sábado, 28 de fevereiro de 2009

Para refletir e acima de tudo agir...


Hoje temos edifícios mais altos, mas pavios mais curtos.
Auto-estradas mais largas, mas pontos de vista mais estreitos.

Gastamos mais, mas temos menos.
Nós compramos mais, mas desfrutamos menos.

Temos casas maiores e famílias menores.
Mais conhecimento e menos poder de julgamento.
Mais medicina, mas menos saúde.

Bebemos demais, fumamos demais, gastamos de forma perdulária,
rimos de menos, dirigimos rápido demais, nos irritamos facilmente.

Ficamos acordados até tarde, acordamos cansados demais...

Multiplicamos nossas posses, mas reduzimos nossos valores.

Falamos demais, amamos raramente e odiamos com muita freqüência.

Aprendemos como ganhar a vida, mas não vivemos essa vida.

Fizemos coisas maiores, mas não coisas melhores.

Limpamos o ar, mas poluímos a alma.

Escrevemos mais, mas aprendemos menos.

Planejamos mais, mas realizamos menos.

Aprendemos a correr contra o tempo, mas não a esperar com paciência.

Temos maiores rendimentos, mas menor padrão moral.

Tivemos avanços na quantidade, mas não em qualidade.

Esses são tempos de refeições rápidas e digestão lenta, de homens altos e caráter baixo, lucros expressivos, mas relacionamentos rasos.
Mais lazer, mas menos diversão. Maior variedade de tipos de comida, mas menos nutrição.

São dias de viagens rápidas, fraldas descartáveis e moralidade também descartável e pílulas que fazem de tudo: alegrar, aquietar, matar.

Mais que refletir.. é hora de agir...


Texto de Wagner Borges - Para conhecer seu trabalho clique em IPPB

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Mais cenas inéditas de Harry Potter 6 caem na rede




Saiu hoje mais um making of de Harry Potter e o Enigma do Príncipe, o sexto filme da saga, com entrevistas com o elenco, diretor e novas cenas que ainda estavam inéditas nos trailers, como o ataque à Toca, cenas de ciúmes de Hermione, incluindo aquela em que ela faz com que um monte de passarinhos ataquem o Ron e mais um montão de coisas que ainda não tinhamos visto.

Para dizer a verdade, ele traz tantos novos detalhes que uma boa sugestão é assistí-lo quadro a quadro para poder conferir todas as cenas, deixando claro que estão recheadas de spoilers, não recomendadas para quem não quer saber do que acontece antes de ver o filme...

Para os fãs, mais um vídeo imperdível para lembrá-los, que o Carnaval já passou, logo chega a Páscoa e isso significa que o dia 17 de julho, quando poderemos finalmente ver o filme completo, está cada vez mais próximo. Está cada vez mais difícil esperar!

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Os candidatos ao Oscar 2009: Milk - A Voz da Igualdade (Milk - 2008)



O ano de 2008 ficará marcado como aquele em que a realidade invadiu o cinema, dos 5 filmes que concorrem nas categorias principais do Oscar, melhor filme e diretor, pelo menos 3 retratam acontecimentos da vida real.

E "Milk - A Voz da Igualdade" é um deles, a cinebiografia do primeiro político americano abertamente gay a concorrer por um cargo importante nos EUA, durante a década de 70.

São Francisco, entre o final da década de 60 e início da década de 70, era a capital da contracultura onde conviviam hippies e ativistas de movimentos civis diversos, como aqueles que lutavam pelo fim da Guerra do Vietnã. Uma cidade em que as pessoas buscavam liberdade, passou a atrair um grande número de homossexuais, entre eles, Harvey Milk (Sean Penn) e seu namorado Scott (James Franco); que saem de Nova York em 1972 e abrem uma loja de fotos no Castro District, onde uma luta silenciosa era travada entre os moradores mais antigos do bairro, católicos irlandeses; e uma população gay que começava a crescer.

