Olha o Pipocando aí genteeeeeeeeee!!!!
Eles continuam transmitindo o Carnaval, mas será que alguém assiste? Eu, com certeza não.
E já que estou aqui, mais uma remexida no velho baú da Revista Eletricidade
Enquanto isso, na avenida, a grande questão é: Será que a Mangueira já entrou? Ninguém merece!
THE ROLLING STONES - A BIGGER BANG - (EMI MUSIC)
Depois de um longo jejum, o último disco de inéditas "Bridges to Babylon" saiu em 97, os fãs dos Rolling Stones não têm mais do que reclamar.
"A Bigger Bang" traz os Rolling Stones de volta, não só à cena musical, mas com a sua primeira coleção de inéditas à altura da história da banda, desde "Steel Wheels" (89).
Com suas 16 músicas, o lançamento é um dos mais longos da carreira dos Stones, só perdendo para o clássico "Exile on Main Street" e também um dos mais variados; das baladas ao blues tradicional e dele, ao rock básico, rasgado, com aquela sonoridade que se tornou uma marca registrada dos Stones, o disco mostra que a banda acaba de passar por um período musical especialmente fértil.
E tudo isso, quase cru, distante dos excessos das últimas décadas, construído basicamente em torno da levada da guitarra de Keith Richards e da bateria de Charlie Watts, o que hoje representa quase uma volta às origens, para uma banda que andou um pouco perdida na pirotecnia tecnológica dos últimos tempos.
Se musicalmente eles voltaram ao "básico", as letras continuam buscando a boa e velha controvérsia de sempre; como na "homenagem" que os Stones prestaram ao neo-conservadorismo americano, a ótima "Sweet Neo Con" que sem rodeios, nem meias palavras, detona de vez com o "estilo George W Bush de ser".
Mas o repertório de "A Bigger Bang" merece a nossa audição atenta como um todo, do primeiro single "Rough Justice", um rock com o DNA dos Stones, feito para incendiar o público nas apresentações ao vivo às já tradicionais "músicas do Keith", que neste álbum são "This Place is Empty" e "Infamy".
A balada "Streets of Love" e sua melodia delicada, já está em alta-rotação nas rádios brasileiras; mas é o blues "Back of My Hand", que mostra aos mais desavisados do que a "Maior Banda do Mundo" ainda é capaz.
Com a imprensa musical insistindo em focar sua atenção mais na idade dos músicos, do que na própria música, os Stones parecem continuar seguindo alheios às línguas ferinas da crítica.
Não existe uma idade limite para se fazer boa música, uma verdade que os Stones descobriram no início de sua carreira, afinal, envelhecer em público, não parece nada difícil para alguém que tenha visto seus ídolos, deuses do blues como Muddy Waters ou Howling Wolf, envelhecendo com a tranqüilidade e sabedoria de quem se aproximava a cada novo trabalho da perfeição musical.
É o exemplo destes velhos bluesmen que a banda segue, atrás de uma perfeição que os brasileiros terão o prazer de conferir ao vivo, já que a nova tournê passa pelo Rio de Janeiro, em Fevereiro de 2006, com uma única apresentação na Praia de Copacabana.
ROBERT PLANT - MIGHTY REARRENGER (BMG)
Quando pensamos naqueles que foram os maiores e melhores do rock no passado, alguns artistas já têm seu lugar garantido em qualquer lista, Robert Plant é um deles; uma espécie de "Top of Mind" na categoria melhores vocalistas de rock de todos os tempos.
Apesar do chavão já bem desgastado, Robert foi um ícone e influenciou todas as gerações que vieram depois dele.
Mas os anos se passaram e sua carreira pós-Zeppelin têm mostrado que mesmo um ícone está sujeito aos ataques severos e muitas vezes injustos da crítica especializada que no final das contas sempre acabam influenciando nas vendas de discos.
Mesmo assim, Plant comemora seus mais de 35 anos de carreira lançando seu nono disco solo. "Mighty Rearrenger" é o primeiro de inéditas em 12 anos e o segundo ao lado da banda "Strange Sensations".
