Quem hoje navega por aí, criando CDs "à la carte" ou assistindo a filmes que ainda nem receberam um título em português não tem a mínima idéia da dificuldade que seus pais tinham se quisessem apenas acompanhar o que era novidade.
Muito antes que as revistas de música se tornassem estes fantasmas online com pouquíssimo conteúdo e muita propaganda; aliás muito antes de qualquer coisa ser online, estar bem informado era obrigatoriamente ter nas mãos uma revista de música importada, inglesa ou americana e ir destrinchando e sonhando com coisas que ainda demorariam muito a ser lançadas por aqui, quando eram.
Isso porque já recebíamos estas revistas com pelo menos uns dois meses de atraso, mesmo assim, os lançamentos a que elas se referiam só dariam as caras uns 3 ou 4 meses depois, no mínimo.
As revistas nacionais usavam como fonte as revistas importadas e as novidades que elas relatavam já nem eram mais tão novas.
Não existia MTV, nem TV a cabo, tudo o que restava eram os jornais e a TV aberta, que não enxergavam o público jovem e por isso só se voltavam para o mundo da música quando acontecia algum escândalo, overdose, divórcio barulhento... enfim... quase nada de realmente útil para quem queria saber das novidades.
Os programas especializados, que começaram a aparecer timidamente no final dos anos 70, passavam os precursores dos videoclips, na verdade trechos de filmes ou apresentações ao vivo. A variedade era mínima e os programas acabavam repetindo os mesmo filmes muitas e muitas vezes.
Se as TVs não ajudavam, algumas rádios tinham um certo acesso a coisas mais novas e quando não estava acontecendo nada no "front" dos infinitos modismos (lambada, forró, sertanejo, Menudo) elas acertavam a mão e reproduziam a parada americana ou inglesa e assim começávamos a ter algum acesso por aqui a algo de novo.
O cinema então, nem se fala... lançamento simultâneo era impensável. Existia censura e alguns filmes chegavam mutilados às nossas salas, quando não se baixava algum decreto de último minuto e se proibia de vez a exibição.
Me lembro de pelo menos dois casos que deram muito o que falar e era negado aos brasileiros o direito de assistir a filmes como "O Último Tango em Paris" ou "Je Vous Salue Marie"; entre outros.
Depois de passar pelos cinemas, os filmes desapareciam, demoravam anos para chegar às locadoras; algumas mais descoladas, conseguiam cópias piratas de filmes mais novos e as distribuidoras eram tão lentas que víamos em VHS alguns filmes que só chegariam aos cinemas meses mais tarde.
A TV repetia incansávelmente filmes adocicados dos anos 50 e 60, até descobrir que dramas baseados em fatos reais e histórias de pessoas que tinham doenças graves davam audiência. Nem precisa dizer que este filão foi explorado até a exaustão.
O cinema nacional era quase inexistente, produzia-se apenas porno-chanchadas, documentários "cabeça", filmes políticos e os filmes singelos dos Trapalhões eram muitas vezes a única razão para se ir ao cinema pelo menos duas vezes ao ano; em Julho e Dezembro, quando eram lançados.
Enfim... morar no quintal do mundo até hoje tem seu preço, mas ele costumava ser muito mais caro.
Muito antes que as revistas de música se tornassem estes fantasmas online com pouquíssimo conteúdo e muita propaganda; aliás muito antes de qualquer coisa ser online, estar bem informado era obrigatoriamente ter nas mãos uma revista de música importada, inglesa ou americana e ir destrinchando e sonhando com coisas que ainda demorariam muito a ser lançadas por aqui, quando eram.
Isso porque já recebíamos estas revistas com pelo menos uns dois meses de atraso, mesmo assim, os lançamentos a que elas se referiam só dariam as caras uns 3 ou 4 meses depois, no mínimo.
As revistas nacionais usavam como fonte as revistas importadas e as novidades que elas relatavam já nem eram mais tão novas.
Não existia MTV, nem TV a cabo, tudo o que restava eram os jornais e a TV aberta, que não enxergavam o público jovem e por isso só se voltavam para o mundo da música quando acontecia algum escândalo, overdose, divórcio barulhento... enfim... quase nada de realmente útil para quem queria saber das novidades.
Os programas especializados, que começaram a aparecer timidamente no final dos anos 70, passavam os precursores dos videoclips, na verdade trechos de filmes ou apresentações ao vivo. A variedade era mínima e os programas acabavam repetindo os mesmo filmes muitas e muitas vezes.
Se as TVs não ajudavam, algumas rádios tinham um certo acesso a coisas mais novas e quando não estava acontecendo nada no "front" dos infinitos modismos (lambada, forró, sertanejo, Menudo) elas acertavam a mão e reproduziam a parada americana ou inglesa e assim começávamos a ter algum acesso por aqui a algo de novo.
O cinema então, nem se fala... lançamento simultâneo era impensável. Existia censura e alguns filmes chegavam mutilados às nossas salas, quando não se baixava algum decreto de último minuto e se proibia de vez a exibição.
Me lembro de pelo menos dois casos que deram muito o que falar e era negado aos brasileiros o direito de assistir a filmes como "O Último Tango em Paris" ou "Je Vous Salue Marie"; entre outros.
Depois de passar pelos cinemas, os filmes desapareciam, demoravam anos para chegar às locadoras; algumas mais descoladas, conseguiam cópias piratas de filmes mais novos e as distribuidoras eram tão lentas que víamos em VHS alguns filmes que só chegariam aos cinemas meses mais tarde.
A TV repetia incansávelmente filmes adocicados dos anos 50 e 60, até descobrir que dramas baseados em fatos reais e histórias de pessoas que tinham doenças graves davam audiência. Nem precisa dizer que este filão foi explorado até a exaustão.
O cinema nacional era quase inexistente, produzia-se apenas porno-chanchadas, documentários "cabeça", filmes políticos e os filmes singelos dos Trapalhões eram muitas vezes a única razão para se ir ao cinema pelo menos duas vezes ao ano; em Julho e Dezembro, quando eram lançados.
Enfim... morar no quintal do mundo até hoje tem seu preço, mas ele costumava ser muito mais caro.
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