Lá, ele começa a se envolver com política e decide concorrer ao cargo de supervisor, o equivalente americano ao nosso vereador, e só consegue vencer depois de três tentativas frustradas.
No cargo, encontra em Daniel White (Josh Brolin), um ex-policial, seu maior opositor até que a luta política dos dois termina com o assassinato de Milk e do prefeito Moscone (Victor Garber), em 1978.

Considerado um mártir do movimento gay, Harvey Milk é revivido por Sean Penn com maestria, o ator está absolutamente fantástico como um líder cheio de carisma, que aos 40 anos de idade é um bancário frustrado por não ter feito ainda nada de importante na vida e que, de repente, decide lutar por um mundo melhor dentro de uma sociedade que considerava que o preconceito contra homossexuais era algo tão normal, que tinha até respaldo nas leis.

Com uma reconstituição de época impecável, Gus Van Sant apresenta a um público maior, um drama que talvez tenha ficado perdido nos porões da história, mas que precisa ser contado, já que documenta a trajetória de um corajoso defensor dos direitos humanos, que, como tantos outros, acabou morrendo por suas idéias.

Milk tem 8 indicações ao Oscar incluindo melhor filme, diretor, ator (Sean Penn), ator coadjuvante (Josh Brolin), roteiro original, figurino, montagem e trilha sonora.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Os filmes do Oscar 2009: O Lutador (The Wrestler -2008)




O que acontece quando Darren Aronofsky, um cineasta especialista em filmar histórias com pouco, ou quase nenhum contato com o mundo real, como "PI" (1998) e "A Fonte da Vida"(2006) se propõe a retratar o lado dramático da decadência? Um filme inesquecível!

Mesmo quem imediatamente torce o nariz quando ouve falar em luta livre, aquele esporte com fama de ser coreografado, com seus praticantes vestindo roupas estranhas e encarnando personagens bizarros, não conseguirá ficar indiferente ao drama de Randy "The Ram" Robinson (Mickey Rourke), um velho lutador, que fez muito sucesso nos anos 80, mas que agora, vive sozinho, em um trailer, sem o dinheiro e muito longe da glória do passado, quando dava seu nome a jogos de vídeogame e até bonecos eram feitos à sua semelhança.

Mas os tempos são outros e para sobreviver, Randy toma muitos comprimidos, sem qualquer critério, consome enormes quantidades de drogas, que permitem que se mantenha em forma, mas acabam causando um ataque cardíaco que quase o mata.
Sentindo o peso da morte se aproximar e impedido de lutar pelos médicos, o velho lutador decadente é aconselhado por uma striper (Marisa Tomei) a tentar refazer seus laços com a filha (Evan Rachel Wood), que o recebe como um estranho, já que passara toda a sua infância distante.

Mas o mundo real pode ser um lugar bem complicado para quem passou quase a vida inteira vivendo em um mundo de fantasia e Randy terá muita dificuldade para encará-lo, a única saída talvez seja esquecer a aposentadoria e tentar recuperar as antigas glórias em uma revanche histórica com o maior rival de sua carreira.

A atuação fantástica de Mickey Rourke já rendeu ao ator o Globo de Ouro e inúmeros elogios da crítica especializada que não cansa de traçar comparativos entre a decadência do personagem e aquela que o ator experimentou em sua própria carreira, considerada muito promissora nos anos 80, mas que teve sua "estrela" apagada por abusos variados e loucuras como retomar uma carreira no boxe entre 91 e 95, que desfiguraria seu rosto, tornando inúmeras cirurgias plásticas necessárias para tentar refazê-lo.

A tal "cara amassada" ajuda bastante a compor o personagem e empresta um brilho extra, mas não é o único detalhe que torna "O Lutador" um grande filme, Marisa Tomei também está perfeita como a striper de bom coração, em conflito entre humanidade e ética profissional e até mesmo a novata Evan Rachel Wood aparece muito bem como a filha vítima do abandono, na infância.