Depois de encerrar um ciclo de experiências com Jimmy Page que rendeu pelo menos um bom disco, o antológico "Unledded", o músico mostra que ainda alimenta a idéia de reunir, pelo menos musicalmente, Ocidente e Oriente (Another Tribe) e encontrar o que existe em comum entre os tambores africanos e o blues americano do início do século 20 "Takamba".
Se a simples descrição aponta para o lodoso e exótico campo da world music, a audição do novo material revela na verdade um rock honesto, bem feito e que já está bem longe da sombra dos anos dourados à bordo do Zeppelin. Alguma dúvida? É só conferir a letra da eletrônica "Tin Pan Valley", uma crítica ácida e divertida para quem continua por aí e ainda não se deu conta de que o tempo já passou.
E talvez seja este o maior mérito do disco, Plant esqueceu o ícone e seus maneirismos para mostrar que também pode ser um grande compositor e intérprete.
Os agudos que ajudaram a moldar a sonoridade do Heavy Metal não se fazem mais presentes, perderam lugar para uma entonação mais amena.
É nesse registro mais ameno que sua voz reina absoluta, criando clima na linda balada folk "All the Kings Horses", ou em incursões pela praia do blues na faixa "The Enchanter".
Recentemente Robert Plant criou um certo mal-estar em seus ex-companheiros do Led Zeppelin por não comparecer à noite dos Grammys, onde a banda foi homenageada pelo conjunto da obra.
Mas ao contrário do que possa parecer, Plant não está renegando as glórias do passado, apenas reafirmando que não precisa delas para continuar por aí.
U2 - HOW TO DISMANTLE AN ATOMIC BOMB (UNIVERSAL MUSIC)
Depois de 28 anos de trabalho e nada menos do que 140 milhões de discos vendidos, o U2 lança um dos melhores discos de toda a sua carreira.
Entitulado "How to Dismantle an Atomic Bomb", o disco tem recebido muitos elogios da crítica especializada, algumas resenhas, um pouco mais empolgadas, já incluem o lançamento na lista dos melhores trabalhos da banda, ao lado de clássicos como "The Joshua Tree".
O fato é que o novo disco produzido por Steve Lillywhite, com o auxílio de antigos parceiros da banda como Daniel Lanois, Brian Eno e Flood, tem uma sonoridade bem distante dos discos mais "experimentais" do U2 como "Pop", ou "Achtung Baby" e cai no rock n'roll, com força total e a guitarra mais do que inspirada de The Edge.
Este é o caso da faixa de abertura e primeiro single "Vertigo", que resume muito bem em seus pouco mais de 3 minutos de duração, o que se esperar do restante do disco.
O título "How to Dismatle an Atomic Bomb", em português: "Como desmontar uma Bomba Atômica", pode levar a crer que se trata de um álbum de canções engajadas politicamente, mas não desta vez, talvez encarando o ato de compor como férias para sua incansável "persona" política, Bono entregou uma nova safra de canções que falam muito mais de relacionamento amoroso e humano, do que de política.
Os conflitos políticos só aparecem em "Love and Peace or Else". Sobra então, espaço para as questões mais pessoais, a morte do pai de Bono, de câncer em 2001, é o tema em "Sometimes You Can't Make It on Your On" e também em "One Step Closer".
A nova tournê da banda começa em 1 de março de 2005, na Flórida, nos EUA, mas o U2 já ofereceu uma prévia do que vem por aí em uma apresentação surpresa, gratuita em plena Nova York.
A cidade homenageada pela banda em "City of Blinding Lights" (A Cidade das Luzes Cegantes) parou para ver os irlandeses tocando, inicialmente em cima de um caminhão, e depois em um palco mais apropriado montado em um dos parques da cidade. Para nós, brasileiros, uma nova tour sempre significa uma nova esperança de repetir o sucesso das apresentações inesquecíveis que aconteceram por aqui em 98, durante a "Pop Mart Tour".
Seja como for, com "How to Dismantle an Atomic Bomb", o U2 dá mais um passo para a frente, demonstrando que evolução musical, muitas vezes, significa voltar para a mesma estrada onde tudo começou, mas agora, com uma carga de experiência que serve para lapidar ainda mais o que já estava próximo da perfeição.
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