mansfield Park".

Sky (Lynn Redgrave) se encaixa no perfil das negligentes, uma hippie tão fora da realidade que provoca em sua filha Prudie (Emily Blunt) uma violenta reação de oposição; abominando tudo o que a mãe representa, ela se concentra em ter um vida tão disciplinada, que nela não sobra espaço para quase nada, ou ninguém.

Dirigido por Robin Swircord, que também adaptou o roteiro, o "Clube de Leitura de Jane Austen" ajudou a trazer para as telas do cinema uma visão bastante interessante que serve como introdução ao mundo maravilhoso criado por Austen e sua literatura.

Posts Relacionados por Marcador



0 comentários:

Postar um comentário

Obrigada pela visita!