A câmera de Aronofsky passeia muito próxima de todos estes elementos humanos em um cenário de degradação tão real, que em certos momentos chega a passar a impressão de um documentário.

Destaque para a trilha sonora, composta de músicas que marcaram o hard rock e o heavy metal da década de 80 e a bela canção tema "The Wrestler" de Bruce Springsteen, que levou o Globo de Ouro.

"O Lutador" recebeu apenas 2 indicações ao Oscar e concorre nas categorias melhor ator (Mickey Rourke) e melhor atriz coadjuvante (Marisa Tomei).

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Os candidatos ao Oscar 2009: O Leitor (The Reader - 2008)




O cenário é a Alemanha dos anos pós-Guerra, em 1958, o país derrotado e empobrecido, parece ter como sentimento comum apenas a vontade de deixar para trás todos os horrores de um passado recente e vergonhoso.

Michael Berg (David Kross), um estudante de 15 anos é só mais um adolescente que andando pelas ruas, começa a passar mal e é ajudado pela cobradora do bonde que sempre utiliza. A doença é grave, escarlatina, e o rapaz demora alguns meses para se recuperar, mas resolve procurar a tal cobradora, para agradecer a gentileza.

A cobradora é Hanna Schimitz (Kate Winslet), uma mulher estranha de mais de 30 anos, que acaba se transformando em amante do garoto, em um relacionamento não só estranho pela diferença de idade, mas também pela forma que é construído, total intimidade sexual, mas pouco, ou quase nenhum conhecimento um do outro.
A única coisa em comum entre os dois, além do sexo, passa a ser a literatura, quando Hanna pede que Michael leia para ela de livros clássicos como "A Odisséia" ou "O Amante de Lady Chaterley" a quadrinhos de Tintin.

O envolvimento não dura mais do que um verão, já que Hanna desaparece sem qualquer explicação e Michael então segue sua vida, um tanto mais confiante, mas ao mesmo tempo quieto e arredio, voltamos a vê-lo aos 23 anos, na faculdade de direito, convidado então por um professor (Bruno Ganz), a acompanhar o julgamento de criminosas de guerra, que teriam trabalhado como guardas em Auschwitz. E para Michael, é um choque encontrar Hanna, no banco dos réus, no meio destas mulheres.

Outro choque é perceber que as coisas horríveis feitas por Hanna durante a Guerra, como escolher as pessoas a serem exterminadas, são vistas por ela, como simples cumprimento do dever profissional. Sem maiores culpas, mesmo quando confrontada com a realidade de que seu dever, de impedir a fuga de 300 mulheres de um prédio em chamas, tinha causado a morte de quase todas elas, apenas porque tinha ordens de não deixá-las escapar.

É a gota d'água para Michael decidir por não ajudá-la, mesmo sabendo de fatos que poderiam mudar completamente os rumos de seu julgamento, escolhe ficar calado. Até tenta arrumar coragem para visitá-la, mas simplesmente não consegue.

Dirigido por Stephen Daldry, o mesmo diretor de "As Horas" e baseado no livro homônimo de Bernhard Schlink, o filme guia os espectadores por emoções diversas e intensas, do amor aos livros e à literatura, em geral, ao impacto do envolvimento de um adolescente com uma mulher muito mais velha, que mudaria para sempre todas as suas relações amorosas e a pesada culpa alemã, sempre presente como uma sombra que atravessa toda a obra, perceptível especialmente nas ótimas cenas de Ralph Fiennes (Michael Berg nos dias atuais).

Mas a grande presença do filme é sem dúvida de Kate Winslet, uma excelente atriz, que mais uma vez, se supera no papel de uma mulher que não tem maiores pudores em se despir ou se relacionar com um adolescente, que ela mesma chama de "garoto", mas que se envergonha profundamente de algo que para ela é uma falha inadimissível.
Mereceu o Globo de Ouro, como merece o Oscar, embora, sua personagem terá uma certa dificuldade de arrecadar a simpatia do lobby judaico sempre tão atuante dentro da Academia.

