domingo, 20 de abril de 2014

O adultério segundo Paulo Coelho



A crítica acaba de receber ainda mais munição para combater um dos autores que mais ama odiar, o brasileiro Paulo Coelho lançou seu vigésimo sétimo livro, "Adultério".
Desta vez, Paulo conta a história de traição de Linda, uma bela e rica jornalista de 31 anos, casada e com dois filhos, que repentinamente se dá conta do vazio de sua vida e decide que a única forma de voltar a ser feliz de novo seria traindo seu marido.

Desesperada pela falta de horizontes que encontra em sua vida confortável, em Genebra, ela vê no reaparecimento de Jacob König, um ex-namorado da época de escola, que agora é um político que ela deve entrevistar para seu jornal, como uma chance para conseguir a aventura que pode tirá-la de seu fundo do poço ou terminar por afundá-la ainda mais.

Paulo Coelho carrega nas tintas nas poucas cenas de sexo que o livro descreve, o que levou muitos críticos a associar o novo romance como uma tentativa do autor aproveitar a onda criada entre os leitores pelo recente sucesso de "50 Tons de Cinza", e seu apelo erótico mais explícito.

Mas não me parece o caso, na minha percepção as tais cenas fortes aparecem como a adição de algum tempero a uma insípida sopa de tédio, uma questão que o próprio autor deve estar sentindo na pele, já que agora está vivendo em Genebra, na Suiça, um lugar que pela descrição dada pelo autor, não deve mesmo fazer nada bem à saúde mental de seus habitantes; daí as altas taxas de suicídio e outras mazelas como o alto consumo de drogas que o país registra.

Segundo Paulo Coelho, a história do livro veio da descrição de um "caso real" acontecido com uma internauta, relatado em um dos muitos fóruns que discutem de tudo na rede.

Real ou não, o autor parece não ter feito muita questão de aprofundar-se verdadeiramente no assunto e o leitor ganha apenas uma história morna, sem maiores atrativos ou questionamentos, que, arrisco, não deve demorar muito a chegar devidamente adaptada por Hollywood em um cinema perto de você.


Publicado originalmente no site Revista Eletricidade