O Leitor tem 5 indicações ao Oscar: roteiro adaptado, atriz (Kate Winslet), fotografia, direção e melhor filme. Curiosamente, no Globo de Ouro, Kate Winslet foi premiada como atriz coadjuvante pelo mesmo trabalho.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Warner divulga pôsters de Harry Potter 6



O dia 17 de julho ainda está longe, mas a Warner acaba de divulgar 3 pôsters oficiais de Harry Potter e o Enigma do Príncipe, o aguardado sexto capítulo da saga.
Para confirmar os tons obscuros, os pôsters mostram apenas Harry e Dumbledore, em cenas que provavelmente fazem parte da sequência na caverna.

E enquanto aguardamos ansiosamente pela chegada aos cinemas do filme, chegam notícias de que a pré-produção da primeira parte de Harry Potter e as Relíquias da Morte, já foi retomada, na semana passada, nos estúdios Leavesden, após o acidente, no dia 30/01, com o dublê de Daniel Radcliffe, David Holmes, que sofreu um ferimento grave na coluna em uma queda após uma explosão.

O dublê foi hospitalizado, mas não foi divulgada nenhuma notícia sobre seu estado de saúde.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Os candidatos ao Oscar 2009: Dúvida (Doubt)



A diretora do colégio St. Nicholas, no Bronx, em 1964, a irmã Aloysius Beauvier (Meryl Streep); parece não ter qualquer noção do que está acontecendo no mundo que a rodeia. Ou melhor, se tem conhecimento, prefere ignorar a modernização dos costumes e de sua própria religião, que na época, passava por uma profunda reforma que levaria a uma atitude de maior aproximação com a população.

E as coisas mudaram tanto que o colégio recebe seu primeiro aluno negro, Donald Miller (Joseph Foster), um garoto que se torna coroinha da paróquia e se entusiasma tanto com o trabalho do padre Flynn (Philip Seymour Hoffman) que revela o desejo de tornar-se padre quando adulto.

Mas para a madre, as facilidades permitidas pela modernidade eram um incentivo à preguiça e a aproximação, um convite aos vícios. Rígida, desconfiada e sem qualquer senso de humor, exige muita disciplina dos alunos e muita austeridade de sua equipe de professores. E a admiração do garoto por um padre tão fora de seus padrões de excelência só pode significar que a relação dos dois tem algo de condenável.

Aí começa uma busca incansável da diretora por provas que incriminem o padre e isso inclui pedir que a professora de Donald, a irmã James (Amy Adams), vigie e reporte qualquer atitude suspeita. Até mesmo a mãe do garoto sra. Miller (Viola Davis) é chamada à escola e interrogada pela irmã Beauvier.

O que merece destaque em Dúvida é o trabalho acima da média dos atores, Meryl Streep, uma veterana que já tem em seu currículo nada menos do que 15 indicações e 2 Oscars (Kramer versus Kramer e A Escolha de Sofia), está magnífica como a terrível irmã Beauvier e seus coadjuvantes também não ficam atrás. Não é a toa que além de Streep, os três coadjuvantes Philip Seymour Hoffman, Viola Davis e Amy Adams também foram indicadas ao Oscar.

O filme é baseado na premiada peça de teatro homônima premiada com um Pulitzer de John Patrick Shanley e um projeto do próprio dramaturgo que dirigiu o filme e fez a adaptação do roteiro. Indicado ao Oscar em 5 categorias: Melhor Atriz (Meryl Streep), Melhor Ator Coadjuvante (Philip Seymour Hoffman), Melhor Atriz Coadjuvante (Viola Davis e Amy Adams) e Melhor Roteiro Adaptado.

Não sei se serve como indicação de um possível resultado para o Oscar, mas o prestigiado prêmio de melhor atriz da SAG (Screen Actors Guild) foi entregue a Meryl Streep.